Spotlight #22 Linkin Park, Dee Snider, tornado em show de metal e mais
Lançamentos e músicas de sucesso da semana!
A semana se encerra com feriado pra sextar bonito! No mundo da música, teve de tudo - até tornado. Foi o que aconteceu com a banda brasileira de death metal, Crypta, que estava em turnê em Illinois, nos EUA, quando a casa de shows foi deixada destruída, com uma pessoa morta e 28 feridos.
Mas nem assim as tretas dão trégua. A Anitta e a Warner decidiram encerrar seu contrato depois de a cantora deixar bem clara sua insatisfação com a gravadora. Já o rapper Diddy paga até hoje pelo uso indevido de “Every Breath You Take” como um sample em “I’ll Be Missing You”, sucesso de 1997. O preço? US$5 mil… por dia!
A não-passagem de Drake pelo Brasil continuou rendendo, com reclamações pela demora na devolução do cachê que o rapper recebeu para estar em uma after party (à qual ele não compareceu, claro).
Lá no site, entramos na trend dos discos sem defeitos e fizemos a nossa lista, obviamente.
E aí, pronto para curtir o fim de semana prolongado com música?
Nathália Pandeló
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Seguimos por aqui no esquenta de um dos festivais mais aguardados do ano! O MITA entrega não só shows muito aguardados e hypados, como apresentações únicas que a gente nem sabia que eram possíveis. Vamos falar de uma delas hoje:
Arthur Verocai é um renomado músico, compositor e arranjador brasileiro, conhecido por seu trabalho em diversos gêneros musicais, incluindo a bossa nova, o samba e o jazz fusion. Já a banda BadBadNotGood é um grupo canadense de jazz instrumental formado em 2010. O que liga essas duas coisas aparentemente distantes? O festival MITA, que recebe ambos para um show especial no Rio de Janeiro, em 27/05 - sendo este apenas um dos encontros imperdíveis do evento.
A parceria não é só por conta deste show. Os canadenses e o brasileiro se conhecem há alguns anos, já se apresentaram juntos no Brasil em outras ocasiões e Verocai marca presença na discografia do BadBadNotGood, no álbum “Talk Memory”. Ambos os artistas são conhecidos por suas habilidades em arranjos complexos e sofisticados, o que pode ter contribuído para uma apreciação mútua de seus respectivos trabalhos.
A apreciação do público é, então, em dose dupla. Motivos para isto não faltam. Arthur Verocai é, por si só, uma instituição da nossa cultura, tendo influenciado a música brasileira e mundial com seu estilo sofisticado e inovador. Ele é conhecido por sua habilidade em fundir diferentes gêneros musicais, como o jazz e o samba, criando uma sonoridade única e original.
Já o BadBadNotGood é conhecido por seus shows intensos e enérgicos, que misturam jazz instrumental com elementos de hip-hop, eletrônica e rock. Algumas características do show da banda incluem:
Improvisação: A banda é conhecida por sua habilidade em improvisar durante as performances ao vivo, o que significa que cada show é único e imprevisível.
Foco na música instrumental: A banda geralmente não usa vocais em suas músicas ao vivo, permitindo que a música instrumental seja o foco da apresentação.
Experimentação sonora: A banda usa uma variedade de instrumentos e equipamentos eletrônicos para criar sons e texturas únicas em suas performances ao vivo.
Colaborações: O BadBadNotGood frequentemente colabora com outros artistas durante suas apresentações ao vivo, o que pode levar a surpresas e momentos emocionantes para o público.
Energia contagiante: Com sua música empolgante, o BadBadNotGood cria uma atmosfera de celebração da música em seus shows ao vivo.
Tudo isso torna esse encontro apenas imperdível! Já garantiu seu ingresso?
Confira alguns dos principais lançamentos dessa sexta!
Daniel Caesar - Never Enough
Daniel Caesar apresenta seu esperado terceiro álbum de estúdio. Como continuação de Case Study 01 e Freudian, ele busca novos caminhos. Embora Daniel permaneça no gênero R&B/Soul, também experimenta diferentes estilos de produção e sons para entregar novas nuances da sua música.
Linkin Park - Meteora 20th Anniversary Edition
O grupo comemora duas décadas de seu segundo álbum, o multiplatinado e indicado ao Grammy “Meteora”. O grande destaque do projeto foi desenterrado enquanto a banda vasculhava os discos rígidos em busca do que se tornaria o “Meteora 20th Anniversary Edition”: uma música completa e mixada, porém esquecida, dessa época, apropriadamente intitulada “Lost”. Além dela, tem mais 5 horas de material.
Ellie Goulding - Higher Than Heaven
Depois de uma série de singles, Ellie Goulding está de volta com um disco que ela define como seu “menos pessoal”, permitindo ir além das expectativas. Greg Kurstin (Adele, Sia) e o brasileiro Alok estão entre os produtores que assinam faixas.
Em entrevista ao TMDQA!, Andreas Kisser comentou sobre a importância de ter ao seu lado um outro guitarrista - como o argentino Andrés Giménez, que o acompanha no supergrupo latino De La Tierra:
Desde que o Max [Cavalera] saiu do Sepultura, eu não tinha um parceiro de banda tocando outra guitarra, e isso faz uma diferença brutal. O processo que eu tinha com o Max começou lá em 1987 e se desenvolveu até o que foi o Roots [1996]. A gente parecia um guitarrista só. E pra você ter uma sintonia assim com outro guitarrista não é tão simples. Mas com o Andrés a gente achou. Já conhecíamos muito o trabalho um do outro, então a gente sabe onde estão os defeitos e virtudes de cada um.
Confira abaixo as músicas, artistas e discos mais ouvidos na última semana no Spotify!
Top Singles
Miley Cyrus - “Flowers”
Karol G, Shakira - “TQG”
SZA - “Kill Bill”
Pink Pantheress, Ice Spice - “Boy’s A Liar Pt. 2”
Rosalía, Rauw Alejandro - “BESO”
Top Artistas
Taylor Swift
Bad Bunny
The Weeknd
Drake
Lana Del Rey
Top Álbuns
Karol G - “Mañana Será Bonito”
Morgan Wallen - “One Thing At A Time”
SZA - “SOS”
Bad Bunny “Un Verano Sin Ti”
The Weeknd - “Starboy”
Nossa convidada de hoje é ninguém menos que Adriana Calcanhotto, que na última semana lançou um novo álbum e conversou com o TMDQA! sobre muitas coisas - inclusive o que assistir nos streamings:
Emicida: Amarelo - É Tudo Pra Ontem
Onde assistir: Netflix
Duração: 1h29
Um show que nasceu clássico, como um audiovisual, é o Emicida no Teatro Municipal. Eu acho aquilo a coisa mais linda, já vi não sei quantas vezes! E aquela sacada dele sobre a música no modernismo é uma coisa... Eu recomendo.
Dee Snider, vocalista do Twisted Sister, chamou atenção recentemente por dizer que o Unplugged, da MTV, matou o metal. Não foi a qualidade musical, não foram os cabelos que removeram o heavy metal do mainstream, não foi a existência de outros gêneros que, por vezes, ganharam a disputa com o rock. Foi o programa da MTV quem tirou o bom momento que o metal vivia nos anos 80 e certamente ainda nos anos 90.
A ideia dele não é ilógica. Sim, se você está tocando violões, certamente não está fazendo heavy metal. Daí a concluir que o declínio de um gênero inteiro se deve a um projeto que hoje anda mal das pernas é meio forçado. Do contrário, o heavy metal já teria voltado a tocar em rádio como naquela época.
Daria para problematizar um tanto e cair sempre na questão do rock e seus subgêneros perdendo espaço para o pop e o hip hop, entrando nessa conta fatores subjetivos - como gosto musical - até questões mercadológicas. Mas vale mais a pena espelhar o argumento de Dee Snider para o Brasil e pensar no que o formato do Acústico MTV deixou de legado.
Pra quem é Gen Z, um resuminho: estamos falando de um programa da MTV Brasil que consistia de apresentações acústicas de artistas e bandas, gravadas em locais históricos ou intimistas, com a presença de uma plateia selecionada. O programa começou em 1990 e se tornou um grande sucesso de público e crítica. Segue até hoje, de certa forma - ouviu o novo da Manu Gavassi cantando Rita Lee? Então.
Nos anos 90, alguns dos principais medalhões da música gravaram um Unplugged ou Acústico. Nirvana e Pearl Jam, Bob Dylan e Eric Clapton, Alice in Chains e Bruce Springsteen na gringa. No Brasil, o formato perdurou ainda no começo dos anos 2000. Gilberto Gil e Moraes Moreira gravaram os seus, Legião e Titãs também. Carreiras inteiras foram reavivadas, outras solidificadas. Capital, Charlie Brown, Cássia, D2, O Rappa… Até Roberto Carlos tem um Acústico “apócrifo” - o registro visual não foi ao ar, mas o disco tá aí num Spotify perto de você.
Alguns destes shows se tornaram tão icônicos que a versão desplugada de uma canção tomou o lugar da de estúdio em popularidade e preferência dos fãs. Covers impensáveis se tonaram marcantes. Estamos falando de Eller cantando Riachão, de Russo cantando Menudo, de Cobain cantando Bowie.
Em resumo, o Acústico MTV teve uma grande influência no mercado fonográfico brasileiro, promovendo novos artistas, reforçando a imagem de outros já consagrados, gerando novas tendências musicais e estabelecendo um novo padrão de qualidade para as gravações ao vivo.
Uma pena que o Unplugged não tenha deixado memórias tão positivas para o público americano, apesar de ter gerado grandes clássicos. Talvez se a Shakira tivesse incluído sua versão de Nothing Else Matters naquele Unplugged de 2000, o problema estivesse resolvido - nunca saberemos.
Em dúvida do que ouvir? Venha curtir nossas playlists temáticas, sempre recheadas de novidades: