Spotlight 72: Shakira critica Barbie, Sheryl Crow questiona o disco e Bruce Dickinson quer fim da Pista Premium
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Alô, galera de cowboy! Passada a semana dominada por Beyoncé, voltamos à programação normal de um milhão de coisas acontecendo por segundo! Quer ver?
Em mais um episódio da série “ai meu bolso”, vem aí City and Colour com shows no RJ e SP. Falando em palco, um novo estudo mostrou como as mulheres não estão em pé de igualdade com os homens quando o assunto é presença nos line-ups de festivais nacionais.
E o animador brasileiro Bruno Mazzilli, que ganhou chancela de ninguém menos que o Pink Floyd? Falando em coisas lindas, viram essa campanha? Os Paralamas do Sucesso regravaram “Vital e Sua Moto” para novo filme da Yamaha que celebra o amor dos motociclistas pelo seu sonho de metal!
Ah, pronto: Shakira falou que o filme Barbie “desmasculinizou” os homens - quase deu peninha. Quem também não fez muito sentido foi Sheryl Crow, que voltou atrás sobre parar de lançar álbuns (você viu que saiu “Evolution” na edição de semana passada, né?) - falamos mais sobre isso abaixo.
Billie Eilish também andou criticando os discos, mas por outro motivo. A cantora na verdade apontou o dedo para os artistas que lançam álbuns em vinil de múltiplas cores, estimulando os fãs a fazerem coleções e, consequentemente, a consumirem mais.
Em um momento “é verdade esse bilete”, Bruce Springsteen assinou a justificativa de ausência de uma aluna que faltou aula para ir a seu show. Outro Bruce, o Dickinson, aproveitou pra falar que as pistas premium deveriam acabar. Também numa vibe “essa é para os fãs”, Sebastian Bach voltou a falar em reunião com o Skid Row. Sei…
Essa foi rápida: a Inteligência Artificial já começou a substituir atores, e sindicatos criativos estão se mexendo para barrar avanços sobre direitos trabalhistas.
Falando em roubar trabalho de ator, Lars Ulrich e Chad Smith estarão na continuação de “Spinal Tap”. E a St. Vincent que gravou uma música chamada “Flea”, mas foi lá e convidou o… Dave Grohl?
Aliás, a música estará bem presente nos cinemas nos próximos anos - confira 10 cinebiografias musicais que estão em desenvolvimento. O risco é grande, afinal, tem ator que precisa de tratamento pra parar de falar como Elvis (nem conto quem)...
Mas se você tá mais a fim de ficar no sofá de casa, pode conferir as estreias do Prime Video para este mês. Inclusive, tem streaming novo da área: saiba tudo sobre o MGM+.
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Nathália Pandeló
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Confira alguns dos principais lançamentos de 05/04/2024:
O quarto álbum de estúdio do Khruangbin é um retorno às origens emocionais e sonoras da banda, gravado apenas com o engenheiro de longa data Steve Christensen e poucos overdubs. Este álbum representa uma resposta ao momento único em que o Khruangbin se encontra, marcando uma década de trajetória musical e preparando-se para uma turnê que expandirá sua presença em festivais e espaços icônicos em 2024.
The Black Keys - “Ohio Players”
Está entre nós o 12º álbum do The Black Keys. Singles como “Beautiful People (Stay High)” e “I Forgot to Be Your Lover”, uma versão da música de 1968 de William Bell, indicaram um Black Keys de volta às suas raízes. Será que se confirma? Entre os convidados, estão Lil Noid, Juicy J e Beck.
Vampire Weekend - “Only God Was Above Us”
Este é o quinto álbum de estúdio da banda indie rock americana e sua terceira colaboração com o produtor Ariel Rechtshaid. Mas trata-se do primeiro álbum gravado como um trio, composto por Ezra Koenig, Chris Baio e Chris Tomson, após a partida do tecladista Rostam Batmanglij. O disco chega após os singles “Gen-X Cops”, “Capricorn”, “Classical” e “Mary Boone”.
Fresno - “Eu Nunca Fui Embora - PARTE 1”
A banda gaúcha revela a primeira parte do seu aguardado novo álbum “Eu Nunca Fui Embora”, apresentando sete faixas, incluindo a colaboração com Pabllo Vittar em “Eu Te Amo / Eu Te Odeio (Iô-Iô)”. Este é o décimo álbum de estúdio da Fresno, produzido por Lucas Silveira. A segunda parte será lançada para coincidir com o início da nova turnê ainda este ano.
Bruno Berle - “No Reino dos Afetos 2”
Este é o segundo álbum de Bruno Berle, onde o músico mistura elementos do folk brasileiro com pop eletrônico contemporâneo. O álbum reflete a experiência de Berle em São Paulo e explora temas como amor jovem e mudanças na vida, enquanto busca oferecer uma representação da alegria queer negra em sua música. Com produção própria e arranjos elaborados em parceria com Batata Boy, o álbum cria uma atmosfera única que combina elementos de diversos gêneros musicais.
Nesse novo trabalho, Paula Cavalciuk realiza novamente seu pop calcado na viola caipira, com letras sensíveis sobre temas como maternidade, amor à natureza, solidão e a conexão inevitável à mãe-terra.
O músico e produtor Diego Xavier é guitarrista e vocalista da banda BIKE desde 2015. Em paralelo, tem uma carreira solo, ou quase isso, já que os amigos Ricardo Garofallo e Rodrigo Leal o acompanham no baixo e na bateria, respectivamente. O projeto, intitulado Diego Xavier Trio, já lançou dois discos e dois EPs desde 2016, e apresenta agora um álbum inédito de oito faixas, numa alusão a ser esse o terceiro trabalho cheio do projeto.
E na próxima semana:
girl in red - “I’M DOING IT AGAIN BABY!”
Maggie Rogers - “Don't Forget Me”
Pabllo Vittar - “Batidão Tropical Vol. 2”
TINI - “un mechón de pelo”
Danna Paola - “CHILDSTAR”
Mark Knopfler - “One Deep River”
Duda Beat - “Tara e Tal”
Há quem diga que a música instrumental não tem tanta entrada quanto a música com vocais. E talvez isso seja verdade em termos mercadológicos, porém o guitarrista Brian Cook vê outras possibilidades que se abrem quando não existe um vocal guiando o som. Ele esteve essa semana em São Paulo com sua banda Russian Circles e comprovou que a música - com ou sem letras - não tem fronteiras. Confira o que o músico falou ao TMDQA! sobre o assunto:
Acho que ser uma banda instrumental tem sido um grande fator para o nosso sucesso. Não apenas isso ajuda a driblar a barreira do idioma, mas acho também que a ausência de vocais significa que as pessoas não estão distraídas ou dissuadidas por uma abordagem vocal em particular.
Nós pegamos várias coisas do Heavy Metal, mas acho que há muita gente que não consegue curtir Metal por causa do estilo de vocal. As pessoas prestam mais atenção para a música em si do que para a estética da banda, e isso permite que as pessoas engajem mais ativamente com a ressonância emocional das nossas músicas. E acho que isso significa que plateias em lugares tão diferentes como Japão e Rússia e México engajam com a nossa música de uma maneira similar.
Eu definitivamente acho que ser uma banda instrumental permite que tenhamos flexibilidade para alternar entre diferentes emoções e timbres de uma forma que seria difícil se tivéssemos um vocalista.
Fim do disco? Dificilmente!
“Eu ainda acho que fazer álbuns é uma perda de tempo e dinheiro. As pessoas não ouvem mais os discos como um corpo único de trabalho”. Essa declaração é de Sheryl Crow e, bem, não dá pra dizer que ela está totalmente equivocada.
O público seleto dessa humilde newsletter talvez discorde, assim como qualquer pessoa que ama e acompanha música. Mas cabe lembrar: nem todo mundo é tão apaixonado assim - e tá tudo bem. A maioria das pessoas fica de boa em dar play no Radar de Novidades, na playlist do momento, num DJ set no YouTube, na rádio do carro.
Sheryl Crow é da época em que um disco poderia mudar a vida de um artista em uma proporção que raramente se repete hoje. O que “Tuesday Night Music Club” fez em 1993 foi icônico, empoderador, marcante em muitos níveis! A mulher foi de backing vocal do Michael Jackson para se tornar uma referência para todas as artistas no crossover do country com o rock. Agora, ela soma 40 anos de carreira, viveu muitas fases dessa indústria. O modelo que Sheryl ajudou a fortalecer já não parece fazer mais tanto sentido.
Porém, ele continua de pé. Lançar álbuns ainda é o que movimenta o mercado da música inteiro - na mesma semana que ela lançou “Evolution”, Beyoncé dominou a conversa cultural ao lançar um álbum que servirá de parâmetro pra medir os demais sucessos do ano. Daqui a duas semanas teremos outro destes: o novo de Taylor Swift.
É claro que nem todo mundo é Bey e Tay - na verdade, ninguém é. Estamos falando de duas artistas sem paralelos em termos de sucesso e alcance. Mas mesmo na base da pirâmide, onde ficam os artistas independentes, a linguagem do álbum continua dominante.
Talvez essa nossa visão seja um pouco regional demais. Em 2020, a Deezer conduziu uma pesquisa que mostrou que o Brasil é o país que mais ouve álbuns no mundo. Também concluiu que os millennials é que mais gostam de ouvir discos do início ao fim - nada menos que 21% da população mundial faz parte dessa categoria. Parece pouco? Então pense que são 1,8 bilhão de pessoas. Estima-se que os millennials representem cerca de 25% do poder aquisitivo global em 2023.
Tudo isso pra dizer que Sheryl talvez esteja vendo, na verdade, o fortalecimento de outros formatos, como o single e o EP, e não necessariamente o enfraquecimento do álbum.
De certa forma, isso pode até ser uma boa notícia - porque o que tem de disco de mais de 1h que poderia ser um EP por aí, não tá escrito…
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