Spotlight 93: Paz na Terra? Oasis de volta e Kendrick Lamar não quer mais brigar com Drake
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Olá!
Começando a sexta com esse alerta de sinal dos tempos: o Oasis anunciou uma série de shows e muita gente especula se Liam e Noel Gallagher não animam esticar o rolê até o Brasil. Incentivo pra isso não falta - já viu quanto eles devem ganhar só pelas 14 datas divulgadas no Reino Unido? Falamos mais sobre isso abaixo!
Claro que com todo esse papo em torno dos irmãos Gallagher, outras reuniões foram ventiladas. A do Linkin Park, por exemplo, parece estar perto de acontecer. Já a do The Smiths não vai rolar, garante Johnny Marr. A recusa fez Morrissey dar aquela cutucada básica.
Mas se você quer show imperdível, se liga nesse: a estreia da Rapsody no Brasil, com shows em São Paulo (hoje!) e no Rio (domingo). Falando em Rap, Kendrick Lamar (que inclusive tem música com Rapsody) teria cansado de treta com Drake - a gente também, cá entre nós. Quem também parece que já deu o que tinha que dar é a antiga banda The Strokes, afinal os jovens já não sabem mais o que é dançar um “Last Nite” na night.
Mas o menino rock n’ roll continua fazendo barulho. Prova disso é que um certo disco do AC/DC se tornou o terceiro mais vendido da história nos EUA. A cidade natal do Bikini Kill, inclusive, irá homenagear a banda Punk com um dia oficial dedicado a elas. Merecido! Provando que clássico é clássico, lá no site recordamos “Grace”, obra prima de Jeff Buckley que completou 30 anos.
Se você curte a nossa editoria “poderia ser mentira mas é verdade”, chega mais que tem esse causo do dia em que Norah Jones fez os músicos do Foo Fighters se sentirem amadores - pelo visto, só eles não sabiam do nível de genialidade da moça.
Um dos álbuns mais comentados das últimas semanas, “CAJU”, colocou Liniker no Top 20 de artistas mais ouvidas do Brasil. Com disco longo, analógico e cheio de parcerias, a cantora paulista emplacou 13 das 14 músicas nas paradas, desbancou gigantes como Luisa Sonza e Ludmilla, atingindo 30 milhões de plays após dez dias de lançamento. Só pra quem pode!
Agora vem chegando mais, que a semana tá recheada de lançamentos!
Nathália Pandeló
Editora da newsletter
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Confira alguns dos principais lançamentos de 30/08/2024:
AWOLNATION - “The Phantom Five”
“The Phantom Five” é o sexto álbum de estúdio da banda americana. O lançamento foi precedido pelos singles “Panoramic View”, “Jump Sit Stand March” com Emily Armstrong e “I Am Happy” com Del the Funky Homosapien. Aaron Bruno, vocalista, indicou que este pode ser o último álbum do AWOLNATION, descrevendo-o como um “quase álbum de grandes sucessos”, com algo para todos os fãs da trajetória da banda. E não deixe de conferir nossa entrevista com Aaron!
John Legend - “My Favorite Dream”
“My Favorite Dream” é o décimo álbum de estúdio do cantor americano. Produzido inteiramente por Sufjan Stevens, o disco marca a estreia de John Legend na música infantil, inspirado pela recepção positiva de um vídeo em que ele tocava a canção “Maybe” para um de seus filhos. O álbum inclui o single “L-O-V-E” e apresenta nove canções originais, com a capa exibindo uma foto de Legend na infância, adornada com desenhos infantis.
Nick Cave and the Bad Seeds - “Wild God”
A fase Gospel veio aí? Calma lá! Este é o 18º álbum de estúdio da banda australiana Nick Cave and the Bad Seeds. O trabalho, o primeiro em cinco anos, foi escrito por Nick Cave a partir de janeiro de 2023 e produzido por ele e Warren Ellis, com a mixagem a cargo de David Fridmann. Cave descreve o álbum como “complicado”, mas “profundamente e alegremente contagiante”, explorando temas de “convenção e experimentação” e prometendo uma experiência emocional intensa para os ouvintes.
A banda Raça revela seu quarto álbum pela Balaclava Records, marcando uma nova fase de experimentação sonora inspirada por influências como Jorge Ben, Rita Lee e João Gilberto. O disco foi produzido em colaboração com Roberto Kramer e traz participações de artistas como Gab Ferreira e Maurício Takara. A arte do álbum foi desenvolvida pelo artista plástico Lucas Peixe, cujas pesquisas acadêmicas influenciaram o conceito das canções.
A banda paulistana chega ao seu quinto álbum de estúdio, um trabalho homônimo que explora temas de aceitação e maturidade. “Bratislava” é uma coleção sincera de histórias sobre fins de relacionamentos e outras transições, com visualizers para todas as faixas. Fundado há quase 15 anos, o quinteto reúne neste disco elementos de toda sua carreira, criando uma obra central que representa sua identidade artística.
O cantor e compositor carioca explora suas influências musicais diversas em seu novo álbum, produzido por Pedro Fonseca. “Estopim” reflete a dualidade entre o urbano e o rural nas composições, apresentando uma mistura de ritmos como bumba meu boi, samba de roda e folk, enquanto mantém uma abordagem espontânea e colaborativa. As 11 faixas do álbum destacam tanto a delicadeza quanto a visceralidade do artista.
Jota Quest - “De Volta Ao Novo - Volume 2 (Deluxe)”
O grupo mineiro chega à segunda parte de seu nono álbum de estúdio, agora com 9 faixas inéditas e colaborações especiais. O volume 2 inclui participações de artistas como FBC, Sérgio Britto (Titãs), Lucas Silveira (Fresno), Podé Nastácia e Wilson Sideral. Além das novas músicas, o lançamento também traz 5 faixas bônus, resgatando singles lançados durante a pandemia.
Plutão Já Foi Planeta - “Plutão Já Foi Planeta (Deluxe)”
A banda de origem potiguar entrega uma versão estendida de seu terceiro álbum de estúdio, incluindo depoimentos dos fãs sobre o impacto das músicas em suas vidas. Este lançamento marca a entrada de Cyz Mendes como nova vocalista e consolida a identidade do grupo após 10 anos de carreira. O álbum deluxe, lançado pela Algohits, inclui todas as faixas entre 2021 e 2024.
E mais:
Jon Hopkins - “Ritual”
Jónsi - “First Light”
Ty Segall - “Love Rudiments”
Na próxima semana:
David Gilmour - “Luck and Strange”
LL Cool J - “The FORCE”
Mercury Rev - “Born Horses”
Paris Hilton - “Infinite Icon”
Rex Orange County - “The Alexander Technique”
Toro y Moi - “Hole Erth”
Na nossa série de entrevistas Mestres da Produção, Ana Frango Elétrico falou com o TMDQA! sobre as habilidades que desenvolveu e foram mais decisivas para amadurecer sua sonoridade como artista.
Acho que há um interesse pessoal pela evolução, por melhorar. Eu nunca me senti nem um cantor nem instrumentista foda, mas confio no meu gosto, no meu senso estético, no meu direcionamento e no que eu quero e imagino. Então sinto que a produção musical me contemplou porque tenho conhecimento musical, teórico e subjetivo, e também tenho essa macro visão, esse interesse na direção, de ser essa pessoa que pensa no todo, nas tonalidades, intros e outros, timbres etc.
Um ponto chave pra mim foi começar a me equipar de repertório de vocabulário técnico sobre equipamentos e processos de uma gravação, sinto que pra mim foi muito importante, porque todo mundo sabe que é um meio tomado por homens cis, então ou eu tinha certeza, ou eu tinha certeza. Para além de gostar muito, pra mim foi uma virada começar a saber sobre microfones e microfonação, compressores, prés e processos. E aí como artista, eu queria ser escultora, então quando comecei a cantar não tinha esse desejo de me profissionalizar, mas como fui me tornando cantora, tenho cada vez mais desejo de melhorar e estudar. Comecei a fazer aula de piano e de canto e mudou minha vida.
Um oásis no meio das tretas.
A gente faz piada, mas não tem jeito: a reunião do Oasis causou um impacto enorme. Primeiro, pelo caráter improvável da coisa toda. E segundo, pela relevância do que os irmãos Gallagher conquistaram ao longo de seus anos de banda. Mas mais do que tudo isso, é um movimento bastante sintomático dos nossos tempos - afinal, poucas bandas após o Oasis conseguiram a relevância e a longevidade necessárias para deixarem, também, suas marcas.
Claro que as tretas e trocas de farpas públicas entre os irmãos Noel e Liam incensou toda essa expectativa, já que o reencontro entre eles parecia coisa de distopia. Mas é inegável que muita gente que reprova o comportamento infantilóide dos dois irmãos ainda está muito a fim de gritar um “and so Sally can wait” a plenos pulmões junto com uma multidão, pelos velhos tempos.
Tudo bem que tanto Liam quanto Noel tocavam seus antigos repertórios em shows com seus projetos solo e novas bandas, porém sem o mesmo efeito. Ninguém irá discordar que, por mais que os dois tenham criado boas músicas aqui e ali, seus trabalhos subsequentes (Beady Eye, High Flying Birds) estavam fadados a serem comparados com as glórias do Oasis - e, só por isso, já deixariam a desejar.
O santo pode até não bater, você pode torcer pro Manchester United, pode até preferir o Blur. No entanto, ninguém pode diminuir os méritos dos caras. Por isso, essa reunião foi tão celebrada. Não é por quem Liam e Noel são. É apesar deles.
Agora fica aqui o nosso boa sorte a todos aqueles que vão se estapear por ingressos. Só o tempo dirá se a turnê sobreviverá à primeira noite - mas certamente será uma primeira noite histórica, o que já faz todo esse escarcéu valer a pena.
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