Spotlight 68: Retorno de Ariana Grande, Kim Gordon no trap e efeito Bey/Swift nos cinemas
Lançamentos da semana, notícias da música e entretenimento
Olá!
Vamos às novidades dos últimos dias pra sextar com tudo!
Vem mais show por aí: a cantora e rapper americana Ashnikko anunciou apresentações no Rio e em SP em meio à divulgação de seu álbum de estreia “WEEDKILLER”. E saiba como foi a primeira vez do Bikini Kill no Brasil - só precisou de 33 anos para elas virem!
Falando nos palcos, o show histórico de Cássia Eller no Rock in Rio está disponível na íntegra pra embalar o seu 8 de março. Ainda na música brasileira, Tuyo flerta com o Soul e se une a Luedji Luna no belo clipe de “Paisagem”.
Paz Lenchantin decidiu deixar o Pixies após mais de uma década no grupo. Quem irá assumir o baixo é Emma Richardson (ex-Band of Skulls).
Aliás, descanse em paz? Que nada! O espólio de Sinéad O’Connor expôs publicamente o uso da voz da cantora em campanha política republicana nos EUA: “ela teria ficado enojada”.
Em momento de entressafra, o Paramore de Hayley Williams “está começando do zero”, segundo a própria vocalista.
Você já leu aqui na Spotlight, mas agora é ainda mais oficial: os filmes de turnês estão no auge, com a AMC revelando o efeito financeiro de Taylor Swift e Beyoncé nas contas da maior rede de cinemas nos EUA e Canadá.
Ainda sobre a sétima arte, o novo filme de Emma Stone está dando o que falar bem a tempo do Oscar. Aliás, temos no site uma lista com 15 mulheres que mudaram a história do cinema e da TV; e outras 15 para celebrar as que mais marcaram a música!
Uma delas, claro, é Madonna. A Rainha do Pop comentou sobre sua experiência de quase morte, mas ainda bem que ela está vivinha da Silva - e, dizem os boatos, fazendo as malas pra tocar no Rio. Será?
Continue lendo abaixo para se inteirar de todas as principais novidades da música.
Nathália Pandeló
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Ariana Grande - “eternal sunshine”
Depois do single "Yes, And?", que estreou no topo da Billboard Hot 100, e de um período dedicado às gravações do filme "Wicked", Grande retorna com um projeto musical que promete uma nova direção artística. "eternal sunshine" coloca seu protagonismo de frente enquanto compositora e produtora também. Tanto que o disco não traz nenhum feat - a não ser com a avó da artista, creditada como Nonna, na última faixa.
O novo álbum da eterna baixista do Sonic Youth surpreende ao apresentar uma experiência radicalmente distinta de sua antiga banda, mas complementar ao disco solo anterior, “No Home Record”. Com produção moderna, faixas como "BYE BYE" e "I’m a Man" destacam-se pela fusão de elementos sonoros diversos, incluindo batidas 808, guitarras distorcidas e letras provocativas. Ao explorar nuances do hyperpop, trap, paisagens sonoras metálicas e influências lo-fi, Gordon cria um álbum que é ao mesmo tempo audacioso, irônico e visceral em sua expressão artística.
Moor Mother - “The Great Bailout”
O nono álbum solo de Camae Ayewa apresenta colaborações de Mary Lattimore, Angel Bat Dawid e outros artistas renomados. "The Great Bailout" traz nove faixas que abordam os efeitos duradouros do colonialismo britânico. Moor Mother explora temas de deslocamento, violência sistemática e pesquisa histórica, especialmente sobre a relação entre Europa e África ao longo do tempo, destacando a importância de entender o impacto do colonialismo na atualidade, principalmente sobre a população preta.
Este é o nono álbum de estúdio da cantora e compositora americana, uma nova coleção de 12 músicas que exploram temas de liberdade, dança e aceitação. Em contraste com seu álbum anterior "Pick Me Up Off The Floor", lançado durante o início da pandemia em 2020, "Visions" reflete uma abordagem mais luminosa e otimista, capturando a essência das ideias que surgiram durante momentos de inspiração noturna. Com sua banda, Norah Jones mirou em uma sonoridade mais crua e cheia de alma - literalmente, de soul.
Conhecida como parte de uma das formações do supergrupo global Now United, a cantora Joalin está de volta com mais lançamentos da sua carreira solo. O single “La Chica-Cá” traz a dualidade das suas raízes finlandesas e mexicanas e a levou aos trending topics no dia do lançamento. Em um papo com o TMDQA!, a artista falou sobre sua relação com os fãs, inclusive dizendo que “os brasileiros deveriam ensinar o mundo a ser fã de música”. Na conversa, Joalin disse o que os artistas podem fazer para manter um ambiente saudável para os fãs na internet:
Acho que podemos apenas devolver o amor que recebemos e sermos nós mesmos. Por fazer o que amo fazer e ser autêntica, estou mostrando às pessoas que me seguem nas redes sociais que é OK ser você mesmo. Ao ser feliz por conta própria, estou mostrando a eles que eles podem se amar como são. Eu era mais ativa nas redes, fazia lives sobre amor próprio e tal, mas agora como estou me dedicando mais à minha arte, não fico falando tanto nas redes sociais. Mas espero que, através da minha música e do que coloco no mundo, ainda consiga exercer essa influência nas pessoas. Mesmo sem expressar em palavras, podemos transmitir através da música, da arte ou do que quer que estejamos fazendo. Como artista, é só ser você mesmo, mostrar respeito e amor. E as pessoas que te seguem vão ver isso.
Um dia para fortalecer as artistas mulheres
Talvez você tenha notado, talvez não: essa edição da Spotlight só tem artistas mulheres. Fizemos isso para provar dois pontos: o de que as mulheres podem e devem ocupar mais espaço na cobertura jornalística; e que não só isso é possível, como não exige o menor esforço, já que as mulheres são forças potentes no mercado da música. Mais que uma mea culpa, queremos mostrar como algumas lacunas que ainda existem são sistêmicas e poderiam, sim, ser preenchidas.
Mas acontece que a relevância mercadológica das artistas mulheres nem sempre se reflete nos diferentes espaços do ecossistema musical. Elas não estão em pé de igualdade em muitas frentes ainda, como a presença nos line-ups, os cachês para headliners, o tratamento respeitoso na mídia e outras.
Perto do Dia da Mulher isso muda, claro. E começam a vir à tona dados que costumam ser desanimadores, mas nessa semana o caminho foi outro. O aumento significativo no consumo de músicas feitas por mulheres no Brasil, destacado por um levantamento do Spotify, reflete uma mudança positiva e bem-vinda na indústria musical. Com um crescimento impressionante de 252% nos últimos cinco anos, a alta é um testemunho do reconhecimento crescente do talento e importância das artistas femininas.
A influência da Geração Z nesse crescimento é particularmente notável, com 60% das ouvintes de artistas femininas no Brasil pertencentes à faixa etária entre 18 e 24 anos. Esse grupo demográfico, conhecido por sua afinidade com a tecnologia e sua busca por representatividade, tem desempenhado um papel crucial na ampliação da visibilidade das mulheres na música.
Esses dados são um reflexo do progresso em direção a uma indústria musical mais inclusiva e igualitária, onde as vozes e as contribuições das mulheres são cada vez mais reconhecidas e valorizadas. A essa altura do campeonato, estamos aceitando qualquer vitória, mesmo que para as mulheres na base da pirâmide, as artistas independentes e sem grandes investimentos para impulsionar os streams, os bons resultados do Spotify não significam muito ainda.
O 8 de março no mundo da música é sobre valorizar as pioneiras que vieram antes, abrindo caminho na base do facão; sobre celebrar as que estão aqui hoje, tentando um assento à mesa; e para as que virão, para que não tenham que ficar comemorando qualquer line-up igualitário que sai por aí.
A maioria de nós, os ouvintes de música, precisa manter esse mesmo espírito vivo o ano todo. Porque se tem um lado que faz todas as outras engrenagens girarem, esse é o do fã. Qual artista incrível você vai fortalecer hoje? Vá ao show, compre merch, dê play, compartilhe nos stories. É o mínimo que podemos fazer.
Em dúvida do que ouvir? Venha curtir nossas playlists temáticas, sempre recheadas de novidades.
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Edição sensacional 👏👏👏