Spotlight 75: Novo baterista do Slipknot, lei Taylor Swift e a ética dos lançamentos póstumos
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Olá!
Finalmente chegou ao fim a novela do novo baterista do Slipknot! Ou mais ou menos, né? Afinal, a banda é mascarada, mas especialistas (fãs emocionados) já cravaram se tratar de Eloy Casagrande, pelo porte físico, jeito de tocar, pelas baquetas e pratos usados (!) e até pelas tatuagens que estavam à mostra.
Tá precisando de boas notícias hoje? Então se liga que David Gilmour (Pink Floyd) anunciou o primeiro disco de inéditas em nove anos; e vem aí The Hives em SP. Também teve anúncio do Rock in Rio, com Avenged Sevenfold, Evanescence, Deep Purple e Incubus no Dia do Rock.
Ficou sabendo? Uma lei aprovada na Câmara de Deputados pode beneficiar frequentadores de shows (sim, você!).
Pra quem anda saudosista, um site elegeu os 500 melhores discos dos anos 90. Inclusive, vale lembrar a história do dia em que Chris Cornell “salvou” o maior hit do Soundgarden com sua habilidade na guitarra.
Falando em mandar bem nas cordas, Pete Doherty lembrou o lado musicista de Amy Winehouse, conhecida pela potência vocal.
Em um editorial lá no site, falamos sobre Taylor Swift, a cultura das resenhas e os desafios de criticar grandes ícones do Pop. Pra dar uma descontraída, confira essas bandas de um jeito que você nunca viu antes (mas só abra se não estiver com fome).
Se estiver precisando de dica do que assistir, te mostramos 10 lutadores que viraram atores. E em breve, chega no Prime Video um documentário sobre a batalha silenciosa de Céline Dion com uma condição neurológica raríssima.
Pronto pra sextar? Então vem com a gente conferir os lançamentos e outras novidades!
Nathália Pandeló
Editora da newsletter
Soft Cell no C6 Fest!
Você consegue acreditar que, em quase 50 anos de carreira, o duo britânico Soft Cell nunca veio ao Brasil? Pois isso irá mudar em alguns dias, já que a banda é atração confirmadíssima do C6 Fest, que acontece no Parque Ibirapuera em São Paulo entre os dias 17 e 19 de Maio.
Conhecidos como pioneiros do Synth Pop, Marc Almond e David Ball fizeram muito sucesso nos Anos 80 principalmente por causa da cover de "Tainted Love" que é impossível de não reconhecer.
Você pode garantir ingressos para ver Soft Cell, Pavement, Daniel Caesar, Noah Cyrus e muito mais no C6 Fest 2024 clicando aqui!
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Confira alguns dos principais lançamentos de 26/04/2024:
St. Vincent - “All Born Screaming”
O sétimo álbum marca uma mudança na exploração sonora de St. Vincent, denominada de “pop pós-pandemia”. Produzido inteiramente pela própria Annie Clark, o álbum conta com colaborações de músicos do naipe de Dave Grohl e Cate Le Bon. O single “Broken Man”, caracterizado como “rock industrial ameaçador”, veio acompanhado de um vídeo musical visualmente impactante, estabelecendo o tom para a autenticidade e visão artística do álbum. Além disso, a faixa “Sweetest Fruit” presta homenagem à falecida produtora musical Sophie, refletindo temas de transcendência e beleza em meio à perda.
O 15º álbum de estúdio da dupla de synth-pop inglesa Pet Shop Boys foi produzido por James Ford e marca o primeiro álbum da banda para a Parlophone desde “Elysium” em 2012, com um intervalo de quatro anos desde “Hotspot” (2020), o período mais longo entre álbuns de estúdio até o momento. O single “Loneliness” antecipou a atmosfera diversificada do trabalho, que busca celebrar as emoções humanas através de uma mistura de faixas dançantes e baladas.
Gabriel Aragão - “Rua Mundo Novo Deluxe”
Gabriel Aragão apresenta uma releitura ampliada de seu álbum de estreia solo “Rua Mundo Novo”, agora com a colaboração de artistas que admira, incluindo Teago Oliveira, Tagore, Wado, Roberta Campos e Mateo Piracés-Ugarte. A nova edição oferece uma visão coletiva da MPB contemporânea, reimaginando as canções com novas cores e perspectivas.
Este é o primeiro álbum solo de Sam Beam desde “Beast Epic” (2017), seguindo seu trabalho colaborativo com Calexico no ótimo “Years to Burn” (2019). Produzido pelo próprio Beam, o álbum conta com a participação de diversos músicos, incluindo Fiona Apple, que contribui com vocais adicionais na faixa “All in Good Time”.
“Hyperdrama” é o aguardado quarto álbum de estúdio do duo francês de música eletrônica Justice. Marcando o retorno da dupla após mais de sete anos desde “Woman” (2016), o disco apresenta os singles “One Night/All Night” com Tame Impala e “Generator”, lançados simultaneamente com o anúncio do álbum, seguidos por “Incognito” e posteriormente “Saturnine” com Miguel. Com uma fusão de elementos disco/funk e música eletrônica, “Hyperdrama” promete uma abordagem onde esses estilos “lutam um pouco pela atenção", conforme descrito pela própria dupla.
Jay Wheeler - “Buena Música para Días Malos”
O oitavo álbum de Jay Wheeler foi antecipado pelos sucessos “História” e “Otro Más”. Reconhecido pela versatilidade, o artista de reggaeton acumula milhões de ouvintes mensais no Spotify e colaborações com J Balvin, Maluma e Wisin & Yandel, além do mega-hit “La Curiosidad”, indicado ao Grammy Latino. Com uma incursão bem-sucedida no trap latino com o álbum visual “TRAPPii”, Jay Wheeler expande seu som mais uma vez.
E na próxima semana:
Dua Lipa - “Radical Optimism”
Camera Obscura - “Look To The East, Look To The West”
Ibibio Sound Machine - “Pull The Rope”
Kamasi Washington - “Fearless Movement”
Maglore - “Acústico”
Mdou Moctar - “Funeral For Justice”
P.O.D. - “Veritas”
Sia - “Reasonable Woman”
The Lemon Twigs - “A Dream Is All We Know”
Conversamos com Chan Marshall, aka Cat Power, sobre o show que a artista fará aqui no C6 Fest. Passamos por tópicos como o machismo ainda presente na indústria, as memórias mais sensoriais que a cantora tem do Brasil e ativismo nas redes. Mas Chan brilhou mesmo quando chegamos no assunto do poder da música em nos tirar da bad!
Parece uma receita médica. A gente tem tantas experiências diferentes, desde a infância, que às vezes algo nos gatilha de um jeito que não sabemos como explicar… E como agir para cuidar da nossa dor em alguns momentos da vida. Os jovens abrem o Spotify e descobrem artistas o tempo todo. Mas pra mim, parece que Deus manda uma receita para o meu cérebro. Parece que ele – ou ela, a Mãe do Universo – fala, “toca isso aqui”.
E eu começo a caçar na minha coleção de discos – que eu já doei três vezes e agora comecei a colecionar de novo! -, aí eu fico tentando achar, porque não está em ordem alfabética… De qualquer forma, colocar isso pra tocar um dia à tarde… Ou tarde da noite, quando meu filho já foi dormir, e aí estou absolvida. Parece que o fardo sai de cima de mim. Claro que eu sou uma trabalhadora da canção, como todos os meus cantores favoritos da vida, mas acredito que todos somos! Acredito que a pessoa que está buscando essa música, que a encontra e ouve, eu acredito que ela tem a mesma canção dentro de si. Só que diferente, porque é outra pessoa. Mas talvez eles não cantem, pintem, escrevam… Mas tem algo ali dentro. Uma tradução disso que também compartilham. E isso pode gerar mais… passagens criativas. Porque, gostemos ou não, acreditemos ou não, nós viemos da criação. Somos entidades criativas. [...] E como é algo auditivo, vai direto pros nossos ouvidos, dentro do nosso cérebro… O som vibra e vai direto para o nosso peito, dentro das nossas mãos, nossos ossos. Por breves momentos, se torna parte da nossa carne. Se torna parte de nós. E isso é tão poderoso!
O lançamento de um novo álbum póstumo de Johnny Cash, com gravações inéditas de 1993, e de uma música inédita com vocais de Scott Weiland, reacendem o debate sobre a ética e o respeito à vontade dos artistas após suas partidas. De um lado, os fãs celebram a oportunidade de desfrutar de mais da obra de um ídolo. Do outro, surgem questionamentos sobre até que ponto é legítimo interferir naquilo que o artista já não pode mais ditar.
O caso de Cash não é único. Nos últimos anos, nomes como Amy Winehouse, Jimi Hendrix e Bob Marley também tiveram obras lançadas após suas mortes. Em 2024, foi a vez de Gabriel García Márquez ter um livro inédito publicado. A decisão sobre o que fazer com a produção artística de alguém que já se foi é complexa e envolve diversos fatores.
Por um lado, os familiares e detentores dos direitos autorais argumentam que o público tem o direito de conhecer a obra completa do artista. Eles defendem que a divulgação póstuma preserva o legado e permite que novas gerações descubram e apreciem o talento de quem já não está entre nós. Além disso, a venda de álbuns e livros póstumos pode gerar renda significativa para os herdeiros, o que pode ser especialmente importante em casos de artistas que deixaram famílias em situação financeira difícil.
No entanto, outros criticam essa prática, argumentando que ela viola a autonomia do artista e desrespeita sua vontade final. Eles questionam se é justo que outros decidam o que deve ou não ser lançado, e se essas obras realmente representam a visão e a intenção original do artista. Há ainda o risco de que materiais de baixa qualidade ou incompletos sejam lançados apenas por motivos comerciais, explorando a memória do artista e enganando o público.
No caso de Johnny Cash, seu filho John Carter Cash defende a produção do novo álbum, afirmando que foi feito com o máximo de respeito à memória do pai e com o objetivo de preservar sua obra da melhor maneira possível. Ele conta que utilizou técnicas modernas para aprimorar a qualidade das gravações originais e que convidou músicos que tocaram com Cash em vida para participarem do projeto.
É importante ressaltar que não existe uma resposta única e fácil para essa questão. Cada caso deve ser analisado individualmente, levando em consideração os desejos expressos pelo artista em vida, a qualidade do material póstumo e o impacto que sua divulgação terá em seu legado. Cabe ao público, por sua vez, decidir se consome ou não essas obras póstumas, fazendo uma reflexão crítica sobre os valores e as implicações envolvidas em cada lançamento.
Este último ato póstumo de Johnny Cash ecoa como um lembrete da complexa relação entre arte, legado e os limites da ética após a morte. É um convite à reflexão sobre o respeito à vontade individual, a responsabilidade daqueles que detêm os direitos autorais e o papel do público na preservação da memória dos artistas que tanto nos inspiram.
Em dúvida do que ouvir? Venha curtir nossas playlists temáticas, sempre recheadas de novidades.
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