Spotlight 71: Madonna no Rio, Beyoncé rainha do rodeio e mercado de shows balançado
Lançamentos da semana, notícias da música e entretenimento
Olá!
Começando esse feriadão recordando o que rolou nos últimos dias e dando play nos lançamentos da sexta! Vem com a gente:
Os humilhados serão exaltados? O mercado de shows no Rio pode estar sendo esquecido no churrasco por várias turnês, mas nenhum outro lugar da América do Sul terá a Rainha do Pop - e o melhor, de graça!
Vamos às boas notícias do music business? O mercado fonográfico brasileiro faturou quase R$3 bilhões e cresceu mais do que a média mundial em 2023. Já globalmente, a música teve o segundo maior aumento já registrado. Nada mal! Também saiu o relatório do Spotify e listamos os principais aprendizados dos números recentes. E uma empresa brasileira quer mudar a forma como a IA é percebida no mercado da música.
Quase 40 anos atrasado, o Guns N’ Roses finalmente tem um Grammy. Essa é mais ou menos a idade de “Uptown Girl”, sucesso de Billy Joel. Numa vibe “tudo pode ser, basta acreditar”, o Piano Man não se envolveu só com uma supermodelo, e sim com duas. O resultado dessa relação rendeu esse hit icônico.
Viu essa? Dave Grohl e Chad Smith fazem “duelo de gigantes” na bateria em show beneficente de Josh Homme. Falando em shows, o Metallica perdeu mais de R$15 milhões em processo de datas canceladas na América do Sul.
Vai relaxar no sofá nessa Páscoa? Confira então cinebiografias de músicos brasileiros e clipes de músicas sobre chocolate. E aproveite pra seguir essas newsletters de artistas, com ótimas opções pra você treinar o inglês #OrgulhodoDuolingo
Confira abaixo o que mais tem movimentado o mercado da música!
Nathália Pandeló
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Confira alguns dos principais lançamentos de 29/03/2024:
O aguardado oitavo álbum de estúdio de Beyoncé finalmente chegou. Esta é a segunda parte de uma trilogia que começou com “Renaissance” e agora se desdobra no country - com direito a cover de “Jolene”, homenagem a Linda Martell e feats de Miley Cyrus e Post Malone. O disco já nasce afrontoso, com Bey abrindo espaço no gênero mais branco dos EUA do único jeito que ela sabe: com muito sucesso.
j-hope - “HOPE ON THE STREET VOL.1”
Direto do serviço militar sul-coreano, j-hope, do BTS, revela a trilha sonora da sua série documental, intitulada “HOPE ON THE STREET”, agora disponível no Prime Video. O lançamento é o segundo capítulo da BTS Chronicle.
Marcelo Lobato - “Carregador de Piano”
O renomado músico, produtor musical e compositor Marcelo Lobato, conhecido por seu trabalho como com O Rappa e com a cultuada Afrika Gumbe, lança primeiro EP solo. Uma verdadeira carta de intenções criativas, o projeto foi totalmente gravado na própria casa de Lobato, destacando sua versatilidade e alcance como artista.
O 12º álbum de estúdio da cantora e compositora americana Sheryl Crow vem na esteira de sua indicação ao Rock n’ Roll Hall of Fame. Das 10 faixas, destaca-se uma composta e cantada ao lado de Peter Gabriel.
Justine Never Knew The Rules - “JUSTINE”
Depois de apresentar os singles “Avalanche” e “Blush”, a banda paulista de rock alternativo Justine Never Knew The Rules, que nesse ano completa uma década de carreira e estrada, chega com álbum inédito, composto por mais nove faixas inéditas e com participação da banda Wry.
O rapper carioca lança seu terceiro álbum, apresentando 31 faixas e colaborações com artistas como Anitta, BK, Iza, Djonga e outros, em uma homenagem às histórias das comunidades periféricas do Brasil.
E na próxima semana:
Khruangbin - “A la Sala”
The Black Keys - “Ohio Players”
Vampire Weekend - “Only God Was Above Us”
Paula Cavalciuk - “Pangeia”
Conversamos com Jack Antonoff, o homem por trás do Bleachers e o produtor que assinou sucessos estrondosos, de Taylor Swift a Lorde. Sua banda acaba de lançar um novo álbum e o músico bateu um papo com o TMDQA! sobre a música americana, como vê seu status no mercado e chances de uma vinda ao Brasil. Confira um trechinho!
A maior lição que tive na vida é que é sempre sobre o que quer que seja que eu esteja sentido. Se eu começar a pensar sobre o que as outras pessoas podem sentir, se eu começar a pensar sobre o que está rolando culturalmente… Não importa. Tipo, o meu trabalho é puxar e esticar essa cultura, independentemente do que esteja rolando com ela.
Eu só quero fazer as coisas que eu sinto, o que soa fácil, mas na verdade é bem difícil. Você tem que constantemente vestir uma grande armadura para se lembrar dessa posição. Mas é só isso que eu faço; se eu penso em um single, por exemplo, eu não sento e fico pensando, “Ah, o que será que as pessoas vão gostar?” e coisas assim. Eu só sento e penso, “Se eu pudesse colocar o mundo inteiro em um lugar, que música eu tocaria pra eles?”.
Quando eu penso na abertura de um álbum, eu penso em uma situação onde eu estou há três anos sem ver um amigo, e qual seria a primeira coisa que eu falaria para essa pessoa. Então, é dessas formas que eu imagino isso. Eu só quero que seja algo que, pra mim, pareça certo, porque aí significa que você está oferecendo ao mundo algo que importa.
Mercado de shows em cima do muro
O ano de 2023 foi marcado por números que encheram os olhos do setor da música ao vivo. O relatório de fim de ano da Live Nation destacou um aumento na presença do público, vendas de ingressos em ascensão e receita em alta. Parecia que a festa continuaria em 2024. Entretanto, descobertas recentes da Bloomberg oferecem uma nova visão - se não pessimista, pelo menos mais realista.
O relatório da Bloomberg detalha como, até o momento de 2024, grandes festivais na gringa como o Coachella — marcado para os fins de semana de 12 a 14 de abril e 19 a 21 de abril — ainda não esgotaram os ingressos, enquanto outros foram cancelados. A Bloomberg descobriu que 10 grandes festivais de música, incluindo alguns tradicionais de várias décadas e com headliners gigantescos, não terão edições em 2024.
Os principais culpados, como é o caso em toda a indústria do entretenimento, são os custos crescentes para os organizadores, o que se traduz em preços mais altos dos ingressos, e o aperto do consumidor devido à inflação pós-pandemia. No entanto, a Live Nation, cujas ações recentemente atingiram mais uma alta, reiterou seu otimismo: “Em um nível macro, o negócio da música ao vivo está mais robusto do que nunca.”
Com cancelamentos ou não, os dados disponíveis sobre o estado da música ao vivo corroboram a posição da Live Nation — até certo ponto. A pesquisa “Audio Entertainment Survey” de 2023 da Morgan Stanley, por exemplo, constatou que a presença do público em eventos ao vivo, especialmente festivais de música, havia atingido ou até mesmo excedido os níveis pré-pandêmicos. A Variety também soltou um relatório especial em janeiro sobre o negócio da música ao vivo e destacou que a presença do público e as vendas de ingressos aumentaram consideravelmente em 2023.
No entanto, ao serem questionados sobre os fatores que os impediram de comparecer a eventos ao vivo, os entrevistados na pesquisa da Variety citaram os altos preços dos ingressos e as taxas exorbitantes como os dois principais obstáculos. Quando se tratava de festivais de música, cerca de metade dos entrevistados não gastaria mais de US$200 em ingressos. Para efeito de comparação, o fim de semana mais barato no Coachella começa em US$499 - isso sem as taxas.
Com base nesses números, tanto a Bloomberg quanto a Live Nation estão meio certas: mais pessoas do que nunca querem ir a shows, mas os preços em alta estão impedindo boa parte do público de fazê-lo. O tempo dirá como essa realidade impactará a indústria em 2024. E, principalmente, como isso vai repercutir aqui no Brasil, cuja realidade não é tão distante do mercado americano no que diz respeito à diminuição do poder aquisitivo.
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