Spotlight 41: Crypta, Bad Omens, Deftones, Olivia Rodrigo e a nova geração do rock
Lançamentos e músicas de sucesso da semana!
Olá!
Começando a semana com as tretas!
Serj Tankian, do System of a Down, acusa o Imagine Dragons de “desdém por catástrofe humanitária” após pedir o cancelamento do show no Azerbaijão e ser ignorado. E as tretas diplomáticas não param por aí. O The Killers se viu em maus lençóis ao levar ao palco um fã russo para tocar bateria durante show na Geórgia - aquele antigo estado soviético que a Rússia invadiu em 2008. Pelo menos há um final feliz: a banda Behemoth achou um destino para suas doações que foram rejeitadas pela UNICEF por “satanismo”.
E as notícias improváveis não param por aí. Ficou sabendo da casa de shows que proibiu maquiagens faciais num show do Ghost? E o Foo Fighters levando uma piada às últimas consequências que envolveu levar o cantor Michael Bublé da Argentina até os EUA apenas para cantar uma música?
Pelo quinto ano consecutivo, o Megadeth promete que vem ao Brasil. Por outro lado, Tom Morello entrega sem prometer: do nada, o guitarrista fez show em apoio aos roteiristas em greve em Hollywood, cuja paralisação já dura mais de 3 meses. E vem aí demais: Alanis Morissette convidou Pitty para seu show em SP; enquanto Paul McCartney anuncia terceira noite no Allianz Parque, depois de duas esgotadas. Por outro lado, nos EUA, uma falta de ônibus de turnê está levando a cancelamentos de shows.
Respeita as minas, tá? O segundo álbum da banda paulistana de Metal, Crypta, teve a segunda melhor estreia do Rock mundial na semana, superando nomes como Ghost, Paramore e Sleep Token. Já conhece Shonen Knife, a banda japonesa que Kurt Cobain tinha como a melhor do mundo? E The Linda Lindas revelam a pesada “Resolution/Revolution”.
Pra quem gosta de lista, tem ótimas opções no site: os 10 melhores clipes de rap segundo a Rolling Stone gringa; 10 discos do rock clássico que não têm uma música ruim; e 10 músicas que definiram a carreira do Deftones.
A banda de Chino Moreno, aliás, nova queridinha dos jovens e tiktokers, vem superando Queen, Metallica e Nirvana nos EUA. Os novinhos não ouvem só rock da geração de seus pais: o Bad Omens superou Linkin Park e Foo Fighters e volta a ter música de Rock mais popular das paradas. Por fim, saiba quais são as bandas de Rock mais ouvidas no mundo.
As novidades não acabaram, claro. Confira muito mais logo abaixo!
Nathália Pandeló
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Confira alguns dos principais lançamentos dessa sexta!
Jon Batiste - “World Music Radio”
Apenas um ano após conquistar vitórias marcantes no GRAMMY de 2022, incluindo o prêmio de Álbum do Ano, Jon Batiste retorna com “World Music Radio”, um novo álbum multifacetado que promete capturar influências de todos os cantos da terra. Com uma habilidade distintiva em misturar gêneros e culturas musicais, Batiste mais uma vez demonstra sua capacidade de criar uma experiência sonora envolvente e diversificada que simula uma rádio. O disco conta com participações de Lana Del Rey, Lil Wayne, Leigh-Anne e mais.
Planet Hemp - “JARDINEIROS: A COLHEITA”
O grupo carioca lança o desdobramento do projeto “JARDINEIROS” (escolhido como melhor álbum nacional de 2022 pelo TMDQA!), batizado de “JARDINEIROS: A COLHEITA”. Disponibilizado nas plataformas de áudio pela Som Livre com 20 faixas, o novo disco conta com quatro canções inéditas. Entre as novidades no repertório, "NUNCA TENHA MEDO" foi escolhida como música de destaque e conta com a participação de Posdnuos - ex-integrante do trio de rap De La Soul - e produção assinada por Tropkillaz, Nave e Mario Caldato.
Plutão Já Foi Planeta - “Plutão Já Foi Planeta”
Terceiro disco da banda potiguar e primeiro pelo selo Algohits, o trabalho marca uma década da Plutão Já Foi Planeta. Repleto de inovações, o novo material consolida de maneira definitiva a identidade sonora do conjunto, composto atualmente por Cyz Mendes, Sapulha Campos e Gustavo Arruda. As influências presentes no álbum abrangem uma ampla gama de estilos, com alusões diretas e indiretas que percorrem o universo da música brasileira.
Dame D.O.L.L.A. - “Don D.O.L.L.A.”
O armador do Portland Traiblazers mostra que é mais que um All Star da NBA e segue tentando vencer até no rap, onde solidifica sua trajetória com mais um disco. Damian Lillard pode não ter um anel de campeão, mas segue os passos musicais de seus colegas de liga, como Andre Drummond, Aaron Gordon, Lance Stephenson e Lonzo Ball - porém com muito mais sucesso e qualidade - neste que já é seu quinto disco.
Grace Potter - “Mother Road”
A cantora americana, conhecida por sua voz poderosa e estilo que moderniza o rock clássico, retorna com um álbum que é abertamente destinado a ser ouvido na estrada. “Mother Road” é o ousado e introspectivo, onde Potter explora medos profundos e arrependimentos, apresentando uma fusão de gêneros musicais. Produzido por Eric Valentine e com destaques como “Ready Set Go” e “Masterpiece”, o álbum mergulha na jornada emocional da artista, inspirada por memórias passadas, resultando em uma narrativa envolvente.
Corey Taylor conversou de forma franca com o TMDQA! sobre o atual momento do Slipknot e também da sua carreira solo. Ao falar sobre os últimos anos de sua banda na gravadora Roadrunner, Corey foi sincerão ao dizer que não podia contar com a equipe da label para nada - o que, de certa forma, empoderou o grupo para ficar independente e dar conta de tudo na carreira.
E, pra mim, por termos tido que preencher essas lacunas, isso criou uma oportunidade pra nós no sentido de que, agora que estamos fora da gravadora e meio que por conta própria, o futuro realmente está bem aberto pra nós. Hoje temos o luxo de poder dizer, “Beleza, vamos seguir em frente sozinhos? Vamos lançar só digitalmente? Ou procuramos empresas que vão, sabe, nos oferecer as estruturas físicas desde que a gente retenha os direitos?”. É meio que uma carta branca nesse momento, nós podemos escolher o que quisermos e seguir em frente, e isso é algo que nós sempre quisemos fazer, desde o primeiro dia.
Confira abaixo as paradas da Billboard, divididas por gêneros, tendências e mais música brasileira.
Singles - Brasil
DENNIS E MC Kevin O Chris, Maluma & Karol G - “Tá OK”
Kadu Martins - “Halls na Língua”
Kevin O Chris & DJ Nk Da Serra - “Faz Um Vuk Vuk (Teto Espelhado)”
Ana Castela - “Solteiro Forçado”
MC Livinho & DJ Matt D - “Novidade na Área”
Singles - Global
Jung Kook Featuring Latto - “Seven”
Billie Eilish - “What Was I Made For?”
Dua Lipa - “Dance The Night”
Myke Towers - “LaLa”
Taylor Swift - “Cruel Summer”
Bombando no Twitter
V - “Love Me Again”
V - “Rainy Days”
RIIZE - “Siren”
Karol G - “Mi Ex Tenía Razón”
Oliver Anthony - “Rich Men North of Richmond”
Rock & Alternativo
Billie Eilish - “What Was I Made For?”
Jelly Roll - “Need a Favor”
Zach Bryan - “Something In The Orange”
Noah Kahan - “Dial Drunk”
Ryan Gosling - “I’m Just Ken”
R&B e Hip Hop
Gunna - “Fukumean”
Nicki Minaj & Ice Spice With Aqua - “Barbie World”
SZA - “Snooze”
Lil Durk Featuring J. Cole - “All My Life”
Travis Scott Featuring Drake - “Meltdown”
Pop
Taylor Swift - “Cruel Summer”
Rema & Selena Gomez - “Calm Down”
Olivia Rodrigo - “Vampire”
Miguel - “Sure Thing”
Taylor Swift - “Karma”
Hoje recebemos a participação mais que especial de César Lacerda, que lança na próxima semana o seu novo álbum, “Década” (YB Music/Circus), celebrando seus 10 anos de carreira. O músico soma créditos como canções gravadas por Maria Bethânia, Gal Costa, Zezé Motta, Lenine e Maria Gadú e parcerias com Ronaldo Bastos, Chico César, Paulo Miklos e Jorge Mautner. No novo trabalho, César propõe um recorte em sua extensa safra autoral, cantando canções dos seus discos e outras que ficaram conhecidas nas vozes de grandes intérpretes, porém em formato de voz e violão.
Sempre em Frente
Onde assistir: HBO Max
Duração: 1h49
Eu assisti ao incrível “Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo”, o grande ganhador do Oscar do ano passado, na mesma semana em que vi “Sempre em Frente”. Este se tornou um dos filmes da minha vida. Na altura, infelizmente, ele ganhou menos atenção do que merecia. Talvez, o fato de vivermos uma época em que a nossa atenção esteja sendo disputada por tanta informação faça com que o filme dos Daniels, com sua imagética superlativa, tenha ganhado tanto interesse (claro, isso, mas também, o fato do filme ser espetacular). No entanto, o filme de Mike Mills, com as atuações magistrais de Joaquin Phoenix e Woody Norman, é tão sensível, tão tocante, tão humano, enfim, que tudo ali me faz querer desejar que as pessoas assistam a “Sempre em frente” o quanto antes (a tradução do título para o português ficou assim...). Penso que ambos os filmes, cada um à sua maneira, estão pesquisando uma mesma coisa: a alma humana. No entanto, “Sempre em frente” é dono de uma poesia, de uma brandura e de uma beleza que me assombram. E me acolhem. No “tempo da delicadeza”, como dizia Chico Buarque em sua canção, me parece ser o melhor adjetivo para o filme.
Tamanho é documento? Pra muita gente, sim. Tanto que os lançamentos de Luísa Sonza e o anúncio do novo álbum de Olivia Rodrigo surpreenderam muita gente. Isso porque o single da cantora brasileira, “Campo de Morango”, soma apenas 1 minuto e 17 segundos. E o aguardado segundo disco da estrela americana bate em 39 minutos.
O single de Luísa Sonza é um funk frenético feito para uma nova forma de consumo de música, que dialoga com os vídeos do TikTok. Não é nenhuma novidade: o maior hit das paradas brasileiras, segundo a seção acima, é “Tá OK”. Embora agora apareça na forma anabolizada com o remix reunindo Maluma e Karol G, o sucesso original de Kevin O Chris e Dennis também não chega a 2 minutos.
Talvez os gringos ainda não estejam acostumados com essa nova aparente brevidade das paradas. Muitos fãs de Olivia Rodrigo criticaram o comprimento de “Guts”, comparando-o a um EP e lamentando a mudança em relação aos formatos mais longos de álbuns do passado.
Aqui no TMDQA! somos defensores dos discos que não passam a casa dos 40 minutos. Inclusive, historicamente, as limitações do vinil restringiam a duração dos álbuns a cerca de 18 minutos por lado. Muitos discos icônicos, como “Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band” dos Beatles - a tal banda que Sonza rima com “pirulito” na nova música - e “What's Going On” de Marvin Gaye, têm menos de 40 minutos.
Isso sem citar o óbvio: a qualidade de um álbum transcende seu comprimento. Muitos clássicos da música são concisos, provando que a grandeza não é determinada apenas pela duração. O aclamado “Lady Soul” de Aretha Franklin, por exemplo, tem menos de 30 minutos, mas seu impacto permanece significativo.
Olivia Rodrigo, no auge de seus 20 anos, é uma representante da faixa etária que valoriza a concisão. Não faz muito tempo, noticiamos no site o fato de que a cantora associa bandas como The White Stripes e No Doubt a seus pais - o que deixa ainda mais claro que se trata de uma diferença geracional.
Não é de hoje que avanços na tecnologia influenciaram o comprimento de músicas e álbuns ao longo dos anos. O que antes poderia parecer uma vinheta agora leva artistas a criar músicas com menos de 90 segundos. PinkPantheress e Tierra Whack compõem músicas completas nesse intervalo de tempo - como esquecer o marcante “Whack World”, que tinha 15 faixas e 15 minutos de duração?
Parece óbvio, mas o impacto e a arte de um álbum não devem ser descartados apenas com base em seu comprimento. Em uma era em que o TikTok transformou o consumo de música, a concisão pode ser uma vantagem. À medida que a música continua a evoluir, álbuns mais curtos provam que profundidade e impacto podem coexistir em um intervalo de tempo conciso.
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