Spotlight #33 Submarino perdido, The Cure e Alanis no Brasil
Lançamentos e músicas de sucesso da semana!
Olá!
Nessa semana, só se falou dele: o submarino. Não o amarelo, mas o perdido. Aquele que fez turismo de desgraça, levando bilionários até os destroços do Titanic numa viagem que acabou tragicamente. Mas, do lado de fora, foi vida que segue. Tanto que o enteado de um dos passageiros chamou atenção ao ir a um show do blink-182, dizendo que a banda o ajuda em momentos difíceis. Então tá, cada um com a sua forma de terapia. Aliás, tudo isso já havia sido previsto por Os Simpsons (quem mais?).
O momento “hora de quebrar o porquinho” é um oferecimento de Megadeth, que deve voltar ao país ainda este ano, e Morrissey, que se confundiu na hora de anunciar shows confirmados no Brasil - com uma casa que não existe. Alanis Morissette também se apresenta em São Paulo, com a turnê do icônico disco “Jagged Little Pill”, completando 25 anos (!). E o Primavera Sound de SP finalmente começou a soltar a programação, anunciando unicamente The Cure por enquanto.
Os shows nacionais seguem movendo grandes públicos. É o caso do Jota Quest, que gravou um DVD com 30 mil pessoas; e o Titãs, que finalmente chegou a São Paulo com a turnê que já encanta o Brasil e somou 150 mil fãs no Allianz Parque.
No mundo do rock pesado, o vocalista do Rammstein, Till Lindemann, tem enfrentado acusações de abuso sexual. Segundo o baterista, Christoph Schneider, Till tem se afastado cada vez mais da banda. Já o Avenged Sevenfold vive um bom momento - pelo menos no que diz respeito a paradas de streaming. “Life Is But a Dream…”, seu novo álbum, ocupou o Top 50 de Rock e Metal com TODAS AS MÚSICAS.
O Foo Fighters, que pode não ter o mesmo sucesso comercial com o novo disco, “But Here We Are”, está em uma aguardada turnê - dessa vez, recebendo ninguém menos que Hayley Williams, do Paramore, para cantar “My Hero”.
Eloy Casagrande, baterista do Sepultura, listou quais nomes são mais icônicos nesse instrumento na música nacional. Falando em Brasil, um dos maiores acústicos MTV já feitos - o de Rita Lee - finalmente será lançado em vinil.
No Mês do Orgulho, muitos músicos demonstram apoio à comunidade LGBTQIA+ - inclusive Josh Kiszka, do Greta Van Fleet, que se assumiu gay em um post do Instagram. Ele já recebeu apoio de um ícone queer na comunidade rock: Rob Halford, do Judas Priest.
E olha que essa é só a pontinha do… ahm… iceberg. Confira mais novidades abaixo!
Nathália Pandeló
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Confira alguns dos principais lançamentos dessa sexta!
Elza Soares - No Tempo da Intolerância
Elza anunciou, ainda em maio de 2021, um novo disco que se tratava de uma celebração às mulheres. O álbum segue a tendência de seus trabalhos anteriores, apresentando canções de vários compositores. Produzido por Rafael Ramos e com direção artística de Pedro Loureiro, “No Tempo da Intolerância” é o primeiro álbum gravado por Elza após seu aniversário de 90 anos. Inicialmente previsto para 2022, o lançamento foi adiado para coincidir com os 70 anos de sua participação no programa de calouros de Ary Barroso.
Portugal. The Man - Chris Black Changed My Life
O sucessor de “Woodstock” (2017) foi produzido por Jeff Bhasker (Beyoncé, Harry Styles, SZA, Mark Ronson) e é dedicado ao falecido amigo dos músicos e membro honorário da banda, Chris Black, que faleceu em 2019. Entre as 11 faixas, está a interessante e já revelada “Thunderdome [W.T.A]” (com Black Thought, do The Roots, e Natalia Lafourcade) e outros convidados: Unknown Mortal Orchestra, Sean Leon, Edgar Winter e Paul Williams.
Peso Pluma - Genesis
Um dos maiores fenômenos globais da música em espanhol - “Ella Baila Sola” (feat. Elasbon Armado) e “BZRP Music Sessions #55” (feat. Bizarrap) estão nas posições #1 e #2 do Spotify Global respectivamente -, o astro mexicano lança o quinto disco, com 14 faixas. Entre as já lançadas, como “77” (feat. Eladio Carrión), “Rosa Pastel” (feat. Jasiel Nuñez) e “Bye”, tem uma inédita que chama atenção, intitulada “Lady Gaga”.
Jason Mraz - Mystical Magical Rhythmical Radical Ride
Oitavo álbum de estúdio do cantor americano, o novo disco celebra a maturidade de Mraz e marca seu retorno ao pop, em mais uma parceria com o produtor Martin Terefe (Coldplay, Train, Mike Posner) - com quem fez os hits “I’m Yours” e “Lucky”, no icônico álbum “We Sing. We Dance. We Steal Things”.
Albert Hammond Jr. - Melodies on Hiatus
Cofundador e guitarrista líder dos Strokes, Hammond Jr. está de volta com um novo álbum solo: “Melodies on Hiatus”, a sequência de “Francis Trouble” lançado em 2018. O primeiro álbum solo de Hammond em cinco anos conta com participações de GoldLink, Matt Helders (do Arctic Monkeys) e outros. “Melodies on Hiatus” sucede o single independente de 2019 “More to Life”.
Arlo Parks pode cantar de forma delicada, mas ela vem do rock. A artista falou ao TMDQA! quando esteve no Brasil para o C6 Fest:
Por dentro eu sou muito punk rock. Quando eu tinha 15 anos, My Chemical Romance era tudo pra mim. Eu tinha uma foto do Gerard Way acima da minha cama, eu escutava “Welcome to The Black Parade”, eu assisti ao show deles em um festival, não me lembro onde, e eu chorava. Eu amo esse tipo de música e sim, eu amo o revival do emo. Eu sinto que é novo mas ainda tem a essência do que o punk rock é.
Confira abaixo as paradas da Billboard, divididas por gêneros, tendências e mais música brasileira.
Singles - Brasil
Dennis e MC Kevin O Chris - “Tá OK”
Ana Castela - “Nosso Quadro”
Israel & Rodolffo & Mari Fernandez - “Seu Brilho Sumiu”
VEIGH - “Novo Balanço”
Simone Mendes - “Erro Gostoso”
Singles - Global
BTS - “Take Two”
Eslabon Armado X Peso Pluma - “Ella Baila Sola”
Yng Lvcas x Peso Pluma - “La Bebe”
Miley Cyrus - “Flowers”
Bad Bunny - “Where She Goes”
Bombando no Twitter
EXO - “Let Me In”
Olivia Rodrigo - “Vampire”
Doja Cat - “Attention”
EXO - “Hear Me Out”
Misamo - “Marshmallow”
Rock & Alternativo
Zach Bryan - “Something In The Orange”
Jelly Roll - “Need a Favor”
Noah Kahan - “Dial Drunk”
Stephen Sanchez - “Until I Found You”
Nicky Youre & dazy - “Sunroof”
R&B e Hip Hop
Lil Durk featuring J. Cole - “All My Life”
Toosii - “Favorite Song”
SZA - “Kill Bill”
Metro Boomin, The Weeknd & 21 Savage - “Creepin’”
Miguel - “Sure Thing”
Pop
Rema & Selena Gomez - “Calm Down”
Miguel - “Sure Thing”
Miley Cyrus - “Flowers”
Taylor Swift - “Karma”
Metro Boomin, The Weeknd & 21 Savage - “Creepin’”
Precisa de dica para o fim de semana no sofá? Confira abaixo!
Treta / Beef
Onde assistir: Netflix
Duração: 1 temporada com 10 episódios, cerca de 30 minutos cada
A temporada acompanha Amy (Ali Wong) e Danny (Steven Yeun), dois estranhos que passam por um dia ruim até um fechar o outro num estacionamento. A coisa escalona e eles acabam brigando feio no trânsito, transformando aquele bate boca em uma treta que dura meses a fio. É tenso e engraçado ao mesmo tempo, uma reflexão interessante sobre a comunidade asiática americana, mas que dialoga com todo mundo num nível humano. A trilha sonora é um deleite pra quem cresceu ouvindo rock, indie e pop dos anos 90 e 2000. Tem Sugar Ray e Limp Bizkit, Hoobastank e Keane, O-Town e Tori Amos, Björk e Smashing Pumpkins, com direito a uma interpretação bem digna do próprio Steven Yeun para “Drive”, do Incubus. Dá pra sacar a playlist mesmo sem assistir a série.
Pelo visto, agora virou moda agredir artistas no palco. Na última semana, dois casos chamaram muita atenção pela intenção clara de machucar as cantoras Bebe Rexha e Ava Max. A primeira foi acertada em cheio por um celular, levando três pontos no supercílio. A segunda foi apenas dias depois, com um homem invadindo o palco e dando um tapa na artista, que afirmou depois ter sido o suficiente para arranhar seu olho.
Isso tudo na frente de milhares de pessoas. Muitos se perguntam, com razão, o que é que tá acontecendo na música pop. Porém, a pergunta errada a se fazer nesse momento é “mas esses fãs de hoje em dia, hein?”. Estamos falando de duas pessoas que são muitas coisas, mas fãs de Bebe Rexha e Ava Max certamente eles não são.
O homem que jogou o celular em Bebe já está preso. Desse, temos nome: Nicolas Malvagna, de 27 anos. Segundo ele, seria “engraçado” se conseguisse acertar um celular em Rexha. O que agrediu Ava foi jogado do palco por um segurança e, segundo a artista, “nunca mais vai a um show meu”.
Pontos dados, mas a discussão não acabou aí. Foram levantadas hipóteses de ataques coordenados contra artistas que apoiam a comunidade LGBTQIA+, em pleno mês do orgulho. Embora não duvide, ainda não há indícios que comprovem isso. Outro debate que surgiu dos ocorridos foi a possibilidade, aventada já há muito tempo, de aumentar a distância do público dos palcos, por uma questão de segurança.
Não é de hoje que esse tipo de violência acontece em shows. Há muitos episódios marcantes, mas brasileiros (de uma certa idade) se lembram bem da chuva de garrafas em Carlinhos Brown, em um longínquo Rock in Rio. E nem precisa voltar tanto no tempo. Wesley Safadão também levou um celular no rosto em pleno Carnaval de Olinda este ano. Como se fosse aceitável, alguns justificam: “ah, mas ali tem gente de todo tipo, não dá pra achar que só vai ter fã deles”. Claro, mas pessoas decentes respeitam o espaço das outras, inclusive quando elas estão trabalhando em um palco e se abrindo para milhares. Sem falar que existe sempre a opção de não estar ali. Usar esse tempo pra ir ao banheiro, comprar uma cerveja, uma… água mineral.
Atitudes assim são um reflexo da forma como estamos tratando a música e as pessoas que a fazem. Dos singles ao merchandising, tudo é descartável, mas as pessoas também são. Fãs realizam e destroem sonhos num piscar de olhos, exigindo de artistas mais exposição para manterem uma “proximidade” irreal. O fato de que os casos mais recentes ocorreram com mulheres também é bem sintomático, porque entrega o quanto já desumanizamos essas performers que estão bem ali, em cima do palco. O bullying virtual, criticando desde escolhas de roupas a relacionamentos, já virou real há um bom tempo.
É bem possível que os ocorridos com Ava Max e Bebe Rexha sumam logo das manchetes - se é que entraram. Logo, darão lugar às polêmicas mais recentes, vida que segue. Possivelmente entra aí um juízo de valor sobre o trabalho artístico das duas que, apesar de muito sucesso, ainda são descreditadas. Mas esta não é uma discussão musical, sobre gostos pessoais ou talento. É uma questão de mínimo respeito e condições seguras para que pessoas reais façam seus trabalhos. Os incomodados que ouçam as músicas criadas por inteligências artificiais.
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