Spotlight #25 The National, Adriana Calcanhotto, Drake ou inteligência artificial?
Lançamentos e músicas de sucesso da semana!
Olá!
A semana teve reviravoltas, despedidas, bizarrices e tretas - claro.
Com a morte de Reges Bolo, da banda O Surto, vem à tona a história da banda que teve um hit - “Pirou Meu Cabeção”, lembra? - grande o suficiente para a levar a um show no Rock in Rio.
O Metallica conseguiu o impensável com 72 Seasons - um disco com piores avaliações que St. Anger. Que fase…
E o Killer Mike, do Run The Jewels, anunciou seu novo disco solo (o primeiro em mais de uma década) e lançou logo uma música com El-P, a outra metade do RTJ, só pra dar uma variada.
O momento “volta por cima” da semana foi para a fita cassete, que tudo indica estar passando pelo “fenômeno vinil”.
No site, uma lista recordou 10 vezes em que astros da música caíram no soco, de momentos inesquecíveis (tipo aquela entre Los Hermanos e Charlie Brown Jr.) até surpreendentes (Charlie Watts, o baterista mais gracioso que já existiu, sabia socar outras coisas também).
O funk voltou à pauta essa semana, com Buchecha finalmente explicando a letra de “Nosso Sonho” (aquela que muita gente na internet acusou de pedofilia) e Bob Rum anunciando feat com ninguém menos que Stevie B, o rei do melody.
O momento “por essa você não esperava” dos últimos dias é um oferecimento de Liquid Death, a marca de água que lançou uma parceria com Travis Barker no lançamento de um… kit de lavagem intestinal. O preço, é claro, é US$182. E o Pearl Jam e o Alok, que já fizeram mais pela Amazônia e pelos povos originários do que muita gente por aí? Pra você ver como a nota de corte anda baixa… E, por fim, parece que o mercado da música ruiu e a culpa é de Friends - sim, aquele seriado.
Esse é só o começo! Confira abaixo mais novidades sobre a indústria da música logo abaixo.
Nathália Pandeló
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Agora falta menos de 1 mês para o MITA, e com ele um encontro de peso no palco carioca do festival! No dia 27/05, Planet Hemp e Tropkillaz mostram por que sua parceria dá tão certo 🔥
A banda e o duo de DJs têm uma relação de colaboração mútua - embora pareçam circular em cenas diferentes. O Planet Hemp é uma banda carioca de rap e rock formada nos anos 90, enquanto o Tropkillaz é um duo paulistano de música eletrônica formado em 2012.
Podem parecer mundos distintos, mas no show do Planet no MITA, essa sintonia vai ficar ainda mais presente. Quem já ouviu o álbum “Jardineiros”, que o Planet Hemp lançou no ano passado, sabe que o feat entre a banda de D2 e o duo de Laudz e Zegon facilmente se destaca em um álbum já lotado de convidados especialíssimos - entre eles o saudoso Marcelo Yuka e Criolo.
No palco do festival, certamente será possível ouvir “Ainda” ao vivo - e muitas outras surpresas.
E aí, já garantiu seu ingresso para o MITA?
Confira alguns dos principais lançamentos dessa sexta!
The National - First Two Pages of Frankenstein
Este é o nono álbum de estúdio da banda americana de indie rock The National. O disco foi produzido pela própria banda no interior do estado de Nova York e conta com participações especiais de Sufjan Stevens (na ótima “Once Upon a Poolside”, que abre o álbum), Phoebe Bridgers e Taylor Swift, com quem Aaron Dessner vem trabalhando nos últimos tempos.
Marina Sena - Vício Inerente
O segundo álbum da cantora mineira chega mais pop e arrojado, apresentando doze faixas produzidas por Iuri Rio Branco. O disco é uma escolha segura para estabelecer Marina como uma artista a se prestar atenção, trazendo uma variedade de gêneros musicais, como trap, pagotrap, reggaeton, drill, R&B, Triphop e Soul. Além disso, há a influência reconhecida da MPB nas composições de Marina.
Jessie Ware - That! Feels Good!
Quinto trabalho de estúdio da artista inglesa, este é o álbum para consolidar a nova posição de Ware como estrela - três anos após o elogiadíssimo What’s Your Pleasure?. Para além dos novos hinos das pistas revelados antecipadamente - Free Yourself, Begin Again e Pearls -, o disco chega embebido em otimismo para avançar o clima disco e o sophisti-pop da artista.
Em entrevista ao Podcast TMDQA!, a cantora e compositora Adriana Calcanhotto falou sobre a renovação dos acadêmicos da Academia Brasileira de Letras. Na última quinta-feira (20), a instituição elegeu a crítica cultural Heloisa Buarque de Hollanda para ocupar a cadeira 30, que era de Nélida Piñon. E, ontem (27), Ricardo Cavalieri superou Mauricio de Sousa na votação pela cadeira 8, anteriormente ocupada por Cleonice Berardinnelli, ex-professora de Adriana. A cantora até cogitou a candidatura para o assento vago, mas voltou atrás por causa de outra mulher gigante: Gal Costa. A convite de Marcus Preto, que era produtor de Gal, ela fará uma sequência de shows em homenagem à saudosa cantora.
Eu fiquei interessada na cadeira 8 pela Cleonice, que era minha mestra, e posso dizer que ficamos amigas. Nós fizemos recitais juntas, e ela me ensinou muito sobre poesia portuguesa. Era uma mulher extraordinária. Fazer uma campanha, na verdade, é conversar com os acadêmicos. Eu tenho muitos amigos lá, já estive algumas vezes quando tinha o Ferreira Gullar, o Nelson Pereira dos Santos…
E agora eu tenho uma outra turma de amigos lá: Antonio Cicero, Gilberto Gil, Fernanda [Montenegro]. Mas o que acontece é que eu recebi o convite pra fazer o tributo à Gal, e aí eu escolhi fazer o tributo à Gal. Não daria pra fazer tudo isso ao mesmo tempo, lançar o ‘Errante’, ensaiar o ‘Errante’, ensaiar a Gal e fazer uma campanha.
Tiraram “Flowers”, de Miley Cyrus, do topo :O
E Bad Bunny pontua nas três categorias, o que significa que já pode pedir música no Fantástico.
Confira abaixo as músicas, artistas e discos mais ouvidos na última semana no Spotify!
Top Singles
Eslabon Armado, Peso Pluma - “Ella Baila Sola”
Miley Cyrus - “Flowers”
Yng Lvcas, Peso Pluma - “La Bebe (Remix)”
Grupo Frontera, Bad Bunny - “un x100to”
Karol G, Shakira - “TQG”
Top Artistas
Taylor Swift
Bad Bunny
The Weeknd
Peso Pluma
Drake
Top Álbuns
Bad Bunny “Un Verano Sin Ti”
Morgan Wallen - “One Thing At A Time”
Karol G - “Mañana Será Bonito”
The Weeknd - “Starboy”
SZA - “SOS”
Hoje recebemos mais um convidado especialíssimo: Dado Villa-Lobos, que em breve sairá em mais uma turnê com a Legião Urbana.
Renegades: Born in the USA
Onde assistir: Spotify e demais tocadores de podcast
Duração: 10 episódios, aprox. 50 minutos cada
Minha dica é o podcast do "The Boss", Bruce Springsteen com o ex-presidente Barack Obama. Eles gravam nos estúdios do Boss, que é o House of a Thousand Guitars, e os dois batendo papo sobre a história da América que eles viveram, e é fabuloso. Acho que está no Apple TV e Spotify. É o papo desses dois que também virou um livro incrível. Vale a pena ver e entender esses dois caras, grandes caras da cultura ocidental. Vai lá, assiste, é muito bom.
Talvez tenha chegado aos seus ouvidos que rolou um feat de The Weeknd com Drake - e também que essa colaboração era falsa, gerada com inteligência artificial. Ou é possível que você tenha visto no site essa matéria:
Um novo estudo da Ditto Music, empresa global de distribuição de música, aponta que o uso da IA na criação de novas canções já é uma realidade.
Analisando mais de 1.200 usuários da Ditto, os dados da pesquisa mostram que 59,5% dos artistas já estão fazendo uso de IA em seus projetos.
Ou seja, os próprios artistas já aderiram a ferramentas de IA para compor, produzir, mixar e masterizar ou mesmo criar artes de capa para lançamentos. A inteligência artificial na música parece ser encarada por muitos como uma ameaça iminente - enquanto, na verdade, ela já faz parte da realidade.
O uso de tecnologia de inteligência artificial generativa na música vem crescendo nos últimos meses, com faixas caseiras que utilizam IA em parte ou na íntegra para recriar vozes de artistas famosos que podem parecer autênticos. “Heart on My Sleeve”, essa imitação de Drake e The Weeknd, tornou-se um sucesso viral nas mídias sociais antes de ser removida das plataformas, o que levantou muitas questões.
Enquanto alguns na indústria consideram essa tecnologia uma ameaça à propriedade intelectual, outros estão confiantes de que o que conta no final é a identificação com um artista de carne e osso - mesmo que uma IA possa até recriar os maneirismos vocais ou mesmo o estilo de compor de um famoso.
No entanto, especialistas alertam que a IA generativa pode remodelar as indústrias criativas em todos os níveis, com fãs, artistas e os sistemas que os governam tendo que se ajustar às novas normas em tempo real. Geradores de música isentos de royalties podem ser usados agora para compor uma batida de rap, um jingle comercial ou uma trilha sonora de filme, o que pode afetar diretamente o bolso dos músicos que trabalham nesse mercado. Tribunais e legisladores estão apenas começando a resolver questões de propriedade quando se trata de inteligência artificial, e os direitos autorais da música podem ser ainda mais complicados do que já são.
A IA generativa não é uma questão série apenas para a música, mas todas as indústrias criativas, como texto, imagens e vídeo. Com o rápido crescimento e aprimoramento da tecnologia, os especialistas afirmam que as indústrias terão que se ajustar às novas normas em tempo real - o famoso trocar o pneu com o carro em movimento. O sucesso de “Heart on My Sleeve” ajuda a trazer a música para o primeiro plano de uma conversa que se intensificou ultimamente em outros meios, especialmente desde o lançamento do ChatGPT da Open AI e geradores de imagens como DALL-E.
Ou seja, estamos começando a ver apenas os primeiros efeitos dessa tecnologia no mercado. Uma coisa é certa: demonizá-la ou fingir que não existe não irá resolver seus potenciais problemas éticos, jurídicos e econômicos. A ver como essa indústria, tão resistente a mudanças, irá se reajustar a essa nova realidade.
Em dúvida do que ouvir? Venha curtir nossas playlists temáticas, sempre recheadas de novidades: