Spotlight #32 Retorno do QOTSA, treta com ingressos da Taylor e papo exclusivo com Billy Corgan
Lançamentos e músicas de sucesso da semana!
Olá!
Taylor Swift nem pisou no Brasil e já está causando: tem show extra e pedidos de investigação na venda dos ingressos. Quem também passa por aqui é o Evanescence, com cinco cidades brasileiras contempladas.
Respeita o rap brasileiro, tá? L7NNON é indicado ao BET Awards, o prêmio da excelência negra mais conhecido nos EUA.
Ajoelhou, vai ter que rezar? Liam Gallagher está sendo cobrado pela reunião do Oasis prometida caso o Manchester City ganhasse aquele after do show da Anitta.
Por outro lado, Lil Uzi Vert entrou para o crescente grupo de artistas acusados de satanismo por conta do feat pesado com o Bring Me the Horizon. Quem também já está cansado de rock é Rod Stewart, que falou que vai dar um tempo do gênero.
Em um novo episódio da série “perdeu a chance de ficar calado”, Roger Waters ataca novamente. A arma escolhida da vez foi o machismo, ofendendo a esposa de David Gilmour ao dizer “imagine acordar ao lado disso toda manhã”. Bora comprar um espelho pro moço?
Em época de caça aos direitos LGBTQIA+ nos EUA, até o country está se manifestando a favor da comunidade trans, com Garth Brooks expulsando preconceituosos de seu bar.
O momento “o que é imortal não morre no final” vai pra Joni Mitchell, que subiu em um palco novamente após um aneurisma. Eterna! Por outro lado, John Lennon está sendo revivido por inteligência artificial (quem mais?), em um single inédito dos Beatles. Quem também é imparável é Bob Dylan, que na casa dos 80 segue lançando disco e fazendo turnê. A nova é que ele vai trancar os celulares do público - mas aí vai ser obrigado a pelo menos dar um “boa noite” pra plateia, né não?
E o pai da Lana Del Rey, que aos 69 lançou um disco de estreia superando a própria filha? O Foo Fighters não teve a mesma recepção, com o retorno comercial de Here We Are ficando abaixo de todos os lançamentos da banda desde 1995. Aquela outra banda do Dave Grohl - Nirvana, lembra? - será revivida nos palcos brasileiros. Em um retorno aguardado, o Seattle Supersonics - não o saudoso time de basquete, mas a banda argentina - virá ao Brasil com shows especiais ao lado de uma orquestra.
Temos jovens por aqui? O TikTok já se tornou o terceiro formato de vídeo mais consumido no Brasil. Por outro lado, parte do público dessa newsletter já pode ficar sabendo: você ouve música de pai, de acordo com a Gen Z.
Pelo menos não faça como Josh Homme e ouça algo além de João Gilberto e Britney Spears nessa sexta-feira cheia de lançamentos! Confira abaixo.
Nathália Pandeló
Editora da newsletter
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Confira alguns dos principais lançamentos dessa sexta!
Queens of the Stone Age - In Times New Roman…
O grupo de Josh Homme pode ter escolhido a fonte mais padrão de todas para batizar seu novo disco - mas não se engane: o QOTSA quer fugir às escolhas fáceis. Tanto que o disco foi composto em meio a um divórcio turbulento e drama de saúde do vocalista, além da morte de vários amigos próximos. Tudo isso transparece nas canções.
Marcelo D2 - IBORU, que sejam ouvidas nossas súplicas
Um novo estilo musical surge, no qual a força do rap é levada pela primeira vez ao sagrado terreiro do samba. É com essa proposta inovadora que Marcelo D2 apresenta "IBORU, que sejam ouvidas nossas súplicas", um movimento artístico inaugurado com o lançamento de seu nono álbum. Tem show de lançamento na Audio, em SP, hoje!
King Gizzard & The Lizard Wizard - PetroDragonic Apocalypse; or, Dawn of Eternal Night: An Annihilation of Planet Earth and the Beginning of Merciless Damnation
Com esse título enorme, não sobrou espaço para descrever o álbum! Mas é mais um trabalho potente dos mais trabalhadores deuses do rock australiano, com uma história apocalíptica.
Killer Mike - Michael
Novo álbum solo da metade mais afiada do Run The Jewels, Michael é um mergulho profundo nas origens do rapper no sul dos EUA, dialogando sobre questões como família, identidade e racismo.
Kelton - Esperar Aquela Dança
Quarto álbum do cantor e compositor brasiliense, Esperar Aquela Dança traz um rock alternativo familiar e surpreendente. O projeto foi inspirado pelos sons dos anos 70 e 80, mas sem perder o contato com a atualidade. Composto antes da pandemia, o próximo disco soa profético ao abordar questões universais de forma pessoal, refletindo os rumos do Brasil.
Em uma entrevista exclusiva ao nosso site, Billy Corgan falou sobre ascensão do Smashing Pumpkins com a nova geração, influência do Metal e o novo disco “ATUM”. Mas os assinantes da newsletter recebem um trecho exclusivo desse papo imperdível. Confira logo abaixo:
TMDQA!: Billy, eu vi recentemente você falando sobre suas bandas de Metal preferidas. Queria saber se você tem algum outro estilo do qual é bastante fã, a ponto de destacar bandas dessa forma. Algo tipo Punk? Rock clássico?
Billy: Olha, tem muita coisa. Curiosamente, eu não sou muito fã de Punk. Eu amo os Ramones; eu comecei a ouvir Ramones quando eu tinha uns 10 anos, e eu cheguei a conhecer o Johnny e o Joey por um tempo. Amo os Ramones. Acho que eles são uma daquelas bandas que você nem pode definir direito; tipo, claro, eles são a banda Punk original, mas nenhuma banda é como os Ramones, sabe?
TMDQA!: Sim! Entendo demais. E quanto a discos? Você tem algum Top 5 ou coisa do tipo, mesmo que seja dentro do Metal?
Billy: Eu não penso muito dessa forma! Vou tentar te explicar: lá em 1984, ou qualquer coisa por aí, eu ouvia majoritariamente o que havia de música alternativa na época. Mas aí saiu o Ride the Lightning, do Metallica, e eu acho que pra muitas pessoas ele meio que mudou tudo. De algumas maneiras, ele fez uma ponte entre o Punk, o Metal e o Alternativo na mesma caixa. E é isso que uma banda é capaz de fazer. Sabe, tipo, os Beatles uniram coisas que ninguém mais conseguia unir. O Nirvana fez isso, os Pumpkins fizeram isso, em épocas diferentes e com graus de sucesso diferentes. Então, eu tento focar nesses tipos de discos.
Eu acho que o Don't Break the Oath, do Mercyful Fate, é um desses discos. Ele é quase sombrio, se você o ouvir bem, e é quase alternativo. Eu sei que ele é categorizado como Metal, mas eu tocaria esse álbum para um fã de música alternativa e, se a pessoa não gostar dele, eu diria: "Como você gosta de Deafheaven e não de Mercyful Fate?". Pra mim, eles vêm do mesmo lugar. E eu não estou me referindo ao inferno. [risos] Acho que eles vêm do mesmo senso espiritual musical.
Confira abaixo as paradas da Billboard, divididas por gêneros, tendências e mais música brasileira.
Singles - Brasil
Dennis e MC Kevin O Chris - “Ta OK”
Ana Castela - “Nosso Quadro”
Israel & Rodolffo & Mari Fernandez - “Seu Brilho Sumiu”
Simone Mendes - “Erro Gostoso”
Zé Neto e Cristiano - “Oi Balde”
Singles - Global
Eslabon Armado X Peso Pluma - “Ella Baila Sola”
Bizarrap & Peso Pluma - “Bzrp Music Sessions, Vol. 55”
Fifty Fifty - “Cupid”
Bad Bunny - “Where She Goes”
Yng Lvcas x Peso Pluma - “La Bebe”
Bombando no Twitter
Niall Horan - “Science”
SHINee - “The Feeling”
Slipknot - “Adderall”
BTS - “Take Two”
Niall Horan - “Must Be Love”
Rock & Alternativo
Zach Bryan - “Something In The Orange”
Jelly Roll - “Need a Favor”
Nicky Youre & dazy - “Sunroof”
Stephen Sanchez - “Until I Found You”
Steve Lacy - “Bad Habit”
R&B e Hip Hop
Lil Durk featuring J. Cole - “All My Life”
SZA - “Kill Bill”
Toosii - “Favorite Song”
Metro Boomin, The Weeknd & 21 Savage - “Creepin’”
Miguel - “Sure Thing”
Pop
Miguel - “Sure Thing”
Rema & Selena Gomez - “Calm Down”
Miley Cyrus - “Flowers”
Metro Boomin, The Weeknd & 21 Savage - “Creepin’”
SZA - “Kill Bill”
Como você viu ali em cima, Marcelo D2 está de disco novo! Em entrevista ao TMDQA!, ele compartilhou qual série acha que todo mundo deve assistir:
Atlanta
Onde assistir: Netflix
Duração: quatro temporadas com 10 episódios cada, cerca de 30 minutos
Eu gosto muito do Donald Glover. Ele é um artista super interessante em discos, e Atlanta só vai melhorando. Só chegaram as 3 primeiras temporadas no Brasil, mas já tem uma quarta temporada que não lançou ainda aqui (mas quem é rato de internet consegue ver!). Não é o meu caso, mas eu tenho amigos. Meus poucos amigos são hackers (risos). Eu comecei a ver a quarta, vi só o primeiro episódio. Mas a terceira temporada é muito matadora! Quando eu gosto de uma série, eu vejo muito devagarzinho, com medo de acabar. Aí eu vejo um episódio, fico dois dias maturando, depois vejo outro, depois volto.
Como você deve ter lido ali em cima, o TikTok é oficialmente uma das principais plataformas de vídeo no país. No primeiro mês de medição da Kantar Ibope Media, empresa responsável por acompanhar a audiência de TV e vídeos online no Brasil, a gigante chinesa já estreia em terceiro lugar no ranking, com 3,1% na audiência, considerando tanto a TV aberta e paga quanto as plataformas de vídeos.
O TikTok aparece logo atrás do YouTube (14,1%) e da Netflix (4,2%), superando plataformas como Globoplay (0,8%) e Prime Video (0,5%). Nada mal. A medição dessa rede social, em específico, por uma referência como o Ibope, é sintomático: reflete um entendimento do mercado de que o tempo passado pelos brasileiros encarando o app deve ser computado como mídia. E errados não estavam, como comprovam os números.
Isso não quer dizer que as mídias tradicionais estão mortas, claro. A TV linear (aberta e paga), em todos os dispositivos (smartphones, tablets, laptops e TVs conectadas ou não), representou 76,2% da participação, enquanto os formatos de vídeo online registraram 23,8%.
Para o mercado da música, o novo dado explica alguns dos mais recentes fenômenos, seja no Brasil ou na gringa. Marina Sena tá aí até hoje surfando nessa onda, bem como a banda Jovem Dionísio. Foi graças ao app que o Metallica passou a conquistar uma nova base de fãs (ok, e também graças a Stranger Things), enquanto o mais novo queridinho do metal, o Sleep Token, foi sucesso lá primeiro. Kate Bush e Fleetwood Mac certamente não reclamariam do retorno que vem tendo de seus antigos novos sucessos na plataforma. Isso sem falar da Samara Joy, uma cantora que ganhou notoriedade no TikTok cantando antigos standards de jazz, o que mostra que todas as tribos se encontram naquele espaço. Onde Lil Nas X e Olivia Rodrigo estariam os hits que definiram suas carreiras começando como trilhas de dancinhas antes de chegarem ao pódio da Billboard?
O que os novos dados do Ibope ajudam a esclarecer é o motivo por trás de sucessos virais. Há muito que se dizer sobre a “tiktokização” da música, com singles desenhados para acompanhar as viradas de vídeos, de receitas bizarras a desinformação política. Só não dá pra fingir que o aplicativo não é, hoje, uma das maiores fontes de entretenimento online. O TikTok sabe muito bem do seu potencial para cravar tendências musicais, e cada vez mais solidifica seu lugar nesse mercado. O consumidor final e certamente os artistas não devem desmerecer uma ferramenta que é inegavelmente potente - para o bem e para o mal.
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