Spotlight 58: Novo disco do Pearl Jam, Damon Albarn detona Stones e Mariah Carey destronada
Confira os lançamentos para sextar!
Olá!
Encerrando a semana - e o ano - com mais um panorama musical! Esta será a última edição da Spotlight em 2023, e à medida que a indústria vai desacelerando os lançamentos, a gente começa a recordar os últimos meses já de olho no futuro.
O Simply Red, por exemplo, já tá com a agenda de 2025 e anunciando show no Brasil. Como já era de se esperar, o Iron Maiden retorna ao país em 2024, assim como os Jonas Brothers. E como se isso não bastasse, há expectativa de passarem pelo Brasil turnês do Slipknot (tocando o disco de estreia no aniversário de 25 anos) e The Offspring (com os 30 anos de Smash).
Esqueça aquela música nova do Guns n’ Roses e se deixe levar pelo solo de Slash em November Rain. Já o guitarrista do Pearl Jam quer que você se empolgue com as músicas novas da banda, que ele compara com Temple of the Dog e Soundgarden. Ok, expectativas criadas.
Entra ano, sai ano, e a língua de Damon Albarn continua afiada - agora, ele falou o que pensa sobre os Rolling Stones (spoiler: não é bom). Quem também mandou a real foi Andre 3000 sobre a possibilidade de um novo álbum do OutKast. E algo que parecia improvável aconteceu: foi lançada uma música perdida de Bob Marley, 42 anos após sua morte.
Em clima de retrospectiva, descubra as 10 bandas de metal mais ouvidas do ano, os 10 melhores discos de metal, as que mais tocaram nos fones de ouvido e caixas de sons das academias e os melhores filmes de terror. Não poderia faltar o momento in memoriam, recordando os artistas que nos deixaram este ano.
Leia abaixo para mais detalhes sobre o que anda acontecendo no mundo na música. E que venha 2024!
Nathália Pandeló
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Ambrose Akinmusire - “Owl Song”
O compositor e trompetista Ambrose Akinmusire faz sua estreia na Nonesuch Records com “Owl Song”. O álbum apresenta um trio com outros dois músicos: o guitarrista Bill Frisell e o baterista Herlin Riley. “Esta é minha reação a ser bombardeado de informações”, diz Akinmusire sobre “Owl Song”. “Este disco é sobre minha vontade de criar um espaço seguro. Parte do desafio foi: ‘Posso criar algo orientado para o espaço aberto, da mesma forma que alguns dos discos que eu mais amo fazem?’”, entregou o jazzista.
Chief Keef - “Almighty So 2”
Chief Keef, conhecido como líder da Glo Gang de Chicago, pretende lançar seu novo disco hoje - isto é, se não for adiado de novo. O projeto vem sendo postergado desde 2022, e há rumores de que esteja pronto desde 2018, porém sem conseguir todas as liberações de samples necessárias. Está acabando o tempo para que Keef lance a sequência de sua mixtape em seu aniversário de 10 anos, já que “Almighty So” foi lançada em 2013.
Rico Dalasam - “Escuro Brilhante, Último Dia no Orfanato Tia Guga”
Este é o terceiro disco de Rico Dalasam. O lançamento conclui a trilogia composta por “Dolores Dala Guardião do Alívio” (2021) e “Fim das Tentativas” (2022) e apresenta a fase mais astral e pop do artista. Formado por 10 faixas, o disco traz composições solares na forma de poemas e rimas característicos de Rico com beats dos produtores Dinho Souza e Mahal Pita. E traz ainda as participações das cantoras Liniker, em “Quebrados”, e Eliana Pittman, em “Vicioso”, faixa foco do disco e que usa o sample de “Nem Saudade”, canção que ficou conhecida na voz da cantora e atriz na década de 1970.
Carol Biazin - “REVERSA [in]ato”
Depois do sucesso de “REVERSA”, Carol Biazin quer se desprender das emoções e mostrar sua essência mais pura. Na versão deluxe, ela adiciona o capítulo final ao projeto explorando todas as suas possibilidades artísticas nas 5 faixas. Dentre elas, a música “real valor”, uma parceria com Marina Sena e Vulgo FK. A nova versão do disco é um ponto de encontro de atos, onde a música e a identidade da artista se entrelaçam.
Quem roubou a cena no show do The Cure no Primavera Sound São Paulo foi Daniel Thorn, intérprete de Libras que virou assunto entre os frequentadores do festival e nas redes sociais. Tudo por conta da sua performance, que vai além da Língua Brasileira de Sinais - ela interpreta as intenções e sensações da letra. Daniel conversou com o TMDQA! sobre as barreiras que ainda existem para a real acessibilidade na música:
Acessibilidade ainda é algo muito novo na cena cultural. Faltam informações sobre o nosso trabalho, sobre Libras e a acessibilidade de/para surdos. Pois as barreiras ainda são muitas, como o preconceito sobre a Libras, de ser intérprete de Libras, de muitos lugares ainda não aceitarem acessibilidade em eventos e shows. Torço para que isso mude e possam incluir Libras em todos os eventos e shows. Vamos popularizar a Libras para todos os festivais do Brasil e, quem sabe, até do mundo!!!
Quem é rainha nunca perde a majestade? Pois dezembro começou com a cantora Brenda Lee, de 78 anos, destronando Mariah Carey no topo da Billboard Hot100 com sua canção “Rockin' Around the Christmas Tree”, lançada em 1958. O feito é histórico, pois marca a primeira vez em 30 anos que uma canção de Natal que não é de Mariah Carey ocupa o primeiro lugar da parada.
O sucesso de “Rockin' Around the Christmas Tree” é um fenômeno que pode ser explicado por diversos fatores. Em primeiro lugar, a canção é um clássico do Natal, que já foi regravada por diversos artistas e é conhecida por pessoas de todas as idades. Em segundo lugar, a nostalgia é um tema forte nas paradas musicais atuais, e “Rockin' Around the Christmas Tree” é uma canção que remete a uma época mais simples e feliz. Não por acaso, ela foi gravada por uma Brenda Lee de apenas 13 anos (!), o que prova sua potência como uma grande voz feminina do rockabilly.
Mas não se pode negar o impulsionamento de gravadoras para algumas canções entrarem nos Reels e TikToks - e, consequentemente, nas paradas. Em novembro, a Universal lançou um clipe novo para celebrar os 65 anos do hit, com direito a aparições de Tanya Tucker e Trisha Yearwood, nomes fortes do country. Aproveitou também para lançar uma loja dedicada a Brenda Lee, com canecas, camisetas e ecobags - ah, e discos também.
Os esforços promocionais acontecem do lado de Mariah Carey, claro, que espera o ano todo para “descongelar” com seus poderosos falsetes. Os fãs da mamãe Carey tomaram para si a luta de reconquistar o número 1, mas Mariah não parece tão preocupada - já até mandou flores para Brenda Lee, dando parabéns pelo topo histórico.
Com tanto dinheiro injetado nos hits de fim de ano, talvez este não seja um milagre natalino. Mas ainda assim não diminui a importância do que significa ter uma mulher de quase 80 anos reinando absoluta, nem que seja por alguns dias. Mariah certamente recupera o Hot100 com facilidade - no Hot200, que inclui audições fora dos EUA, ela segue absoluta. Não é um Natal ruim de se ter quando o topo é disputado por dois grandes símbolos das festas. Que Papai Noel seja tão generoso assim com todos nós. Um bom Natal pra quem é de Natal, e uma boa despedida de 2023. Até ano que vem, com muita música!
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