Spotlight 48: O EMO está vivo! Roger Waters recria Pink Floyd e U2 faz história em Las Vegas
Confira os lançamentos para sextar!
Olá! Encerrando a semana recapitulando o que rolou nos últimos dias.
Ficou sabendo que o emo tá vivo? Essa semana só se falou dele: o festival I Wanna Be Tour fará realidade o sonho de toda uma geração, com Simple Plan, The Used, NX Zero e mais em 5 cidades brasileiras. E o emo invadiu a cobertura de NBA nos últimos dias (Jimmy Butler, não mude!). Teve também o show épico do U2 na casa de shows bilionária de Las Vegas. Para os fãs de pop latino, a bichota Karol G confirmou seu primeiro show em São Paulo.
Nem tudo são flores, claro: no show do Dead Fish em Brasília, rolaram algumas verdades sobre a violência no Brasil. Já Aerosmith e o boss Bruce Springsteen tiveram de adiar shows por questões de saúde. Falando em gigantes, a batalha do rap foi vencida (por enquanto) pelo Outkast, que ultrapassou Eminem com o disco do gênero mais vendido de todos os tempos.
Mas Keith Richards não acha grandes coisas do hip hop, do pop e nem do metal. Isso não impediu o Slim Shady de levar a melhor em outra disputa: artistas com mais vendas na história. Outro top 10 superlativo é o das turnês mais lucrativas do ano, e o rock aparece em três posições. Tem neném em casa? No site, listamos clássicos do rock em versões para bebês (educação vem de berço, etc).
Em um momento “respeita o músico”, Vernon Reid lançou uma campanha para dar mais visibilidade a guitarristas “esquecidos” pelo algoritmo; e Flea mandou a real pra quem não gosta de improviso ao vivo: “quer ouvir igual o disco, ouve o disco”. Tá aí um ponto. Para os fãs de álbuns, aliás, a edição comemorativa de 30 anos do “In Utero”, do Nirvana, trará gravações inéditas até hoje.
O Freddie Mercury sertanejo é uma tendência, pelo visto: depois de “Evidências”, veio aí “Dormi na Praça”. A IA foi longe demais? Vamos deixar essa pergunta aí no ar.
Confira abaixo mais novidades da semana!
Nathália Pandeló
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O TMDQA! lançou a primeira pesquisa da newsletter, com o objetivo de conhecer nosso público leitor e entender o que vocês mais gostam de ler por aqui. Leva só 5 minutinhos pra preencher e é totalmente anônima.
Sufjan Stevens - “Javelin”
Stevens gravou o álbum em seu estúdio caseiro, com contribuições de amigos, incluindo Bryce Dessner, do The National. “Javelin” marca um retorno ao estilo de cantor-compositor após seu último lançamento em 2015. O lançamento incluirá um livro de arte e ensaios relacionados às músicas, enquanto o músico se recupera de uma recente hospitalização. Stevens foi diagnosticado com a Síndrome de Guillain-Barré, uma doença autoimune rara que ataca o sistema nervoso. Segundo o próprio artista, ele está reaprendendo a andar. Força, Sufjan!
Roger Waters - “The Dark Side of the Moon Redux”
Este é o sétimo trabalho de Roger Waters, uma regravação do icônico álbum “The Dark Side of the Moon” do Pink Floyd, lançado em comemoração ao seu 50º aniversário. Produzido por Waters e Gus Seyffert, o disco não inclui outros membros originais da banda e apresenta músicos adicionais. A versão Redux enfatiza narrações em vez de solos de guitarra, buscando uma abordagem mais reflexiva e espiritual do álbum original. Waters considera esse projeto uma homenagem e uma oportunidade de revistar as mensagens políticas do registro original.
Pitty - “ADMIRÁVEL CHIP NOVO (RE)ATIVADO”
Pitty celebra duas décadas do icônico álbum “Admirável Chip Novo” com o lançamento do projeto “ADMIRÁVEL CHIP NOVO (RE)ATIVADO”. O trabalho traz novas interpretações de clássicos como “Equalize” e “Máscara” com a participação de renomados artistas brasileiros, como Pabllo Vittar e Emicida.
Paramore - “Re: This Is Why”
A banda revela uma edição especial de seu álbum com remixes, faixas reimaginadas e uma música inédita. Artistas como Wet Leg, The Linda Lindas, Foals e até o radialista Zane Lowe colaboraram no projeto. Uma demo inédita chamada “Sanity” também está incluída. Esse lançamento promete revelar as influências musicais diretas sobre a banda e oferecer uma experiência única aos fãs.
The Dear Hunter - “Migrant Returned”
The Dear Hunter é uma banda de rock americana, inicialmente um projeto de Casey Crescenzo, membro da The Receiving End of Sirens. Sua música é conhecida pela variedade de instrumentos e estilos, indo do indie ao progressivo. Uma versão reimaginada do álbum de 2013, “Migrant”, foi criada por Crescenzo e Mike Watts 10 anos depois, com uma abordagem mais voltada para o rock, incluindo remixagens e resequenciamento das faixas. Isso deu ao álbum uma nova vida e sensação.
Lê Almeida - “I FEEL IN THE SKY”
Depois de percorrer mais de 10 países com Oruã e somar a eles ainda alguns outros, junto à banda Built To Spill, Lê Almeida transforma essa jornada em seu novo álbum solo. “I FEEL IN THE SKY” é uma viagem musical que reflete a evolução criativa de um artista que não se limita a fronteiras, trazendo faixas gravadas de São Paulo a Seattle, de Búzios a Nova York, guiadas apenas pela liberdade criativa. O resultado é um trabalho plural, um desafio sem precedentes na trajetória do músico até aqui, um passaporte com múltiplos carimbos e apenas um destino: o céu.
GuiTüx - “Versões e Reflexões”
GuiTüx é um artista solo e produtor musical de Belo Horizonte (MG) que lança seu primeiro álbum com sonoridade moderna, voltada ao soft rock com elementos eletrônicos. Como o título já diz, o álbum conta com releituras de três sucessos do rock e oito músicas autorais com reflexões fortes sobre o nosso tempo, abordando questões sociais e existenciais, como nossas lutas internas e os desafios da vida.
A rapper Bivolt falou ao TMDQA! sobre seu novo disco, “Chave”. E comentou especificamente sobre o cenário do rap feminino, apontando que ainda existe muita luta para que elas consigam ganhar o reconhecimento equivalente ao dos homens. Sobre incluir outras artistas mulheres em seu disco, Bivolt destacou:
O que eu acho é que essa união tem que ser realmente cada vez mais firme e qualidade sonora, né? As minas fazem música boa pra caramba, então sempre que uma puder trazer, puxar a outra, eu acho que é essencial para construir esse momento que está por vir, que está pra chegar, que é o momento onde as mulheres vão estar nesse número de artistas mais ouvidas também, vão estar dividindo palco em grandes festivais num palco principal. A gente vê que ainda é uma realidade que não existe, né? Não aconteceu, ainda não tem isso, mas é um movimento. A gente está fazendo isso agora pra que o que está por vir seja mais forte, sabe? Não só no meu álbum, mas de outras milhares de mulheres, a gente vê qualidade absurda do trampo. E pra mim é muito bom colaborar com artistas tão incríveis e talentosas assim, como as meninas que chegaram nesse álbum.
O Spotify anunciou esta semana que vai disponibilizar mais de 150 mil audiolivros (em inglês, principalmente), a seus assinantes Premium, que poderão ouvir até 15 horas por mês. Também foi o momento em que o Brasil recebeu a entrada do Audible, serviço da Amazon líder no segmento internacionalmente, na disputa pelo crescente mercado de audiolivros no país. Atualmente, por aqui esse setor é dominado por empresas como Storytel, Ubook, Skeelo e Tocalivros. Mas, quando a Amazon entra no jogo, a brincadeira muda totalmente.
Por que estamos falando disso em uma newsletter de música? Não tem nada a ver com as autobiografias de músicos que se encontram nesses apps, muitas delas lidas pelos próprios autores. O crescimento dos audiobooks no Brasil é significativo porque faz parte de uma estratégia 360º para dominar o mercado de áudio, algo que tanto o Spotify quanto a Amazon tentam fazer.
A empresa do A a Z investe em estúdios no país, banca a Wondery, que produziu o mais recente podcast investigativo de Chico Felitti; e agora chega no maior mercado da América do Sul com o seu serviço de livros lidos por grandes atores e cantores (porém, com um catálogo previsivelmente tímido perto da sua versão gringa). Isso tudo sem falar na Amazon Music, que tem uma entrada considerável no mercado brasileiro graças aos combos com o Amazon Prime - mesmo motivo porque o Prime Video é tão bem posicionado entre os streamings de filmes e séries. Frete grátis no Brasil é assunto sério!
Já a gigante sueca da música notou que oferecer todo o conteúdo de áudio em um app pode ser um diferencial competitivo enorme para a retenção de assinantes - a galinha dos ovos de ouro da era em que tudo é assinatura e tem mil produtores de conteúdo disputando nossa atenção e dinheiro. O Spotify vem há um tempo colocando grana em podcasts, videocasts e audiolivros, um combo que já é bem real na gringa.
No Brasil, o formato ainda não “pegou” como no exterior - talvez por uma escassez de títulos variados. Por aqui, há uma ênfase em audiolivros de autoconhecimento e empreendedorismo, com os romances e biografias em segundo plano. Aos poucos, isso vem mudando. A entrada de editoras importantes como a Companhia das Letras e a Todavia - casa de publicação do último hit nacional, Itamar Vieira Junior - mostra o potencial desse caminho que pode levar músicas, podcasts e livros a uma só plataforma.
Isso sem falar nas possibilidades de acessibilidade para um número considerável de brasileiros. Segundo o IBGE, o país tem mais de 500 mil pessoas cegas, uma estatística que não inclui pessoas com visão debilitada e que não acessam os lançamentos literários como muitos.
De qualquer forma, esses grandes megazords de entretenimento em áudio tendem a trazer mais investimentos e fazer o dinheiro circular no mercado, ainda que longe da quantidade ideal. Será que vem aí a era de ouro dos bons narradores de livros? Só o tempo dirá…
Em dúvida do que ouvir? Venha curtir nossas playlists temáticas, sempre recheadas de novidades: