Spotlight 90: Fim do Aerosmith, música nas Olimpíadas e adeus ao ‘dad rock’
Lançamentos da semana, notícias da música e entretenimento
Alô pra você que nunca torceu tanto para hipismo, hockey na grama e nado sincronizado! Pra quem adora um momento “É do Brasil-sil-sil!”, que tal essa anedota da vida pregressa da cantora Simone no basquete? Também teve orgulho nacional no Tiny Desk, da NPR. Já Bob Burnquist, nosso maior medalhista dos X Games, tá ganhando documentário na HBO com trilha de Daniel Ganjaman. Quem levou o ouro da abertura em Paris foi o Gojira, que só cresce nas plataformas desde então.
Aliás, ficou sabendo? A Copa do Brasil agora terá um momento musical nas transmissões do Prime Video, e o TMDQA! te contou com exclusividade. Já isso aqui é outro nível de craque: Chad Smith ouviu uma música do Bring Me The Horizon pela primeira e mandou ver na batera.
O Balaclava Fest anuncia está de volta e com ninguém menos que Dinosaur Jr. e BADBADNOTGOOD. Quem também retornou aos palcos foi Adele, com uma arena exclusiva projetada para ela. E Gilberto Gil anunciou sua última turnê, com os ingressos indo à pré-venda logo, logo.
Quem não deve retornar tão cedo é o Tenacious D, com Jack Black se pronunciando pela primeira vez desde aquela torta de climão. Mas, segundo ele, a banda voltará na hora certa.
Fim de uma era: Steven Tyler não recuperou a voz e o Aerosmith anunciou a aposentadoria. Inclusive, te contamos quais os melhores discos da banda segundo os próprios fãs. E pra quem curte uma lista, lá no site também temos os 20 álbuns essenciais do Hip Hop.
Já os fãs de cinema e música Pop poderão curtir em breve “A Mulher Em Mim”, biografia de Britney Spears que ganhará versão para as telonas.
Atenção para o momento utilidade pública: te ensinamos a deixar o Spotify blindado pra ninguém invadir sua conta. Inclusive, já prepara o play, porque lá vem os lançamentos da semana!
Nathália Pandeló
Editora da newsletter
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Confira alguns dos principais lançamentos de 09/08/2024:
“Rayo” é o sexto álbum de estúdio do cantor colombiano J Balvin. O disco conta com participações especiais de Chencho Corleone, Feid, Saiko, Bad Gyal, Zion, Ryan Castro e muitos outros nomes da música urbana latinoamericana.
Milton Nascimento and Esperanza Spalding - “Milton + Esperanza”
Este é o primeiro álbum de Esperanza Spalding desde “Songwrights Apothecary Lab” de 2021, que, juntamente com “12 Little Spells” de 2019, ganhou os Grammys de Melhor Álbum Vocal de Jazz. No ano passado, Spalding lançou a canção de protesto “Não Ao Marco Temporal”, gravada no Rio de Janeiro, abordando a ameaça aos direitos territoriais dos indígenas brasileiros e os riscos para a Amazônia. Já Milton Nascimento chega a esse trabalho laureado por uma carreira longeva, celebrada nos palcos com sua última grande turnê. Talvez por isso esse disco, com sua grande fã Esperanza Spalding, seja tão comemorado por quem achou que não ouviria outras novidades de uma das maiores vozes do Brasil.
Beabadoobee - “This Is How Tomorrow Moves”
Este é o terceiro álbum de estúdio da cantora e compositora filipino-britânica Beabadoobee. O lançamento inclui os singles “Take a Bite”, “Coming Home” e “Ever Seen”.
Este é um projeto ambicioso e experimental criado com loops de bateria e amostras sintetizadas, sem o uso de guitarras ou teclados. A gravação inclui uma seção de saxofones, resultando em uma mistura punk com influências diversas e riffs simples. As letras refletem sobre a vida contemporânea, com momentos de humor e esperança, gravadas de maneira crua e direta em fita de oito canais.
O novo álbum do astro nigeriano de afrobeats conecta África, América e Europa, com colaborações de artistas como Ludmilla, Travis Scott, Stormzy e Central Cee. Lud representa o Brasil na tracklist e participa da faixa “Whine”, mostrando sua versatilidade ao cantar em inglês e português. Asake, conhecido como MR MONEY, consolida sua carreira com este terceiro álbum, que já acumula milhões de streams e ouvintes nas plataformas digitais.
E mais:
Ryuichi Sakamoto - “Opus”
Big Sean - “Better Me Than You”
King Gizzard & the Lizard Wizard - “Flight b741”
Latto - “Sugar Honey Iced Tea”
Na próxima semana:
Foster the People - Paradise State of Mind
Post Malone - F-1 Trillion
Ray LaMontagne - Long Way Home
Tinashe - Quantum Baby
Falamos com Vanessa da Mata sobre sua estreia em um musical, interpretando ninguém menos que Clara Nunes. A cantora matogrossense comentou a falta de homenagens para esta que foi uma das maiores vozes da música brasileira:
Eu acho que ainda é muito pouco a celebração que a gente faz para os nossos antepassados no Brasil. Essa coisa colonizada do Brasil de achar que tudo que é do exterior é melhor que daqui. É muito pequeno ainda, a gente celebra muito pouco os nossos, nós mesmos. A gente está sempre querendo imitar o de fora, trazer o de fora, cantar como um americano.
O eterno estereótipo da “música de pai”
Nesse fim de semana, o Dia dos Pais servirá de oportunidade para momentos afetuosos para alguns, de saudade para outros. Mas se tem uma coisa que a data traz à tona é o absoluto desconhecimento de algumas marcas sobre o assunto da paternidade. As campanhas, inclusive no mundo da música, continuam sem entender que os pais podem ser muito mais que meros estereótipos. Vai dizer que não chegou aí nenhum e-mail marketing tentando vender ingressos de shows para pais que gritam lugar-comum?
O conceito de “dad rock” remete àquela trilha sonora específica que, há alguns anos, dominava os carros de pais de meia-idade: clássicos do rock dos anos 70 e 80, como Led Zeppelin, The Rolling Stones e Pink Floyd. Essas bandas, outrora símbolos de rebeldia e inovação, se tornaram uma espécie de trilha sonora padrão para a figura do pai, reforçando um arquétipo de gosto musical estático e previsível. Era comum associar a imagem do pai dirigindo uma minivan com essas faixas, o que consolidava uma visão limitada de sua identidade cultural e musical.
Hoje, entretanto, esse estereótipo já não se aplica da mesma maneira. A diversidade de gostos e a pluralidade de experiências que definem os pais contemporâneos fizeram com que o “dad rock” perdesse a força como marcador cultural. Pais das gerações mais recentes cresceram com acesso a uma vasta gama de estilos musicais, da eletrônica ao hip-hop, passando pelo indie e pelo k-pop. Dessa forma, a trilha sonora do carro de pai, antes confinada a um repertório específico, tornou-se um reflexo da diversidade musical atual, abrangendo diferentes gêneros e artistas.
Essa mudança na percepção dos pais e em seus gostos musicais tem implicações importantes para o marketing. As campanhas que ainda se apoiam em estereótipos ultrapassados, como o do pai “roqueiro clássico”, correm o risco de parecerem desconectadas da realidade. O mercado atual exige uma abordagem mais sensível e consciente das mudanças culturais, reconhecendo que os pais de hoje não se encaixam mais em moldes simplistas. Eles são indivíduos com gostos e interesses variados, que refletem tanto as transformações da sociedade quanto a própria evolução da paternidade.
Para as marcas, a lição é clara: não basta recorrer a clichês e imagens tradicionais. As campanhas de marketing precisam se alinhar com a diversidade e a complexidade dos públicos que desejam alcançar. Reconhecer que o pai de hoje pode ter tanto uma playlist de Rap quanto de Rock, e que ele valoriza a autenticidade e a individualidade, é fundamental para criar mensagens que realmente façam sentido para esse público.
Em dúvida do que ouvir? Venha curtir nossas playlists temáticas, sempre recheadas de novidades.
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