Spotlight 50: Volta do blink-182, Rolling Stones e… Gabriel Diniz?
Confira os lançamentos para sextar!
Olá!
Os últimos dias foram dominados por ele mesmo: o tanquinho de Lenny Kravitz, que lançou um clipe mostrando (quase) tudo e abalou a internet aos 59 anos. Por outro lado, Caroline Polacheck mirou no “convencional” com uma apresentação ao vivo em formato de… Power Point. O resultado foi surpreendente.
A editoria “vem aí” anda movimentada no Brasil, e dessa vez foi Slash quem confirmou shows acompanhado de Myles Kennedy & The Conspirators. O mercado anda tão agitado que até o Mister M resolveu “dar as caras” por aqui. E o Planeta Atlântida 2024 já tem data.
Listas são polêmicas e podemos provar: no site tem 10 covers do Paramore; 10 bandas com mais de 20 anos e que conseguiram a proeza de manter a formação original; 10 filmes de terror japoneses para assistir no Halloween; as 20 melhores trilhas sonoras; as 10 músicas mais ouvidas da história do Spotify; 10 clipes dirigidos por Paul Thomas Anderson; 10 artistas com projetos sensacionais fora da música. E as melhores músicas dos anos 80 (segundo Robert Smith, do The Cure) e o vocalista de metal com a melhor voz do planeta (segundo K. K. Downing, ex-Judas Priest)? Também temos.
Ah, pronto: Drake pode superar Michael Jackson e se tornar o maior artista solo da história em números. Vocês financiam isso, tá?
Mas tudo bem, há muita novidade boa chegando por aí. Confira o que mais anda rolando no mundo da música!
Nathália Pandeló
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O TMDQA! lançou a primeira pesquisa da newsletter, com o objetivo de conhecer nosso público leitor e entender o que vocês mais gostam de ler por aqui. Leva só 5 minutinhos pra preencher e é totalmente anônima.
The Rolling Stones - “Hackney Diamonds”
A banda inglesa mostra que ainda tem disposição no primeiro trabalho após a perda de seu baterista, Charlie Watts. O single “Sweet Sounds of Heaven” cantou a bola de um retorno para a mescla de rock, blues, gospel e soul que os Stones fazem tão bem. Já tem resenha no site!
blink-182 - “One More Time…”
“One More Time...” é o nono álbum de estúdio da banda americana e lançado pela Columbia Records. O trabalho marca o retorno de Tom DeLonge à formação original do blink após uma ausência de sete anos, desencadeada pelo diagnóstico de câncer de Mark Hoppus. Além disso, este é o primeiro disco da banda produzido por Travis Barker. Também temos resenha!
Ego Kill Talent - “Call Us By Her Name”
A banda brasileira está lançando as duas primeiras músicas com Emmily Barreto (Far From Alaska) nos vocais. Com essa nova formação, o EKT irá lançar mais duas canções em breve para formar um EP, tudo enquanto excursiona com o Evanescence.
Duff McKagan - “Lighthouse”
O baixista do Guns N' Roses revela seu terceiro álbum solo. Composto por 10 faixas, incluindo uma reprise da faixa-título, “Lighthouse” apresenta colaborações de destaque, como Slash, Abe Laboriel Jr, Jerry Cantrell e Iggy Pop.
Ana Frango Elétrico - “Me chama de gato que eu sou sua”
O terceiro disco da cantora carioca apresenta um repertório de 10 músicas. Este lançamento segue os elogiados “Mormaço Queima” de 2018 e “Little Electric Chicken Heart” de 2019 e estará disponível no Brasil pelo selo Risco, no Reino Unido via Mr. Bongo e no Japão pelo selo Think! Records da Disk Union Japan. Chique, né?
Sampha - “Lahai”
O cantor, compositor e produtor britânico mergulha profundamente em sua história pessoal e espiritual, revelando uma jornada de autoexploração. Neste segundo trabalho, Sampha é comparado a um Stevie Wonder do século XXI, elevando-se aos céus com os olhos bem abertos, em busca da transcendência.
Bombay Bicycle Club - “My Big Day”
O novo trabalho da banda inglesa de indie rock é o seu sexto e improvável retorno. O grupo já havia soltado uma sequência de singles e agora completa a tracklist com produção do vocalista Jack Steadman. “My Big Day” tem participações de Damon Albarn, Jay Som, Nilüfer Yanya e Holly Humberstone.
Glen Hansard - “All That Was East Is West of Me Now”
O músico irlandês revela o quinto álbum solo, marcando seu retorno após mais de quatro anos. O disco é uma fusão de elementos barulhentos e meditativos, apresentando o lado mais roqueiro de Hansard desde a era do álbum “Burn the Maps” com The Frames. Essa obra reflete sua evolução musical após colaborações com artistas como Eddie Vedder e Cat Power.
Meyot - “Sopa Primordial”
O álbum de estreia da banda Meyot aborda as complexidades da vida moderna, a desconexão com o mundo exterior e desafia convenções musicais. Os músicos incorporam influências que vão desde a MPB dos anos 1970 até o post-rock do século 21, passando pelo rock progressivo, jazz e música eletrônica.
Após chegar ao top 10 das paradas de rock americanas com o sucesso “Might Love Myself”, a banda americana Beartooth elevou o rock pesado a um novo patamar com o lançamento de “The Surface”, quinto álbum de estúdio do grupo (confira nossa resenha). O vocalista Caleb Shomo falou com o TMDQA! sobre este novo momento. Leia abaixo um trecho exclusivo do papo, e a conversa completa no site:
TMDQA!: O nome do nosso site é Tenho Mais Discos Que Amigos! e eu sempre gosto de perguntar isso: você tem algum disco que você diria que é seu melhor amigo, ou que foi seu melhor amigo nos últimos meses, dias, enfim?
Caleb: Provavelmente eu diria o disco Asking for a Ride, da banda White Reaper. Eles são uma banda de Rock and Roll do Kentucky e lançaram esse disco esse ano que é simplesmente sensacional, absolutamente incrível. Eu ouvi esse disco uma quantidade absurda de vezes. Outra menção honrosa vai pro novo disco da The Band Camino, o The Dark, que eu tenho ouvido toda vez que saio pra correr nos últimos tempos, desde que foi lançado.
O uso da inteligência artificial para criar um álbum póstumo de Gabriel Diniz, falecido em 2019, é um exemplo ao mesmo tempo fascinante e chocante de como a tecnologia está transformando a música. Seria lançado nessa semana, no YouTube e no site Sua Música, o disco “Não é, Mas Poderia Ser” - um título tão questionável quanto toda a iniciativa, agora adiada e com data a ser anunciada em breve.
Não que Gabriel Diniz não seja digno de homenagens de fãs - que é o caso desse tributo, sancionado pelo pai do cantor, Cincinato Diniz, e realizado pelo estudante de Ciência da Computação, Felipe Alencar. Que fique claro: Gabriel teve uma carreira meteórica graças ao seu jeito único de cantar uma mescla de forró com pagode baiano. “Jenifer” foi prenúncio de seu faro para o sucesso e de uma trajetória que poderia render muitos hits, não tivesse sido interrompida abruptamente por um acidente aéreo.
O que pesa aqui é a questão ética. Artistas já se mobilizam para autorizar ou bloquear o uso de suas imagens e vozes para conteúdos desenvolvidos por IA, mesmo após suas mortes. Quando Gabriel Diniz faleceu, não havia sequer essa discussão e ele não pôde opinar sobre a possibilidade de ter sua voz mimetizada por um computador. Embora os realizadores insistam que o projeto não tem fins lucrativos, ele parece oportunista, considerando que Diniz não teve qualquer gerência sobre a escolha das 15 músicas que compõem a tracklist; e que o mero anúncio desse lançamento trouxe bastante visibilidade para os envolvidos, com matérias em alguns dos principais veículos do país.
Nem tudo é ruim, claro. As possibilidades da IA são impressionantes e certamente vão mudar o jogo da música, como já vem fazendo no cinema e na televisão. Mas chega a ser romântica a ideia de que os artistas continuam impactando os fãs mesmo depois de terem partido por meio desses lançamentos apócrifos. Essa é uma visão que reduz o impacto da música que fizeram enquanto estavam aqui - e que continua disponível para fãs novos e antigos aproveitarem.
Não aceitamos a finitude das coisas. Parece mesmo injusto que os fãs de um cantor tenham que se contentar com o que ele lançou até os 28 anos de idade, com uma vida toda pela frente. Mas insistir em mantê-los lançando os reduz a meros reprodutores, mímicos de si mesmos. Sem falar na hora extra que poderiam estar recebendo, quando deveriam estar descansando. Fã e mercado unem as mãos nessa insistência em manter artistas na ativa, quando na verdade, eles já cumpriram suas missões por aqui. Colocar um novo produto no mundo com seus nomes é um desrespeito com o legado que deixaram e que já é poderoso - do contrário, não estaríamos tendo essa conversa.
Porém este é apenas o começo da revolução da IA na música. Tudo indica que veremos outros lançamentos parecidos até entendermos os limites criativos e éticos disso tudo.
Em dúvida do que ouvir? Venha curtir nossas playlists temáticas, sempre recheadas de novidades:
tá delicinha a resenha do one more time