Olá!
Encerrando mais uma semana marcada pela despedida de um grande nome da música brasileira: Canisso, baixista dos Raimundos, faleceu aos 57 anos devido a um infarto. Os últimos dias foram de homenagens e histórias sobre o instrumentista.
A música brasileira seguiu produzindo, claro. O Tagua Tagua botou na rua o novo disco, “Tanto”. Sandy, Seu Jorge e Cris Botarelli, do Far From Alaska, participaram de shows do Coldplay no Brasil. Aliás, a passagem do grupo inglês por capitais brasileiras está causando mais do que o esperado, pelo visto: Sarah Sheeva, ex-SNZ e atual pastora, disse que no céu não se ouve “Capetaplay” ou “Coldinferno”. E um acervo digital reúne cadernos do grande Chico Science.
A semana está com covers que chamam atenção - entre eles, St. Vincent se une ao The Roots para recriar Portishead e Florence + The Machine regrava “Just a Girl”, do No Doubt. As novidades não param por aí: teve nova do Tame Impala para o filme de Dungeons & Dragons, sem falar que Travis Barker mandou um grande “vem aí”, anunciando que uma música “perdida” do Box Car Racer estará em novo disco do blink-182.
No último domingo, a festa do Oscar foi bastante previsível, mas muita gente ouviu pela primeira vez a irresistível “Naatu Naatu”, vencedora da categoria de Melhor Canção Original presente no longa (e longo) “RRR”, filme indiano da Netflix. Falando na premiação, os Beastie Boys têm um dedinho na origem da produtora A24, que levou todos os principais prêmios da noite.
Enquanto não decidem qual o maior rapper de todos os tempos - um debate que voltou à tona recentemente (e não vai acabar nunca) -, Eminem mostra que não é carta fora do baralho e superou Drake, o rei dos streamings, como o rapper mais ouvido. E falando em dar a volta por cima, ficou sabendo que o vinil vendeu mais que o CD nos EUA pela primeira vez desde 1987?
E o divisivo “RUSH!”, do Måneskin, ficou em primeiro lugar entre os discos de rock mais ouvidos no mundo. Se isso é estar na pior…
Nathália Pandeló
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Em mais uma semana de esquenta para o MITA, estamos aqui para exaltar Lana Del Rey! Vou só citar os fatos:
Lana Del Rey é a maior compositora do século XXI, diz a Rolling Stone britânica;
Courtney Love compara Lana Del Rey a Kurt Cobain: “únicos gênios”;
O último show de Lana no país, no Lollapalooza, foi considerado um dos melhores do festival;
Ela lança na próxima sexta o novo álbum, “Did You Know That There’s a Tunnel Under Ocean Blvd”, já elogiado pela crítica;
Del Rey já provou que consegue fazer de tudo - desde clássicos natalinos com Kacey Musgraves até hits para a pista com Miley Cyrus e Ariana Grande;
Lana lançou um livro de poesias, “Violet Bent Backwards Over the Grass”, acompanhado de um audiolivro com participação de Jack Antonoff.
Tudo isso faz parte de uma artista que tem uma base de fãs fervorosa desde que estreou, em 2011. Lana Del Rey é conhecida por suas letras evocativas e emocionais que muitas vezes exploram temas sombrios e complexos. Suas canções falam de amor, dor e perda de uma maneira que ressoa com muitos ouvintes.
Isso ficará claro no palco do MITA Festival, que acontece no Rio de Janeiro e em São Paulo. Lana se apresenta em 27 de maio e 03 de junho, respectivamente. Adquira já o seu ingresso!
Confira alguns dos principais lançamentos dessa sexta!
U2 - Songs of Surrender
O álbum tem quase 3h de duração e 40 canções escolhidas a dedo pela banda irlandesa para serem recriadas. O grupo revisita músicas icônicas num formato mais minimalista e acústico.
M83 - Fantasy
O grupo francês apresenta uma nova etapa da mescla que já caracteriza seu estilo, indo do synth-pop e shoegaze até ambient e post-rock.
Unknown Mortal Orchestra - V
Expoente da nova psicodelia direto da Nova Zelândia, a banda traz ainda elementos de R&B e indie rock. Não apenas é o quinto disco, mas este será seu primeiro álbum em cinco anos.
Em turnê abrindo os shows do Coldplay no país, a banda escocesa CHVRCHES está finalmente sentindo o calor dos fãs brasileiros, onde é aguardada há alguns anos. Tanto que o grupo terá seus próprios shows como headliner, no Rio e em São Paulo. A vocalista Lauren Mayberry comemorou esse momento em entrevista ao site:
Nós realmente nos sentimos muito sortudos por estarmos nesses shows, e a plateia do Coldplay é tão querida e generosa. Eu acho que as pessoas têm nos recebido de braços abertos. A gente sabe que as pessoas não vão conhecer nossas músicas — eu vejo algumas pessoas mostrando que conhecem e fico tipo, ‘Olha ali!’. Dá pra achar algumas pessoas que conhecem a gente. Mas, de forma geral, estamos realmente deslumbrados com o quão positiva a resposta tem sido.
Confira abaixo as músicas, artistas e discos mais ouvidos na última semana no Spotify!
Top Canções
Karol G, Shakira - “TQG”
The Weeknd, Ariana Grande - “Die For You (Remix)”
Miley Cyrus - “Flowers”
SZA - “Kill Bill”
Pink Pantheress, Ice Spice - “Boy’s A Liar Pt. 2”
Top Artistas
The Weeknd
Taylor Swift
Bad Bunny
Morgan Wallen
Drake
Top Álbuns
Morgan Wallen - “One Thing At A Time”
Karol G - “Mañana Será Bonito”
SZA - “SOS”
Bad Bunny - “Un Verano Sin Ti”
Taylor Swift - “Midnights”
Nesta semana, temos um convidado mais que especial na coluna! Adam Granduciel, vocalista e guitarrista da banda The War on Drugs (atração do C6 Fest), deixa uma recomendação de filme:
Os Fabelmans
Duração: 2h31
Onde assistir: Somente nos cinemas
Assisti “Os Fabelmans” sem saber muito sobre o filme e me apaixonei. Steven Spielberg fez tantos filmes que assisti na infância e tem um impacto na cultura em geral, principalmente pra quem cresceu nos anos 80! E esse filme, apesar de ser sobre a vida dele, teve um tom ótimo. É uma história linda e eu fiquei muito tocado ao assistir. Fiquei mandando mensagem pra todo mundo, “você tem que assistir Os Fabelmans!” (risos). Sinto que esse é o que meus amigos não teriam visto, mas eu amei. Sou um cara muito simples!
Em meio à comemoração de 20 anos do disco “Elephant”, o White Stripes mostra que segue relevante mesmo 12 anos após o fim. Mas ao longo dos últimos dias, o nome da banda voltou à tona por outro motivo: um jornalista que criticou as habilidades de Meg White como baterista.
Não foi o primeiro e certamente não será o último. Pelo visto, Meg White não é uma unanimidade entre os fãs de rock - e nem mesmo entre quem gostava da sua banda. Lachlan Markay escreveu no Twitter: “A tragédia do White Stripes é o quão bom eles teriam sido com um baterista meio decente. […] Lamento que Meg White tenha sido terrível e nenhuma banda é melhor por ter uma percussão de merda.”
A coisa ganhou proporção e teve até resposta da também ex-esposa de Jack White, Karen Elson, defendendo Meg. O próprio Jack fez um post enigmático no Instagram dando a entender que se referia a essa treta. Por fim, Lachlan pediu desculpas: “Então, para Meg White: sinto muito. Realmente. E para as mulheres no mundo da música em geral, que eu acho que estão desproporcionalmente sujeitas a esse tipo de merda, lamento ter alimentado isso também. Eu realmente vou tentar ser mais atencioso no futuro, tanto aqui quanto fora.”
A questão é justamente essa: quando um jornalista desvalida o trabalho de outra pessoa, isso é tomado como verdade por parte dos seus leitores, mesmo que seja em seu Twitter pessoal. E é especialmente notório como críticos homens se sentem empoderados para questionar o protagonismo de mulheres, em especial quando comandam instrumentos mais comumente associados ao masculino.
Vale dizer que Meg White e qualquer outra mulher profissional, no mercado da música ou não, é passível de crítica. Existem gostos diversos e estilos, abordagens e perspectivas diferentes. Por outro lado, estamos falando de uma banda que acabou há mais de uma década, e talvez seja hora de superar que essa baterista, cujas habilidades são tão questionadas, teve uma carreira de enorme sucesso. Os dois lados dessa história acabam se desgastando à toa - mas nem te conto qual deles pode entrar para o Hall da Fama este ano! Meg White segue plena, sem se envolver em briga nenhuma. Errada não está.
Em dúvida do que ouvir? Venha curtir nossas playlists temáticas, sempre recheadas de novidades: