Spotlight 56: Primavera Sound no fim de semana, Spotify Wrapped e blink confirmado
Confira os lançamentos para sextar!
Olá!
Chegamos ao fim de mais uma semana com muitas novidades para os fãs de música. Apesar da provocação de Travis Barker com Diego Miranda (vocalista da Scracho) no Xuíter, o Lollapalooza Brasil confirmou que vai ter blink-182, sim, em 2024. Fãs da banda americana ganham mais um dia para respirar aliviados.
Melhor falar de quem veio, com certeza: Paul McCartney nunca decepciona. O ex-Beatle promete tudo e entrega mais ainda, com direito a um show surpresa no Clube do Choro em Brasília, para cerca de 200 fãs. Ninguém confirmou se apresentaram Jacob do Bandolim pro Macca, mas mesmo assim, já valeu o show.
De um Beatle para o outro: Ringo Starr colocou fim à discussão sobre uso de IA na nova música, “Now and Then”. Billie Joe Armstrong também foi categórico ao explicar porque o Green Day se afastou da política (e depois voltou). Falando em mandar a real, a família Osbourne lembrou o momento caótico de seu reality show e disse que não faria de novo - mas que foi clássico, foi.
Não é de hoje que o rapper Diddy é alvo de acusações graves, mas as mais recentes são de tráfico sexual, pornografia de vingança e mais. Às vezes os fãs descobrem coisas horríveis sobre seus ídolos - mas esse é só um dos fatores que levaram à pesquisa que elencou os 12 grupos de fãs mais tristes do mundo.
Confira o que já sabemos sobre o Rock in Rio 2024. Falando em “vem aí”, o novo disco do Pearl Jam já está pronto, e existe alta expectativa para o retorno do Iron Maiden ao Brasil. Aliás, o menino rock ‘n roll consolida seu crescimento e volta ao Top 3 de gêneros musicais mais ouvidos no mundo.
Tá difícil acompanhar os lançamentos? Saiba que você pode ouvir música até na hora de dormir, o que ajuda a cair no sono. Se prepara, pois temos mais uma sexta com muita música nova. É só continuar lendo e dar o play 🙂
Nathália Pandeló
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O Primavera Sound São Paulo 2023 chegou! Amanhã e domingo serão dias de muita música no Autódromo de Interlagos. Muito se falou sobre as inúmeras atrações internacionais do line-up - e com razão. Mas a gente não podia concluir essa estrada sem exaltar alguns dos talentos nacionais da edição desse ano.
A começar por ela: Marisa Monte. Quem viu a turnê do álbum “Portas” (ou qualquer outro show da cantora), sabe o quanto Marisa combina perfeitamente as canções mais recentes com clássicos da sua carreira toda. O time de peso que a acompanha nos palcos é impressionante, desde Dadi Carvalho, personificando a experiência com A Cor do Som, Novos Baianos e Barão Vermelho; até Antônio Neves, trombonista da nova geração que chama atenção com a própria carreira solo. A boa notícia é que será possível ter a atual turnê pra ouvir sempre, pois Marisa Monte anunciou o disco “Portas Raras (Ao Vivo)”.
Entre os novos nomes da cena nacional, vale destacar desde ÀIYÉ, projeto da baterista Larissa Conforto (Ventre); Sophia Chablau e uma Enorme Perda de Tempo; Urias; Vhoor; e duas potências direto do Ceará: Getúlio Abelha e Mateus Fazeno Rock, este último dono de um dos melhores álbuns do ano, “Jesus Ñ Voltará”. Tem também Bia Ferreira, terraplana, Pluma… Essa pequena seleção - tem muito mais! - é uma amostra da diversidade musical do Primavera Sound, celebrando variados tipos de música em um só lugar.
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Este é o décimo trabalho de estúdio do músico britânico. Representando o retorno de Gabriel à produção de material original após mais de 21 anos desde “Up” (2002), o álbum é o mais extenso de sua carreira solo. Com quase três décadas de desenvolvimento, iniciando em 1995, o projeto passou por múltiplos adiamentos e regravações em sete estúdios, sendo finalmente concluído em 2022, enquanto Gabriel se dedicava a outros trabalhos, incluindo álbuns orquestrais como “Scratch My Back” (2010) e “New Blood” (2011).
Mike Shinoda - “The Crimson Chapter”
O novo EP do membro do Linkin Park inclui remixes do mais recente single solo, “Already Over” (que ganha um Fort Minor Mix com Dom McLennon, do Brockhampton), além de sua música “In My Head” (do filme Pânico VI) e uma nova versão de sua faixa de 2019, “fine”. Shinoda afirmou que o tom “carmesim” pode simbolizar vigor, coragem, raiva e sangue, e ele se sentiu atraído por esse contexto em relação às suas últimas produções, reunindo elementos favoritos como músicas, jogos, desafios e visuais de uma maneira diferente nesta fase.
O cantor celebra seu domínio em todas as partes do Brasil cantando o repertório de artistas de variados gêneros e origens. São 17 faixas, indo de Mallu Magalhães e Roberta Campos aos rappers Delacruz e Flora Matos. O álbum tem tudo pra mostrar a versatilidade do maior nome do piseiro.
Depois de singles como “Complexo” e “Ícaro”, a banda de hardcore melódico lança seu segundo EP pelo selo Algohits. Eles estão na estrada desde 2019, com um EP de estreia em 2020 (“Dharmage”), e agora buscam novos horizontes com este trabalho sob a supervisão de Ali Zaher Jr. Além de desempenhar um papel crucial na engenharia de som das gravações, Zaher Jr. é o baixista da banda, tendo sido parte integrante do Reffer e, atualmente, faz parte da formação do CPM22.
Em tempos de “Plastic Love” e resgate do citypop, a cantora japonesa lança um álbum que revisita sucessos dos anos 80 e 90 da Coreia e do Japão. Ela cria uma experiência nostálgica tanto para aqueles que viveram na época quanto para os fãs contemporâneos. Reconhecida desde sua estreia em 2019, YUKIKA retorna após um período prolongado, consolidando sua presença como uma artista versátil.
Marujos Pataxó - “A Força dos Encantados”
Suprindo uma lacuna na história da MPB, Marujos Pataxó lança um álbum que reúne um repertório de samba indígena. Presentes na formação do gênero no sul da Bahia, as tradições percussivas e rítmicas do samba indígena seguem preservadas na Aldeia Mãe Barra Velha, no território Pataxó, onde o samba é um ritual sagrado no qual os indígenas expressam sua fé e cultura com originalidade, passando de geração em geração através de músicas que retratam a natureza e a vida no campo. Este é um registro histórico lançado pelos selos ybmusic e Sala da Toscaria com patrocínio Natura Musical.
MIKA - “Que ta tête fleurisse toujours”
Depois de cantar sobre Grace Kelly, MIKA retorna saudando Jane Birkin, falecida este ano. O artista ousa ao lançar um álbum completamente em francês, o primeiro desde o caleidoscópio dançante de “My Name Is Michael Holbrook” (2019). O título é uma boa pedida para essa sexta-feira: “que sua cabeça sempre floresça”.
Alcione sempre foi uma artista de seu tempo e isso se traduz ao longo de toda a sua carreira. Entrevistada pelo TMDQA!, a Marrom falou sobre celebrar as novas cantoras do Brasil:
Olha, o Brasil é recheado de pessoas que estão aí fazendo coisas bonitas, como Malía, como Iza, como tantas outras. Eu gosto muito de Ludmilla, a voz de Ludmilla é bonita, ela tem uma qualidade de voz bonita e eu nunca fui uma pessoa de ter medo do novo, o novo me atrai. Eu quero saber, quero ir lá conferir, como é que é. E, na verdade, nessa galera nova tem muita surpresa, muita coisa boa também vindo por aí.
Chegou o momento em que os fãs de música podem olhar para trás e notar que andaram ouvindo obsessivamente aquela banda de novo, que curtem mais do que imaginam aquilo que só ouvem “ironicamente”. Chegaram as retrospectivas das plataformas de streaming, e o Spotify Wrapped sai na frente de todos os demais concorrentes. Primeiro, porque iniciou essa tendência; e segundo porque soube dialogar, desde o início, com o potencial de viralizar as listas de mais ouvidos com um visual descolado. É publi gratuito que chama.
Muito se pode dizer sobre os números entregues este ano, sobre quem “venceu” em 2023 em cada plataforma (spoiler: foi a Taylor Swift, em todas). Um dos pontos de observação para quem acompanha o mercado da música é notar quais gêneros e artistas saltam aos olhos.
A ascensão do house e do techno tiveram gostinho de nostalgia, mas com novos nomes ditando os rumos. Destaque para nomes como EFISHER, MK, Dom Dolla e Kevin McKay. Esses artistas lançaram singles e álbuns que alcançaram o topo das paradas de sucesso em todo o mundo. E quem resiste a “(It Goes Like) Nanana”, da Peggy Gou, está errado.
A música latina continuou a crescer em popularidade em 2023, com destaque para artistas como Eslabon Armado, Fuerza Regida e Bad Bunny. Por exemplo, o álbum “El Corrido de la Frontera” de Eslabon Armado alcançou o primeiro lugar na parada Global Album da Spotify. É um verdadeiro feito para o corrido, um gênero musical tradicional mexicano que conta histórias de amor, traição e violência.
A música pop se tornou mais diversificada em 2023, com artistas de diferentes origens e gêneros se destacando, como Fred again.., Aluna, Junior H e Peso Pluma. Este último, por exemplo, é um cantor de regional mexicano que foi parar nos principais talk shows americanos, desafiando o que é pop, de fato. “Beggin'”, de Chris Lake e Aluna, foi um dos singles mais ouvidos do ano, sendo uma cover de uma música do grupo italiano Four Seasons.
No hip-hop, as mulheres mandaram fácil, com Nicki Minaj, Doja Cat, Latto, Ice Spice, Kaliii e outras dominando. O ano foi de SZA no R&B, enquanto a turma do pop-punk abraçou com tudo novos lançamentos de Fall Out Boy, Sum 41, Green Day, Neck Deep e blink-182.
O nu-metal e o metal alternativo fizeram retornos triunfais este ano, com um público mais jovem descobrindo e devorando os catálogos de bandas como Deftones, Korn, Slipknot e muito mais. Além disso, estamos vendo uma onda de novas músicas nu-metal de artistas em ascensão que estão abraçando o som e prestando homenagem aos seus predecessores.
O afrobeats vem numa crescente há anos e quem não está prestando atenção, está comendo mosca. O gênero teve um ano muito bom com Rema em colaboração com Selena Gomez em “Calm Down (Remix)” - lhe rendendo uma indicação ao Grammy e mais de 1 bilhão de audições -, além de Burna Boy com “I Told Them…”, um disco que solidifica seu status de astro.
O shoegaze surgiu no final dos anos 80, mas experimentou um ressurgimento em 2023 entre a Geração Z, que descobriu novas bandas como Wisp e também veteranos dos anos 2000 como Panchiko. Ao longo do ano passado, o gênero prosperou em várias comunidades na internet, que fomentaram nichos de interesse. Talvez sem saber, a classe emergente de artistas neo-shoegaze está contribuindo para a difusão do gênero, combinando técnicas de vários estilos musicais para criar algo novo e único.
Outros picos de audição tiveram uma forcinha da cultura pop - desde buscas por temas instrumentais da série Succession e playlists temáticas de cada personagem até a loucura com as trilhas de Barbie e A Pequena Sereia. O show de Rihanna no intervalo do Super Bowl marcou audição recorde da cantora de Barbados - pra que lançar disco novo?
Para os mais apocalípticos, esses relatórios entregam uma pasteurização da música. Por isso elas são chamadas de tendências: são pacotes de cenas e comportamentos agrupados em conjuntos que se complementam, mas que não necessariamente representam uma geração ou região. Para entender o impacto de um regional mexicano, de um afrobeats, de um Jersey Club, tem que estar disposto e mergulhar nesses gêneros. Curiosamente, as reclamações de “está tudo igual” parte de quem não se arrisca a sair do próprio casulo e descobrir o que há de novo lá fora. E se há algo que o Spotify Wrapped prova é que há, sim, muita coisa nova (e algumas delas, muito boas).
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