Spotlight 49: Guerra, próximo álbum do U2 e Taylor Swift dominando os cinemas
Confira os lançamentos para sextar!
Olá! Encerrando a semana recapitulando o que rolou nos últimos dias.
A sexta chega com clima de (mais) instabilidade no mundo. Uma nova guerra se delineia entre Israel e Palestina, tendo como um dos pontos de mais mortes uma rave, no festival Universo Paralello. Se o nome soa familiar, é porque é: é licenciado do evento realizado pelo DJ Juarez Swarup Petrillo, o pai de Alok, que estava no local para se apresentar. O jovem brasileiro informou sobre o papel do pai no festival.
Mas lembrando que ambiente de música é lugar de celebração, P!nk e Alanis Morissette cantaram juntas “You Oughta Know”. Olhando para o futuro, quem está prometendo álbum novo é o U2, que já tem mais de 100 músicas pra gravar. Falando em números, lá no site fizemos Top 10 curiosos: bandas de rock e metal que não têm mais nenhum membro original; os discos mais subestimados do emo; os melhores one-hit wonders de todos os tempos; e álbuns do punk nacional sem uma música ruim.
O número 10 também é importante para o Arctic Monkeys, cujo álbum “AM” (2013) está soprando velinhas (e fazendo a gente se sentir velhinho!). Ainda no pique de datas comemorativas, Ozzy Osbourne tem uma playlist de Halloween que vai de Beatles a Bowie. Já pensando no presente de Natal, fique sabendo que a venda de vinil subiu mais 15% este ano (vem ver quem vendeu mais).
É hino que chama? Xororó ganhou serenata de “Evidências” da plateia em show de Sandy em Portugal. Por outro lado, lá no site lembramos do momento em que Layne Staley socou um sujeito que fazia gestos nazistas em um show do Alice in Chains. Francamente…
Confira outras novidades logo abaixo para sextar!
Nathália Pandeló
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Metric - “Formentera II”
O TMDQA! não só ouviu antes como entrevistou a vocalista Emily Haines sobre este novo álbum (confira mais abaixo) - uma continuação de “Formentera”. O projeto duplo veio de um lugar de escapismo para um paraíso idealizado, regido a diversão mas sem abrir mão do peso e das questões existenciais que sempre permearam a banda canadense. O Metric se prepara para vir a São Paulo para o Primavera Sound após 15 anos sem estar no Brasil.
Margo Price - “Strays II”
Mais uma parte 2 para esta sexta-feira. Continuando seu elogiadíssimo álbum lançado este ano, Price retorna com nove faixas inéditas das mesmas sessões com o produtor Jonathan Wilson. Neste álbum, recebem Buck Meek, do Big Thief, e a cantora Ny Oh. Juntos, eles vão mais fundo nos sacrifícios necessários para chegar à liberdade e suas consequências.
Bad Bunny - “nadie sabe lo que va a pasar mañana”
Benito anunciou esta semana seu aguardado novo disco, sucessor do explosivo “Un Verano Sin Ti”. Sem dar quase nenhum detalhe, o artista porto-riquenho promete experimentações com novos moods e influência da música americana e em espanhol dos anos 70. São 22 faixas neste trabalho que o Conejo Malo diz ser o seu “mais pessoal até aqui”.
The Menzingers - “Some Of It Was True”
A banda punk retorna com seu oitavo disco. O álbum foi produzido por Brad Cook e apresenta um som mais americano e característico do Menzingers. O co-vocalista Greg Barnett descreve o álbum como a realização da visão da banda após 17 anos de carreira.
Jamila Woods - “Water Made Us”
Esse é pra quem curte R&B e neo soul! Jamila Woods vem aos poucos se estabelecendo nessa seara como uma voz fresca. A artista e poeta de Chicago brilha ao tentar responder a pergunta: o que acontece quando nos entregamos ao amor? Entre a destruição e o porto seguro que o afeto proporciona, Jamila explora novos sons, da melantronica ao dream pop e folk acústico, por vezes caindo no spokenword.
LuizGa e Edgar Valente - “AIÊ”
O selo alemão Ajabu! lança esta parceria entre o mineiro LuizGa (alter ego de Luiz Gabriel Lopes, conhecido por projetos como Rosa Neon e Graveola) e o músico português Edgar Valente, da banda Criatura (tida por Valter Hugo Mãe como “a mais importante banda do país neste instante"). A produção musical é de Guilherme Kastrup (que assina pérolas como a “A Mulher do Fim do Mundo”, de Elza Soares).
O Metric está de disco novo e com passagem comprada para São Paulo, onde se apresenta no Primavera Na Cidade. A vocalista Emily Haines falou ao TMDQA! sobre a dificuldade em fazer turnês - um dos motivos de a banda ter ficado 15 anos longe do Brasil:
O fato de que conseguimos fazer o que fazemos com uma organização tão pequena é… eu acho que somos loucos! Porque não é possível e nunca foi, mas de alguma forma, continuamos fazendo. E todo mundo [que trabalha com a banda] fala, “mas não é possível”. E a gente responde “pois é, sabemos disso” (risos). Mas é algo tão importante, o valor, a recompensa de trabalhar tanto é que temos o privilégio de viajar e ir para lugares diferentes e conhecer pessoas e falar com você sobre a música e a vida… Ser parte do mundo. Acho que vamos continuar lutando para fazer as coisas acontecerem. Senão [insistir em turnês menores], você vai ter só esses artistas enormes que fazem turnês mundiais. E isso é tão chato! Porque os shows são muito legais, claro, mas você não quer ver a porra do Cats toda noite da sua vida, sabe? As pessoas gostam de tanta música diferente, tem que ter o indie ali também. E para as casas de shows isso é muito importante. Toda cidade quer manter as casas médias funcionando. É uma escola cultural importante. Não dá pra ter eventos de arena o tempo todo. Vamos fazer nossa parte para manter isso acontecendo.
O impacto de Taylor Swift na indústria da música não se restringe, é claro, à música. Tanto é que o filme da Eras Tour gerou rebuliço na temporada de cinema de outono nos EUA. E mostra a sagacidade de uma artista que tem pleno conhecimento sobre seu potencial e sabe usá-lo para gerar lucros exponenciais.
Inicialmente, ela optou por não envolver os principais estúdios de Hollywood para o lançamento de “Taylor Swift: Eras Tour”, escolhendo uma parceria com a AMC Theatres para lançar seu filme em cinemas em todo o mundo. Isso desagradou alguns executivos de estúdio, mas Swift acreditava em sua abordagem. Deu certo: vendeu mais de US$100 milhões em ingressos antecipados e superou o recorde anterior, de Justin Bieber, com o filme “Never Say Never” (2011).
Ao cortar os intermediários, Swift deve receber uma parte significativa das vendas de ingressos. O filme também chegará aos cinemas mais rapidamente, sem depender dos cronogramas dos distribuidores. Por fim, vai gerar mais lucro quando chegar aos serviços de compra e locação digital. Mas para os cinemas, o filme é uma bênção inesperada em uma temporada de outono que seria desoladora devido ao adiamento de outros grandes filmes por conta das greves de roteiristas e atores.
Em mais um golpe de mestre, Taylor levou as bem-sucedidas “surprise songs” para a telona. A prática de tocar uma música selecionada de toda a sua discografia a cada show vai significar que a artista terá executado todas as suas canções ao vivo nessa turnê. Com o filme, foram feitos diferentes, o que estimula os fãs mais fervorosos a comprar mais de um ingresso na esperança de pegar uma “surprise song” diferente - são nada menos que seis possibilidades, a julgar pelas resenhas que começam a sair da pré-estreia.
Com o filme de Taylor sendo um dos acontecimentos do fim de ano nos EUA e Beyoncé chegando logo em seguida com seu “Renaissance: A Film By Beyoncé”, existe a possibilidade de começarmos a ver mais música nas salas de cinema. No Brasil, exibições de shows e eventos de k-pop ainda não se popularizaram tanto, ficando geralmente restritos a salas de grandes cadeias e em algumas capitais. Porém, com o dinheiro pendendo para o lado da música como não acontecia no cinema há tanto tempo, pode ser que as telonas sirvam de aliadas para levar grandes turnês para mais perto dos fãs - em especial aqueles mais distantes dos grandes centros urbanos e sem acesso a tantos bens culturais. Ah, e também gerar toneladas de dinheiro - o verdadeiro manda-chuva da coisa toda.
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