Spotlight 69: blink na América do Sul, robôs no topo do Spotify e Greyson Nekrutman fala ao TMDQA
Lançamentos da semana, notícias da música e entretenimento
Olá!
Começando nossa recaptulação da semana comemorando: eles estão entre nós! O blink-182 já está na América do Sul - acompanhe nossa cobertura.
Agora, já pensou se a moda pega? Uma deputada dos EUA apresentou um projeto de pagamento mínimo para músicos nas plataformas digitais. Falando nisso, o Neil Young deu o braço a torcer e voltou pro Spotify.
Em meio às investigações pelo paradeiro da princesa Kate Middleton, os brasileiros fizeram o Cheroque Rolmes e chegaram à conclusão de que Eloy Casagrande é mesmo o novo batera do Slipknot. Será? Nada foi confirmado até o momento, mas há sinais - mágicos, alguns diriam…
É de ranking que você gosta? Então que tal esse de 10 maiores guitarristas de todos os tempos, segundo (outra) votação popular? Numa vibe “a volta dos que não foram”, elencamos 10 turnês de despedida que na verdade foram pegadinha.
O SXSW começou com treta, mas é aquela coisa: nada acontece, feijoada. A história improvável dos últimos dias é a de que o hit de Sophie Ellis-Bextor, “Murder On The Dancefloor”, na verdade seria o single de estreia do New Radicals.
Por outro lado, o festival Summer Breeze tem boas notícias para a sua banda: estão abertas as inscrições para a seletiva New Blood. E no assunto da cena nacional, a Francisco, el Hombre anunciou turnê e novo disco antes de entrar em hiato.
Caso você ainda não tenha se inteirado do Oscar, o ponto alto da noite foi o Rock, com… Ryan Gosling (acompanhado de Slash, Wolfgang Van Halen e Mark Ronson). E ainda tem gente com vergonha de cantar “I’m Just Ken”, tsc tsc tsc… A vencedora de Canção Original, Billie Eilish, deixou um conselho para jovens músicos depois da sua já aguardada vitória. E o Jonathan Glazer, que venceu por “Zona de Interesse”, que cantava a bola do seu potencial desde aquele clipe do Jamiroquai?
Precisa de ajuda pra escolher o que assistir no fim de semana? Confira então algumas séries baseadas em games. Só não esquece de ativar a legenda.
Agora é só continuar lendo abaixo para saber de tudo mais que tá rolando no mundo da música!
Nathália Pandeló
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Tierra Whack - “WORLD WIDE WHACK”
A rapper da Philadelphia volta seis anos após a estreia bem recebida, “Whack World”, mas trata este novo disco como seu primeiro álbum. A arte da capa, criada pelo artista conceitual Alex Da Corte, representa a revelação da personagem “World Wide Whack”, um alter ego que será explorado nos visuais do álbum de Tierra Whack.
Four Tet retorna com o primeiro disco de inéditas desde 2020, quando lançou “Parallel” e “871”. Desde então, o músico lançou singles soltos, remixes, resolveu uma treta com sua antiga gravadora, colaborou com outros artistas e até participou de turnês mundiais com DJs famosos. Agora, Kieran Hebden lança este pela sua própria gravadora, Text.
Justin Timberlake - “Everything I Thought It Was”
Justin Timberlake está lançando seu novo álbum seis anos depois do último trabalho de estúdio. Após os singles “Selfish” e “Drown”, “Everything I Thought It Was” pretende ser um álbum sincero e divertido, considerado por Timberlake como o seu trabalho mais direto até hoje. O título surgiu de um comentário de um amigo após ouvir o disco, dizendo que era “tudo o que ele esperava” do cantor. Só dando play pra saber se procede…
Jota.pê - “Se o Meu Peito Fosse o Mundo”
Jota.pê põe no mundo seu segundo trabalho solo, com a participação de Gilsons, produção musical de Marcus Preto e direção musical de Felipe Vassão e Rodrigo Lemos. O álbum sai quatro meses após o lançamento da primeira parte. Esta nova etapa apresenta cinco faixas inéditas, complementando a narrativa iniciada anteriormente.
Kacey Musgraves - “Deeper Well”
Como o título entrega, o sexto álbum de estúdio de Kacey Musgraves é um trabalho pessoal e introspectivo que reflete sobre as mudanças e prioridades que ocorreram em sua vida. Inspirado pelo “retorno de Saturno”, o álbum explora os desafios e aprendizados da vida adulta, com a artista buscando “uma nova visão e amor mais profundo”. Será a fase “folklore” de Kacinha?
The Dandy Warhols - “Rockmaker”
Há um tempão atrás, você e os Dandy Warhols eram próximos, mas agora você não pensa muito mais neles? Pois é. “Rockmaker” quer reconquistar o espaço da banda nos corações dos fãs de indie rock, psych-rock, shoegaze, power pop e synth pop, já que os músicos seguem lançando álbuns consistentemente.
O TMDQA! tem a primeira entrevista do Brasil com Greyson Nekrutman, novo baterista do Sepultura! O jovem, de apenas 22 anos, assume as pesadas baquetas de Eloy Casagrande em uma das danças de cadeiras mais notórias dos últimos anos. Eloy pode ser anunciado no Slipknot, cujo ex-batera, Jay Weinberg, está no Suicidal Tendencies - a banda que Nekrutman integrava antes de aceitar o convite do Sepultura. Com tudo isso, o músico chega ao país e à banda brasileira com ciência do legado e do peso desse desafio. Perguntamos pra ele sobre incorporar seu próprio estilo ao que já foi feito antes:
A primeira palavra que vem à mente é respeito, porque eu nunca, mesmo com o Suicidal… Tipo, eu entrei e o Suicidal já tinha tido incontáveis bateristas antes de mim, então eu nunca entrei no Suicidal pensando, “Ah, eu sou o Greyson, eu vou tocar do jeito que eu quero tocar”, porque não é como se eu estivesse me diminuindo, mas eu sou o tipo de pessoa que simplesmente respeita as pessoas mais do que a maioria.
Então, eu cheguei aqui dizendo, “Ok, as coisas que o Eloy escreveu que são incríveis, eu vou manter; as coisas que o Iggor escreveu que são incríveis, eu vou manter; o que o Jean escreveu, eu vou manter, e vou adicionar minha assinatura”. Mas eu nunca quis chegar aqui falando, “Oi pessoal, eu sou o Grayson, vamos nessa”.
Não, sabe, foi um processo de tentar entender o que a banda precisava de mim e aí, claro, o que os fãs querem e tentar fazer minhas próprias afirmações ao mesmo tempo em que respeito todas as pessoas incríveis que estiveram na banda antes de mim. Nunca foi sobre estar substituindo alguém; eu sou, respeitosamente, o próximo baterista.
E os robozinhos que viralizam músicas no Spotify?
O recente escândalo envolvendo a máfia de robôs do Spotify, exposto pelo portal LeoDias, lançou luz sobre práticas há muito conhecidas no mundo da música, mas que continuam a desafiar a integridade do mercado fonográfico. Essa investigação demonstra a facilidade com que os mecanismos de popularidade podem ser manipulados, revelando uma verdade inconveniente: o sucesso de uma música muitas vezes não reflete sua qualidade, mas sim a habilidade de alguns agentes em inflar artificialmente suas métricas.
Essas práticas não são novidade. Anteriormente, víamos o fenômeno das compras de seguidores e visualizações em plataformas de mídia social. Agora, a manipulação se concentra nos plays do Spotify, mas amanhã poderá ser outra coisa. Isso evidencia uma tendência preocupante de adaptar as fraudes às mudanças tecnológicas, destacando a necessidade de uma vigilância constante por parte das plataformas e da indústria musical como um todo.
Enquanto é essencial reconhecer que números não definem automaticamente a qualidade de uma música, é igualmente importante questionar as atitudes de artistas e gravadoras que promovem essas práticas. Embora o impulso por visibilidade e sucesso seja compreensível, a manipulação dos sistemas para alcançar esses objetivos mina a credibilidade do mercado e prejudica artistas que buscam reconhecimento pelas vias, digamos, tradicionais.
Claro que agora muitos dedos são apontados, nomes são expostos. Natural, faz parte do jogo. Mas o mais importante é não ceder àqueles que insistem em falar que “é por isso que a música nacional está ruim” - porque não está.
É crucial não demonizar a qualidade da música brasileira em geral por causa dessas práticas. A diversidade e a riqueza cultural da cena musical do país são inquestionáveis, e é injusto generalizar com base nas ações de alguns poucos. Em vez disso, a atenção deve se concentrar em fortalecer os padrões de transparência e ética na indústria, garantindo que o mérito artístico seja reconhecido e valorizado.
Esse escândalo todo serve como um lembrete contundente da necessidade de uma abordagem mais responsável e ética no music business, onde a integridade e a autenticidade devem prevalecer sobre a busca cega por números e reconhecimento superficial. Somente assim o mercado musical poderá verdadeiramente celebrar e promover o talento genuíno e diversificado que o Brasil tem a oferecer.
Em dúvida do que ouvir? Venha curtir nossas playlists temáticas, sempre recheadas de novidades.
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