Spotlight 78: Retorno de Billie Eilish, a música se mobiliza pelo Sul e treta no rap
Lançamentos da semana, notícias da música e entretenimento
Olá!
O Brasil e o mundo continuam se mexendo para ajudar o Rio Grande do Sul (para desgosto de certos governadores). É o caso do festival Salve o Sul e a doação do Metallica. Aliás, ficou sabendo da história desse músico que abriu mão de tocar com a banda de James Hetfield para presenciar o nascimento da filha?
Prepara o bolso (e a lombar): o Dream Theater vem aí com seus shows de 3h de duração. O AC/DC também estará na estrada com formação renovada. Se é pra entregar idade, fique sabendo que esses discos aqui completam 10 anos em 2024.
Pra quem curte mesmo um sofá, tem uma nova série documental que vai contar a história do Lollapalooza. Se você anda nostálgico, vem aí uma nova versão da série The Office. Mas até nostalgia tem limite: Robert Plant e David Gilmour se pronunciaram contra lançamentos de músicas póstumas com uso de IA.
Childish Gambino surpreendeu todo mundo com um novo disco, que na verdade não é novo. Quem também é cheio de surpresas é Eloy Casagrande, que vem colhendo elogios em sua ainda recente estreia no Slipknot. Para os fãs de música pesada, o Cradle of Filth promete surpreender em sua parceria com… Ed Sheeran.
No mundo do music business, uma nova ferramenta da Apple oferece análise avançada para impulsionar o mercado. E o TMDQA! entrevistou artistas sobre a jornada dupla: se dedicar à música e ainda se tornarem influenciadores e produtores de conteúdo.
Quer sextar tirando onda? Então descubra essa ferramenta do Instagram para compartilhar seu gosto musical. Confira abaixo os lançamentos e outras novidades!
Nathália Pandeló
Editora da newsletter
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Já estão quase no fim os ingressos para essa noite intensa no Allianz Parque. O Bring Me The Horizon terá abertura de Spiritbox, Motionless in White e The Plot in You no que certamente será uma apresentação histórica!
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O C6 Fest vai ser a chance dos fãs brasileiros verem pela primeira vez alguns artistas que nunca tiveram a oportunidade de assistir ao vivo antes!
É o caso de Noah Cyrus, que deu entrevista para o TMDQA! essa semana. A estrela da música inglesa Raye também não para de brilhar, Chief Adjuah apresenta os sons de New Orleans, Daniel Caesar já está em solos brasileiros direto do Canadá enquanto Cimafunk traz os sons afrocubanos para dar uma voltinha em São Paulo.
E não são só os novos nomes da música que chamam atenção nesse quesito. Dá pra acreditar que o Soft Cell caminha pra meio século de carreira e só o C6 Fest conseguiu trazer a dupla britânica?
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O Indie Rock viveu vários auges - que ainda não chegaram ao fim! Não é à toa que essas bandas e artistas se tornaram a trilha sonora das mais diversas gerações desde os anos 80.
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Confira alguns dos principais lançamentos de 17/05/2024:
Billie Eilish - “HIT ME HARD AND SOFT”
O novo álbum de estúdio de Billie Eilish foi anunciado em abril, seguindo uma campanha de teasers em outdoors. Eilish coescreveu e gravou o álbum com seu irmão Finneas O'Connell, revelando que o processo de gravação foi concluído após meses de trabalho meticuloso. O disco já promete com canções em que Billie aborda questões como sexualidade e desejo de forma sem precedentes em seu trabalho.
Beth Gibbons - “Lives Outgrown”
Por incrível que pareça, este é o disco de estreia solo da cantora inglesa, mais conhecida como a voz do Portishead. Gibbons vem antecipando o lançamento com singles, como “Floating on a Moment” e “Reaching Out”. Ela revelou que escreveu as canções de “Lives Outgrown” ao longo de uma década, passando por tópicos como maternidade, ansiedade, menopausa e mortalidade.
Cage The Elephant - “Neon Pill”
Este é o sexto disco da banda de rock americana. “Neon Pill” começou a ser promovido ainda em janeiro, com a faixa-título, seguida por “Out Loud”. Este é o primeiro lançamento do Cage The Elephant em cinco anos. São 12 faixas no total.
"Orgy of the Damned" é o sexto álbum de estúdio de Slash, apresentando uma colaboração com diversos músicos e cantores renomados do blues. O álbum foi precedido pelo lançamento do single "Killing Floor", uma cover da música de Howlin' Wolf, com participação de Brian Johnson e gaita de Steven Tyler. Slash, acompanhado por membros de sua antiga banda e outros músicos, gravou os instrumentais do álbum em estúdios de Los Angeles com o produtor Mike Clink.
Vários artistas - “Everyone's Getting Involved: A Tribute to Talking Heads' Stop Making Sense”
O álbum tributo celebra o 40º aniversário do filme e álbum de mesmo nome, apresentando covers das dezesseis faixas do filme interpretadas por artistas como Miley Cyrus, Lorde e Paramore. Distribuído pela A24, o álbum surgiu após o sucesso do remaster 4K do filme de 1984, seguido por uma reunião da banda e uma ampla distribuição em cinemas, com teasers divulgando o álbum, e singles lançados, incluindo "Burning Down the House" do Paramore e “Girlfriend is Better”, da girl in red. Tudo isso culmina no aniversário de 40 anos da estreia do filme.
Vitor Casagrande - “Mestres do Bandolim”
O bandolinista Vitor Casagrande, renomado músico da cena instrumental paulista, está prestes a lançar seu primeiro álbum solo. E ele faz desse lançamento não só um marco para sua trajetória, mas uma homenagem aos mestres que vieram antes de si. O projeto, intitulado "Mestres do Bandolim", é uma iniciativa que visa não apenas celebrar a genialidade desses grandes músicos em vida, mas também contribuir para o registro e divulgação de suas obras inéditas.
E na próxima semana:
Lenny Kravitz - “Blue Electric Light”
RM - “Right Place, Wrong Person”
Twenty One Pilots - “Clancy”
Wallows - “Model”
O Justice contou ao TMDQA! como concebe os seus shows e leva a energia das músicas para o ambiente ao vivo:
Para manter as coisas interessantes musicalmente, nós sempre pensamos em fazer uma grande faixa com todas as nossas músicas. Tem que ser concisa, divertida, e meio que uma grande festa de música por uma hora, uma hora e meia – o que difere dos nossos álbuns, porque eles nem sempre são música de festa. O Justice ao vivo é 200% ‘party time’ [‘hora da festa’]. Essa é a direção principal que temos em mente, e daí buscamos o que achamos elegante dentro dessas músicas de festa. Na parte visual, temos a mesma ideia desde o começo: um palco que pareça tão mecânico e técnico quanto possa parecer; nós amamos todas as técnicas que costumamos ver no palco [em shows de Rock], como os amplificadores Marshall.
Brigas entre rappers: Lucrativas, mas perigosas
As tretas no rap, conhecidas como "rap beefs", têm sido uma constante na indústria do hip-hop desde seus primórdios. Essas rivalidades, frequentemente expressas através de diss tracks, não apenas alimentam o interesse dos fãs, mas também impulsionam vendas e streams, tornando-se um elemento lucrativo para artistas, gravadoras e plataformas de streaming. No entanto, apesar do seu potencial econômico, essas disputas trazem consigo perigos significativos que não devem ser ignorados.
Historicamente, as batalhas de rap serviram como uma plataforma para os artistas demonstrarem sua superioridade lírica e criativa. A recente disputa entre Drake e Future, e depois de Drake e Kendrick Lamar, são exemplos disso. A diss track de Drake, “Push Ups (Drop and Give Me 50)”, acumulou mais de seis milhões de visualizações em uma semana - e, desde então, todos os produtos desse e do novo bate-boca vem quebrando recordes. Essas visualizações se traduzem diretamente em receitas de streaming e publicidade, beneficiando tanto os artistas quanto as plataformas. E vamos combinar que se tem alguém que sabe jogar o jogo do streaming, esse cara é Drake.
Além disso, as gravadoras e empresas de streaming exploram essas rivalidades para promover seus serviços. Vale lembrar que a treta com Future “coincidiu” com um anúncio enorme do Spotify e RapCaviar em plena Times Square com o slogan “o hip-hop é um esporte competitivo”, jogando lenha na fogueira. Isso não apenas aumenta a visibilidade dos artistas envolvidos, mas também atrai mais assinantes e ouvintes para essas plataformas.
Embora as tretas de rap possam ser lucrativas, elas também têm um lado sombrio. A violência associada a essas rivalidades não é mera ficção. A história do hip-hop é marcada por tragédias, como as mortes de Tupac Shakur e Notorious B.I.G., cujas rivalidades públicas contribuíram para suas mortes prematuras. Numa outra “coincidência” bizarra, um segurança foi morto na porta da mansão de Drake há poucos dias.
Outro perigo é a perpetuação de mensagens nocivas. As diss tracks frequentemente incluem violência, misoginia, homofobia e outras formas de discurso de ódio. Isso pode ter um impacto negativo sobre os fãs, especialmente os mais jovens, que podem internalizar essas mensagens prejudiciais. A diss track de Drake, que usou a voz de Tupac gerada por IA para abordar acusações de preferência por meninas menores de idade, exemplifica como essas mensagens podem ser irresponsavelmente amplificadas.
Como as tretas - independente do gênero musical - são indiscutivelmente boas para os negócios, elas geram engajamento, aumentam streams e vendem mais álbuns. No entanto, os perigos que elas trazem não podem ser subestimados. É essencial que a indústria, juntamente com plataformas de streaming e fãs, reflitam sobre como equilibrar o entretenimento e a lucratividade com a responsabilidade ética e a segurança dos artistas envolvidos. Somente assim poderemos apreciar o talento e a criatividade do rap sem comprometer a integridade e a vida daqueles que o fazem.
Agora, para além da problematização óbvia, chega um ponto em que até as brigas mais homéricas perdem a graça e viram notícia do mês passado. Já deu - até porque, entre Drake e Kendrick, há um abismo que separa as habilidades desses dois…
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