Spotlight 44: Foo Fighters apaixonado pelo Brasil, novo disco dos Stones e (mais) The Town
Lançamentos e músicas de sucesso da semana!
Olá!
A semana foi marcada por notícias trágicas, como a morte de Steve Harwell, o vocalista do Smash Mouth, com apenas 56 anos; e Mingau, do Ultraje a Rigor, foi baleado na cabeça e está em estado grave.
Está acontecendo o segundo fim de semana do The Town, que já soma performances marcantes. Fizemos um top 5 de respeito lá no site pra quem não conseguiu acompanhar até aqui. Atração do sábado, o Foo Figthers de Dave Grohl se apresentou em Curitiba e o vocalista já admitiu: “todos sabem que o público brasileiro é tipo o mais louco do mundo”. E se é de lista que você gosta, temos 10 álbuns de R&B que não têm uma música ruim (e dois deles são de uma atração do The Town).
O TMDQA! marcou presença na coletiva de imprensa dos Rolling Stones em Londres, onde a lendária banda anunciou seu primeiro álbum em 18 anos. Já até rolou um clipe: “Angry”, estrelado por Sydney Sweeney (The White Lotus, Euphoria).
Vem aí mais uma cinebiografia, dessa vez sobre Marília Mendonça. Agora, o que daria um filme é a última edição do festival Burning Man, que teve celebridades tendo de pegar carona pra fugir da lama e o DJ brasileiro Vintage Culture no meio do caos.
Ah, pronto: segundo Billy Corgan (Smashing Pumpkins), a falta de inovação do rock é culpa da internet. Mas nem tudo está perdido: depois de mais de um ano, o rock aparece no topo da Billboard 200… com um cantor country (saca só os charts abaixo!). Também tem rock e metal no clube dos bilionários do Spotify. Pra completar, em pleno 2023, é o Guns n’ Roses quem leva a melhor nas vendas de rock. Se isso é estar na pior…
Confira outras novidades abaixo e ótima sexta!
Nathália Pandeló
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Confira alguns dos principais lançamentos dessa sexta!
Olivia Rodrigo - “Guts”
Uma transição do pop ao rock vem acontecendo diante dos olhos do público desde que Olivia Rodrigo estourou com “Sour”. Aos 19 anos, agora a artista aborda as complexidades de ser uma jovem adulta, com todas as emoções e ritmos que isso engloba. Após um período dedicado a repensar a forma como compõe, ela ressurge empoderada pelo megasucesso “Vampire”.
Sparklehorse - “Bird Machine”
O álbum póstumo apresenta gravações antigas do projeto de Mark Linkous. Seu irmão Matt cuidava do material deixado por Mark após sua morte em 2010, encontrou “It Will Never Stop” e somou a ela outras 13 gravações inéditas finalizadas com adições de Matt e Melissa Linkous, cunhada de Mark. Difícil a tarefa de superar o excelente “Dark Night of the Soul”, último lançamento de Sparklehorse, em parceria com Danger Mouse.
Roisín Murphy - “Hit Parade”
A cantora irlandesa lança seu sexto álbum em meio a declarações transfóbicas que provocaram rusgas com o próprio selo e shows cancelados. A produção foi de DJ Koze e foi precedida pelos singles “CooCool”, “Can’t Replicate”, “The Universe”, “Fader” e “You Knew”.
The Chemical Brothers - “For That Beautiful Feeling”
Décimo disco do duo inglês, o lançamento será acompanhado em breve de um livro que faz uma retrospectiva da carreira dos Chemical Brothers com depoimento de gente como Noel Gallagher a Michel Gondry. A cantora francesa Halo Maud aparece em duas das 11 faixas; Beck surge em “Skipping Like a Stone”.
James Blake - “Playing Robots Into Heaven”
O álbum marca o retorno de James Blake às raízes eletrônicas. O cantor lançou seu quinto álbum em 2021 e colaborou com vários artistas de hip-hop no ano seguinte. O primeiro single do novo álbum, “Big Hammer”, é uma faixa instrumental de inspiração trap com um videoclipe temático de assalto dirigido por Oscar Hudson.
Sophia Chablau E Uma Enorme Perda De Tempo - “Música do Esquecimento”
A banda vem no hype de seu registro anterior, de 2021. O novo álbum oferece uma mistura única de estilos musicais e referências característicos do projeto paulistano. Com produção de Vitor Araújo e colaborações notáveis, como a faixa “Quem Vai Apagar A Luz” (com Negro Leo) e o próprio Vitor Araújo (em “Time to say goodnight”), Sophia Chablau recorreu a Ana Frango Elétrico como consultora criativa. O resultado é tão diferente quanto parece.
Matuê, renomado representante do trap brasileiro, reafirma seu sucesso ao participar do The Town. Após brilhar no Rock in Rio 2022, o trapper cearense buscou honrar o Nordeste em sua apresentação no segundo dia do festival, enfatizando sua missão de enaltecer Fortaleza, a região nordestina e a nova geração de músicos. Ele disse em entrevista ao TMDQA!:
Eu vejo que nós aqui, de certa forma, somos esquecidos. Somos vistos de uma maneira meio regional e, na verdade, é muito pelo contrário: a gente tem artistas nordestinos liderando e inovando em vários estilos musicais diferentes. Não só aqui no trap, no hip hop, né? E às vezes isso não é dito o suficiente, não é ressaltado o suficiente, tá ligado? Eu vou estar dando esse salve pro 085, pra minha cidade, pro Nordeste como um todo que é uma coisa que está no meu coração demais, toda hora.
Confira abaixo as paradas da Billboard, divididas por gêneros, tendências e mais música brasileira.
Singles - Brasil
Kevin O Chris & DJ Nk Da Serra - “Faz Um Vuk Vuk (Teto Espelhado)”
Ana Castela - “Solteiro Forçado”
Kadu Martins - “Halls na Língua”
Felipe Amorim - “Novinha Vem Pra Putaria”
DENNIS E MC Kevin O Chris, Maluma & Karol G - “Tá OK”
Singles - Global
Jung Kook Featuring Latto - “Seven”
Doja Cat - “Paint The Town Red”
Taylor Swift - “Cruel Summer”
Zach Bryan feat. Kacey Musgraves - “I Remember Everything”
Dua Lipa - “Dance The Night”
Bombando no Twitter
NCT U - “Baggy Jeans”
Nicki Minaj - “Last Time I Saw You”
NCT U - “Alley Oop”
NCT U - “Kangaroo”
ONE OK ROCK - “Make It Out Alive”
Rock & Alternativo
Zach Bryan feat. Kacey Musgraves - “I Remember Everything”
Zach Bryan Featuring The War And Treaty - “Hey Driver”
Zach Bryan Featuring The Lumineers - “Spotless”
Zach Bryan - “East Side Of Sorrow”
Zach Bryan - “Tourniquet”
R&B e Hip Hop
Doja Cat - “Paint The Town Red”
SZA - “Snooze”
Gunna - “Fukumean”
Nicki Minaj & Ice Spice With Aqua - “Barbie World”
Lil Durk Featuring J. Cole - “All My Life”
Pop
Taylor Swift - “Cruel Summer”
Olivia Rodrigo - “Vampire”
Dua Lipa - “Dance The Night”
Rema & Selena Gomez - “Calm Down”
SZA - “Snooze”
A música “Heart on My Sleeve”, criada por um “compositor-fantasma” - o autodenominado Ghostwriter - com inteligência artificial para simular as vozes de Drake e The Weeknd, foi oficialmente submetida ao Grammy, buscando reconhecimento na categoria de Melhor Canção de Rap e Canção do Ano. Embora a composição das letras tenha sido feita por esse autor desconhecido, a interpretação vocal é totalmente gerada por computador. No entanto, a elegibilidade da música é questionável devido às regras do Grammy que exigem uma ampla distribuição comercial, um requisito que pode não ser atendido devido a problemas de direitos autorais e remoções da música das plataformas de streaming.
O CEO da Recording Academy, Harvey Mason Jr., esclareceu que, apesar do uso de IA na criação da música, as premiações do Grammy ainda se concentram na excelência impulsionada pela criatividade humana. Isso reflete a nova abordagem da academia em relação à inteligência artificial na música, permitindo a submissão de músicas que envolvem assistência de IA, desde que haja uma participação significativa da criatividade humana. Embora a criação de músicas com IA seja um território controverso (veja o que o próprio Drake falou sobre isso), Ghostwriter parece estar empenhado em promover um diálogo sobre as possibilidades e desafios que essa tecnologia traz para a indústria musical.
A mera ideia de Ghostwriter concorrer ao Grammy, com uma mão tão pesada da inteligência artificial, traz à tona uma série de questões intrigantes sobre a interseção entre criatividade humana e tecnologia. Enquanto alguns podem argumentar que isso dilui o significado das premiações musicais, ao destacar que o coração da música deve ser a expressão genuína da alma humana, outros veem isso como um reflexo da evolução da arte, onde as fronteiras entre criador e criatura se tornam cada vez mais tênues. A IA está rapidamente encontrando seu lugar na indústria da música, seja ajudando a compor, aprimorando vocais ou até mesmo gerando novos estilos. O Ghostwriter desafia as noções tradicionais e propõe uma reflexão sobre como reconhecemos a criatividade e a autenticidade na era da tecnologia avançada.
Agora, vamos combinar: não é a possibilidade de indicar uma música feita com IA que irá manchar a reputação do Grammy. A Academia de Música tem outros problemas mais urgentes e antigos para resolver, como sua omissão diante da arte feita por mulheres e artistas negros. A inteligência artificial que entre na fila.
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