Spotlight 64: Psicodália no Carnaval, Dia Delas no Rock in Rio e Spotify cresce (mais)
Confira os lançamentos para sextar!
Olá! Vamos às novidades?
No último fim de semana, o Grammy rendeu momentos marcantes. Ao aceitar um prêmio, Phoebe Bridgers mandou o ex-presidente da Academia “apodrecer no mijo” - aquele sujeitinho que falou que se mulheres quisessem ganhar Grammys, deveriam “dar uma melhorada”. Elas foram, inclusive, as líderes da noite, com Taylor Swift se tornando a única artista a ganhar quatro vezes Álbum do Ano - mesmo com a cutucada de Jay-Z sobre a falta de troféus para a esposa Beyoncé nessa categoria. Aliás, boygenius e Paramore fizeram história ao serem os grandes vencedores de categorias de prestígio voltadas ao rock e à música alternativa - em pleno 2024, essa foi a primeira vez que aconteceu em uma banda com vocais femininos. Por outro lado, após vencer três Grammys por seu trabalho solo, o rapper Killer Mike foi preso por agressão e saiu da arena algemado.
As mulheres também têm o que comemorar no Brasil: o Rock in Rio anunciou o “Dia Delas” com Katy Perry, Gloria Gaynor, Ivete Sangalo e IZA, com mais nomes por vir. E falando em shows, Karate, cultuada banda do rock alternativo, anunciou apresentação única no Brasil em 2024.
Mas as celebrações da música não acabam assim. Descubra os discos brasileiros que estão completando 25 anos e os 10 melhores solos de guitarra de todos os tempos segundo votação popular. Em época de Super Bowl, até os comerciais chamam atenção - é o caso deste, com Patrick Stewart, Drew Barrymore, Peppa Pig, Arnold e… o Creed. Se isso não é um comeback, não sei o que é! Inclusive não quero nem imaginar quanto ficou o casting desse comercial com Jennifer Aniston e David Schwimmer, Victoria e David Beckham e até o rapper e cantor Jelly Roll.
A semana foi marcada, também, por despedidas. Na música, perdemos Wayne Kramer, do MC5; e Toby Keith, superastro do country. Por outro lado, ganhamos um retorno triunfal. Depois de encerrar seu (infelizmente pequeno) papel como o Jesus Branco na brilhante série Reservation Dogs, Brandon Boyd mandou avisar que reuniu o Incubus para uma turnê onde a banda tocará seu icônico álbum “Morning View” na íntegra - mas só nos EUA. Também por lá, Lamb Of God e Mastodon vão celebrar 20 anos de seus discos icônicos em turnê com Kerry King.
Mas aqui é Brasil! Para quem está em clima de Carnaval, vale lembrar que começa hoje o Psicodália, festival na serra catarinense que irá reunir de Manu Chao a Juçara Marçal. Quem não anda tão folião assim, pode curtir os lançamentos de hoje. Confira esta e outras novidades abaixo!
Nathália Pandeló
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O aguardado segundo disco da vocalista e guitarrista do Alabama Shakes chega cheio de expectativa, depois de uma estreia muito bem recebida. “What Now” tem produção de Shawn Everett (Kacey Musgraves, The War On Drugs) ao lado da própria Howard e conta com os singles “Red Flag”, “Prove It To You” e a faixa-título.
O novo álbum é uma celebração vibrante da vida após o isolamento. Inspirado pelo retorno ao mundo exterior, o novo trabalho de Helado Negro oferece uma sonoridade leve e expansiva, com grooves marcantes e letras que evocam a beleza do sol e da natureza. Mais focado e maduro que o álbum anterior, “Phasor” é uma experiência musical meticulosamente criada que convida o ouvinte a se reconectar com a alegria de viver.
Prestes a estrelar o show do intervalo do Super Bowl, Usher retorna com o álbum “Coming Home” após quase 8 anos de hiato. A sonoridade R&B clássica explora temas como amor, família e saudade. Entre os feats estão Burna Boy, Summer Walker, 21 Savage, Latto, The-Dream, H.E.R., Pheelz e Jungkook.
Declan McKenna - “What Happened To The Beach?”
Declan McKenna está lançando seu terceiro álbum. Diferente do anterior, “Zeros”, esse disco promete ser mais leve e divertido, inspirado por artistas como Unknown Mortal Orchestra e St. Vincent. O primeiro single, “Sympathy”, mostra uma sonoridade bem diferente de seus trabalhos anteriores, ampliando a gama de seu pop rock.
O quarto álbum da cantora e compositora sueca é uma jornada musical que celebra a força feminina, a beleza e a autoafirmação. Com 12 canções que variam de baladas introspectivas a músicas dançantes, “Venus” mostra sua força desde a primeira faixa, com o single “Can’t Tame Her”. Outro destaque é “On My Love”, com David Guetta.
O Spotify soltou a bomba: os resultados do quarto trimestre foram… acima do esperado. Usuários e assinantes estão crescendo em todo canto do mundo, e a narrativa parece ter mudado: esse menino Spotify pode ter futuro, afinal de contas.
Mas calma, nem tudo são flores. A empresa passou o último ano demitindo gente a torto e a direito - no último corte, foram 1.500, quase 20% dos funcionários, só em dezembro. Então não é exagero dizer que o aumento da lucratividade vem graças a uma força de trabalho precarizada e os mais recentes aumentos de preços. Tudo isso num momento em que cresce a preocupação com a distribuição irregular de músicas criadas por IA. Entre tantos prints do Wrapped e a viralização das Daylists, as playlists personalizadas que estão bombando na gringa, quase ninguém deu bola.
Mas a verdade é que o futuro do Spotify acaba de ir de incerto para promissor. A empresa é conhecida por não dar lucro, afinal sua matéria prima é um produto que só perde valor de mercado - a música. Já faz um tempo que o CEO Daniel Ek está apostando alto em podcasts e audiobooks, e os resultados estão aparecendo, inclusive para a música.
Ainda ontem a Variety revelou que em 2023, o Spotify desembolsou cerca de US$ 9 bilhões para a indústria musical, triplicando o valor pago nos últimos seis anos e representando uma fatia significativa dos US$ 48 bilhões já repassados desde sua fundação. A plataforma informa que, em média, 70% da receita com música é revertida para a indústria, porém os pagamentos são feitos inicialmente aos detentores dos direitos (gravadores, editoras etc.), que dividem a quantia com os artistas e compositores. A empresa avalia que, considerando outras fontes de renda, os artistas provavelmente geraram 4 vezes mais receita com música gravada em 2023 - sem entrar em detalhes quais as bases para esta suposição.
Mesmo assim, o número de assinantes premium vem crescendo sem parar, e num movimento ousado, a empresa sueca fez um contrato bilionário, mas mudou o jogo: abriu mão da exclusividade de seu maior podcast, o de Joe Rogan, mirando em expandir seus números. Claramente esse é o alvo, apesar de todas as polêmicas - se é assim que se pode chamar propagação de fake news, teoria da conspiração e racismo.
O Spotify tem um longo caminho pela frente, mas 2024 começa com otimismo. O que é dizer muito, considerando que está todo mundo ainda tentando entender como fazer a conta fechar para todos os lados, da TV aos games, nessa desafiadora economia do streaming.
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