Spotlight 47: Volta do Wilco, Radiohead vira hit com música antiga e o Round 6 da vida real
Confira os lançamentos para sextar!
Olá!
Terminando a semana com as notícias mais quentes!
Essa é pra quem anda nostálgico do auge das boy bands: o Westlife vem a São Paulo para show único. Também para o ano que vem, o Pearl Jam talvez retorne para o Lollapalooza Brasil; e Bruce Dickinson anunciou a volta ao país com seu disco solo. Quem também continua fazendo planos é Ozzy Osbourne, que não descarta gravar e fazer shows. Por outro lado, o The 1975 pode estar em sua última turnê, segundo o próprio vocalista. E tem uma turma que não lança nada há anos, literalmente.
A Copa do Mundo de Rugby, que acontece atualmente em Paris, trouxe à tona críticas ao hit “Zombie”, do Cranberries, quase 30 anos depois do lançamento, por supostamente retratar de forma “rasa” os conflitos na Irlanda. Já uma notícia nada surpreendente é a coroação da banda de heavy metal que mais vendeu na história.
Ah, pronto: a Netflix pegou aquela série sobre os limites da ganância humana e transformou em reality show. Quem também transforma o improvável em realidade é Brian May, do Queen, que botou o diploma de astrofísico pra jogo e ajudou a NASA em uma missão de pouso de uma cápsula com material de asteroide que explica a formação do Sistema Solar. Outro fato impressionante foi a participação de Chad Smith no desafio do Drumeo, resultando em uma performance memorável do batera de Red Hot tocando Thirty Seconds to Mars.
Também tem notícia fofa e positiva, viu? Tipo esse garotinho de 5 anos que recriou o vídeo de Bruno Mars pelas ruas de São Paulo. Também teve um estudo concluindo que quem vai a shows vive cerca de uma década a mais do que quem não vai. E ainda teve um final feliz para a babá dos filhos de Shakira, que descobriu a traição de Piqué, contou para a cantora e agora terminou estrelando o clipe da colombiana, uma faixa sobre a exploração das trabalhadoras latinas, e ganhando US$1 milhão.
Na editoria de tecnologia, a vida não anda fácil. Pra começar, 95% das NFTs já perderam valor de mercado. E ainda colocaram Freddie Mercury pra cantar Evidências, quando todo mundo sabe que é impossível superar Xororó no gogó. Complicado.
Confira ainda muitas outras novidades abaixo!
Nathália Pandeló
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Wilco - “Cousin”
Este é o 13º álbum da banda de Chicago, produzido por Cate Le Bon, que traz de volta a abordagem de dar peso e estranheza às músicas. O disco está repleto de experimentações sonoras, incluindo ruídos intensos e progressões de acordes ousadas. Wilco continua a reinventar seu som, pela primeira vez trabalhando com produção externa. Qualquer referência à série The Bear no título é mera coincidência (será?).
Ed Sheeran - “Autumn Variations”
Este é o sétimo álbum de estúdio do cantor e compositor britânico, mas também seu segundo projeto musical em 2023 e seu primeiro disco em que ele detém os direitos autorais. Além disso, marca seu primeiro trabalho solo com um título que não é um símbolo matemático. “Autumn Variations” foi anunciado por Sheeran ao dizer que a inspiração veio das mudanças na vida de seus amigos durante o outono, bem como da obra do compositor Elgar.
Lil Wayne - “Tha Fix Before Tha VI”
Lil Wayne está tendo um ano quente, e seu novo projeto antecipa o aguardado álbum “Tha Carter VI”, já anunciado desde o ano passado. Além disso, o rapper está trabalhando em uma colaboração com 2 Chainz chamada “ColleGrove II”. Este lançamento vem depois da coletânea “I Am Music”, que contou com participações de Jay-Z, Kendrick Lamar, DMX e outros.
Aldo Sena - “JAMEVÚ”
O mestre da guitarrada Aldo Sena está de volta, e em grande estilo. “JAMEVÚ” é o seu oitavo trabalho de estúdio e uma celebração festiva de uma trajetória que abrilhanta a música brasileira desde os anos 80. E que se reinventa em 2023 com a assinatura marcante do também guitarrista Saulo Duarte - aqui, responsável pela direção artística e produção musical.
Feid - “Mor No Le Temas A La Oscuridad”
Cantor colombiano conhecido por mesclar reggaeton, trap e música urbana - mas, também, como o namorado da megaestrela Karol G -, Feid tem visto uma ascensão rápida. No último ano, além de um dueto com la bichota, lançou feats com Sean Paul e Rema, o novíssimo astro do afrobeats.
Conversamos com Teago Oliveira, da Maglore, sobre os 15 anos da banda. O vocalista e guitarrista comentou os aspectos regionais do grupo, que começou na Bahia, mas que hoje mescla também elementos mineiros e paulistanos.
Acho que o regionalismo é a parte central de uma criação, de um trabalho artístico. Eu não acredito em nada ultra global. Pra mim, Beyoncé é super regional. O negócio é que o regional dela é expandido pro mundo inteiro, então as pessoas não conseguem ver a raiz do lugar. Existe um lugar super americano ali. E como é americano, as pessoas não conseguem ver como regional. Mas é sim, tudo parte de uma regionalidade. É que talvez as pessoas gostem mais das regionalidades mais amplamente aceitas (risos), de forma geral. E é natural que as pessoas não enxerguem.
A súbita explosão de popularidade da música “Jigsaw Falling Into Place”, do Radiohead, no Spotify 16 anos após o lançamento do álbum “In Rainbows”, tem sido um verdadeiro mistério. A faixa, que há muito tempo estava na sombra dos clássicos do grupo, agora se encontra entre as cinco mais populares da banda de Thom Yorke na plataforma de streaming. Com mais de 120 milhões de reproduções acumuladas, ela só fica atrás de “Weird Fishes”, com 155 milhões, no repertório do “In Rainbows”.
O que torna essa ascensão ainda mais intrigante é a falta de uma explicação lógica óbvia. Não houve uma campanha de marketing específica ou um evento que pudesse impulsionar essa faixa. Ao que parece, o sucesso repentino de “Jigsaw Falling Into Place” pode ser atribuído ao algoritmo do Spotify. Muitos usuários relataram que a música tem aparecido com frequência em playlists recomendadas, mesmo para aqueles que normalmente não ouvem esse tipo de música. Essa descoberta inesperada tem levantado questões sobre como os algoritmos de recomendação de música podem afetar o comportamento dos ouvintes.
Embora o TikTok seja frequentemente responsável por ressuscitar músicas antigas, a análise dos vídeos relacionados a “Jigsaw Falling Into Place” no app revela que, embora existam cerca de 2.500 vídeos que a utilizaram como trilha sonora, eles não seguem uma tendência específica. Esses vídeos parecem ser criados organicamente, com fãs da banda recomendando a música para outros ouvintes. Portanto, ao contrário do que muitos esperariam, o TikTok não parece ser a causa direta desse renascimento.
O ressurgimento de “Jigsaw Falling Into Place” no Spotify é apenas mais um daqueles mistérios de tendências musicais que serão esquecidos na próxima semana. Porém, se mostra um acontecimento sintomático de todo o ecossistema musical. Embora não seja ruim que o Radiohead volte a se popularizar - mesmo sem lançamentos recentes da banda -, acontecimentos assim levantam um alerta sobre o poder das plataformas em manipular a percepção pública e moldar, a seus termos, o que é sucesso ou não. Essa não é a primeira vez e certamente não será a última que fenômenos assim acontecem. Pelo menos tem um monte de gente descobrindo ou redescobrindo o “In Rainbows”, o que jamais será uma coisa ruim.
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