Spotlight 66(6?): o Slayer tá de volta, I Wanna Be Tour chegando e Beyoncé é Country!
Confira os lançamentos para sextar!
Olá!
Senta que lá vem treta: depois de adiar shows e posteriormente cancelá-los, Morrissey pode agora estar segurando o dinheiro dos seus fãs brasileiros. A produtora alega que o cantor inglês ainda não devolveu o cachê e por isso o reembolso dos ingressos pode levar até 90 dias. Que situação…
Mas falando em shows (e tretas), o Slayer vai se reunir sim. Além disso, a cantora Sigrid fará sua primeira apresentação no Brasil. Março tá logo aí e, com ele, chega a aguardadíssima I Wanna Be Tour. Já comprou seu ingresso?
Ainda tem limite aí no cartão? O festival Doce Maravilha irá acontecer novamente no Rio de Janeiro, com encontros inusitados: Maria Bethânia & Xande de Pilares, ÀTTØØXXÁ & É O TCHAN, Capital Inicial, Zélia Duncan & Kiko Zambianchi, Ana Frango Elétrico convidando FBC & Bruno Berle… Ninguém pode dizer que não será diferente!
E se é de diferente que você curte, pode conferir como ficaria Oasis em versão metalcore, ou então Tears for Fears em rock alternativo.
Brian Wilson (Beach Boys) foi diagnosticado com demência e será colocado sob tutela. Agora, tem banda precisando benzer, viu? Mark Hoppus se machucou na Austrália, mas garantiu que virá para o Brasil com o blink-182.
Mesmo com muito bafafá (ou talvez por isso), o novo disco de Kanye West chegou ao topo das paradas. Quem também tá comemorando é o AC/DC, que irá celebrar 50 anos de música relançando tudo em vinil.
As coisas andam mesmo diferentes: depois do disco de flauta de Andre 3000, agora é hora de “Turn Down For What”? Meditação! Isso mesmo, Lil Jon tá lançando um disco pra acalmar a sua mente.
Tem alguém aí com saudade de Stranger Things? Pois fique sabendo que a Maya Hawke tá de música e clipe novos. Ainda em clima de nostalgia, confira quais discos foram mais vendidos em fita cassete… em 2023.
Se é de histórias curiosas que você gosta, vem descobrir como Paul McCartney recuperou um baixo perdido por 50 anos. Aliás, temos no site a lista de 10 melhores linhas de baixo de todos os tempos, segundo votação popular. Mas falando em Macca, os Beatles serão assunto de não um, mas quatro filmes do diretor Sam Mendes (Beleza Americana, Soldado Anônimo), com cada beatle sendo tema de um longa. Aliás, no tópico grandes bandas e grandes diretores, há um papo de que os Bee Gees podem virar filme de Ridley Scott (Gladiador, Alien).
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Confira logo abaixo mais novidades da semana.
Nathália Pandeló
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Residente - “Las Letras Ya No Importan”
Dono dos versos mais cortantes do histórico grupo porto-riquenho Calle 13, Residente está de volta. Mais que um rapper, René é um artista inquieto que faz da sua obra um mergulho completo, inclusive com clipes provocadores - este álbum ganha até participação de Penélope Cruz em um dos vídeos. Já na tracklist, os feats vão de Busta Rhymes a Ibeyi, de Rawl Alejandro a Ricky Martin e Jessie Reyez. Com uma cutucada à inteligência artificial na capa, Residente busca repensar sua arte e seus caminhos nesse novo álbum.
Este é o primeiro disco da banda americana em seis anos - após “Little Dark Age”, de 2018 - e o quinto em sua discografia. Pela primeira vez, o MGMT recebe um feat em seus lançamentos, e é de ninguém menos que Christine and the Queens. Para a co-produção, recorreram a Patrick Wimberly, também conhecido como metade do Charlift (a outra metade era, obviamente, Caroline Polachek), e responsável pela produção do álbum mais recente do MGMT.
Kid Cudi - “INSANO (NITRO MEGA)”
Pode parecer uma edição deluxe de “INSANO”, mas Cudi já garantiu: trata-se de um novo álbum completo, mais 18 canções dentro do mesmo projeto. Uma continuação do que foi seu 9º disco e o último na Republic Records, este trabalho quer mesclar todos os lados do rapper: o introspectivo, o divertido, o profundo, o maluco, tudo ao mesmo tempo.
Raffa Moreira & Abbot - “Os Irmão Metralha”
Os dois rappers anunciam um álbum colaborativo, contendo 10 faixas. O disco tem produções assinadas por JayKay, Ecologyk e Pepito, e conta com o feat de LH Chucro em “Metralha”.
Rod Stewart & Jools Holland - “Swing Fever”
Rod Stewart decidiu explorar novas sonoridades se voltando para a nostalgia. Ao lado do pianista Jools Holland, dono de um dos programas musicais mais icônicos da TV britânica, ele mergulha no mundo do swing de baile, com direito a naipes de metais classudos que balançam qualquer esqueleto.
Beyoncé confunde o establishment - de novo.
Talvez você tenha ficado sabendo: Beyoncé agora é country. Ou pelo menos será, por um disco, a sequência de “RENAISSANCE”. Por algum motivo, isso causou estranheza em muita gente, que não soube o que fazer ou como classificar “Texas Hold ‘Em” e “16 Carriages”, singles que ela lançou com anúncio em pleno Super Bowl.
Pelo visto, dos mesmos produtores que descobriram há pouco tempo que Beyoncé é negra (também, em pleno Super Bowl), vem aí “meu Deus, Beyoncé é texana”. E o inevitável aconteceu: já é hit.
A entrada de Beyoncé nas paradas country com “Texas Hold 'Em” representa um marco histórico por diversos motivos. Ela é a primeira mulher negra a alcançar o topo da Billboard Hot Country Songs, uma conquista que quebra barreiras raciais e desafia a hegemonia masculina e branca no gênero.
O sucesso de “Texas Hold 'Em” demonstra o poder e influência cultural de Beyoncé, pronta para derrubar paradigmas. Ela abre caminho para outros artistas negros explorarem o gênero com mais destaque e desafia as noções tradicionais do que é considerado “música country”. A conquista também demonstra que a indústria musical está começando a reconhecer o talento e a importância de artistas negros para além das caixinhas onde foram mais aceitos, como o R&B e o hip-hop.
Vale aqui citar que existem, sim, mulheres negras no country, como é o caso de Brittney Spencer, mas nenhuma delas chega ao topo das paradas. Foi em 1969 que Linda Martell conseguiu o feito de entrar no Top 10 da Billboard Hot Country Songs. Levou quase 60 anos para que uma mulher negra fosse do seu sétimo lugar para o primeiro. Os homens negros têm um pouco mais de espaço no country, com Darius Rucker talvez como seu maior expoente hoje - um cara que se repaginou com muita competência nesse gênero depois do fim do Hootie & The Blowfish (sim, aquela banda que se apresentou em Friends no auge dos anos 90 - pra vocês verem como uma renovação geracional é urgente).
O country deveria, na verdade, agradecer por ter nomes como Beyoncé e, ainda antes, Taylor Swift levando interesse para um gênero que até pouco tempo atrás estava parado no tempo. Mas não: as rádios do gênero não queriam tocar nenhuma das duas músicas e só deram o braço a torcer com investimentos da gravadora e campanhas de fãs raivosos. E rapidamente estávamos de volta a 2016, quando Bey lançou “Daddy Lessons”, inclusive com um remix com as The (Dixie) Chicks - um grupo feminino que, apesar de branco, já familiar com o boicote as rádios country. No caso delas, foi por ousarem dizer em um show que eram contra a guerra do Iraque e por criticarem George W. Bush. Sim, isso foi em 2003, o que só mostra como o country demora a pegar o ritmo das transformações sociais. E não, a carreira delas nunca se recuperou.
Mas as “tradições” do country não são problema de Beyoncé. A Queen Bey faz música como quer, o mercado que se adapte a ela. Tem artista que faz sua arte em nível primoroso, mas tem outros que além disso, abrem caminho para outros que vem depois, descortinam possibilidades que não existiam antes. Beyoncé não está reinventando a roda e ainda assim consegue ser pioneira em tudo que faz.
Respeita a rainha.
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