Spotlight 96: The Smiths, Jane’s Addiction e Miley Cyrus com tretas para todos os gostos
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Olá!
Em semana de cadeiradas e queimadas, o brasileiro que conseguiu chegar inteiro à sexta pode comemorar! Veja o que mais rolou nesses últimos dias:
O The Cure pode estar com disco novo no forno. Quem também mandou um possível “vem aí” foi Tony Hawk sobre um novo jogo Pro Skater.
E quem continua não vindo aí é a reunião do The Smiths, que agora ganha novos contornos com Johnny Marr rebatendo Morrissey. Pra completar, Gene Simmons resolveu dar seus 20 centavos sobre a situação toda e ainda disse que Morrissey não precisa do ex-companheiro de banda e que muita gente nem liga quem era o guitarrista do The Smiths. Então tá.
Que bandas brigam, todo mundo sabe, mas em geral é fora dos palcos. Mas em pleno show, as tensões no Jane’s Addiction ficaram bem claras quando Perry Farrell partiu pra cima de Dave Navarro, que agora pode estar de saída do grupo. A turnê, é claro, foi cancelada.
Quem ainda não foi de Americanas (apesar de não vender mais na Americanas) é o bom e velho CD, que continua vendendo em outros lugares.
Calma, que ainda tem muito mais novidades pra você conferir logo abaixo!
Nathália Pandeló
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Confira alguns dos principais lançamentos de 20/09/2024:
Bright Eyes - “Five Dice, All Threes”
Conor Oberst, Mike Mogis e Nathaniel Walcott estão de volta. “Five Dice, All Threes” é um álbum de intensidade e ternura incomuns, onde o Bright Eyes mistura exorcismos coletivos e explorações pessoais profundas. As novas canções, mesmo com a rica história da banda, trazem uma sensação visceral de novidade, impulsionada por colaborações marcantes e letras confessionais. A mistura de caos e urgência nas performances dá ao álbum um sentimento de liberdade criativa, combinando sons enérgicos com momentos contemplativos, capturando o espírito de reinvenção que a banda carrega ao longo dos anos.
“In Waves”, o aguardado novo álbum de Jamie xx, captura os crescendos emocionais e a volatilidade de uma noite mística, onde as memórias se desfocam, mas as sensações permanecem vivas. O álbum é um paraíso melancólico, misturando êxtase, introspecção e batidas de pista de dança, transportando o ouvinte para uma jornada espiritual entre sombras e luzes. Nove anos após seu aclamado debut solo “In Colour”, Jamie xx busca criar uma obra que redefine as possibilidades emocionais e sonoras da música eletrônica.
Perry retorna com seu sétimo álbum e com o desafio de superar o ranço generalizado que o single principal gerou: “Woman’s World” se mostrou um tiro no pé por trazer como produtor ninguém menos que Dr. Luke. Isso obscureceu os méritos de singles posteriores, como “Lifetimes” e “I’M HIS, HE’S MINE”. Resta saber se os superpoderes de Katy Perry em criar sucessos massivos voltará neste novo trabalho.
Depois da faixa-título “Viva Tu”, uma rumba que celebra a importância das boas relações pessoais, e de “São Paulo Motoboy”, inspirada por esses trabalhadores sobre duas rodas, Manu Chao está de volta em um disco que reflete seu compromisso com a positividade e o amor como atos de coragem, em contraste com o ódio ao nosso redor. “Viva Tu” é o primeiro álbum desde 2008, retornando com sua fusão única de ritmos e mensagens sociais.
Este é o aguardado sétimo álbum de estúdio da cantora e compositora canadense Nelly Furtado. O disco também marca seu retorno após sete anos de pausa, trazendo colaborações com artistas como Tove Lo, SG Lewis e Bomba Estéreo, além de produtores como WondaGurl e T-Minus. Furtado descreve o álbum como o resultado de quatro anos de descobertas artísticas e centenas de composições, oferecendo uma experiência musical de libertação e escapismo.
Thurston Moore - “Flow Critical Lucidity”
Este é o nono álbum solo de Thurston Moore, com músicas inspiradas por paisagens europeias, sonhos lúcidos e dança moderna. O álbum reflete um processo criativo profundamente conectado à natureza e ao ambiente ao redor. A capa do álbum apresenta a obra “Samurai Walkman”, de Jamie Nares, amigo de longa data de Thurston, com quem ele frequentemente colabora em projetos artísticos e musicais.
E mais:
James Bay - “Changes All the Time”
Joan as Policewoman - “Lemons, Limes & Orchids”
Keith Urban - “High”
Nightwish - “Yesterwynde”
Na próxima semana:
Luke Bryan - “Mind of a Country Boy”
Maxïmo Park - “Stream of Life”
Nina Nesbitt - “Mountain Music”
Sophie - “Sophie”
Tommy Richman - “Coyote”
Van Morrison - “New Arrangements and Duets”
Em entrevista ao TMDQA!, Eliane Dias, manager dos Racionais MC’s, falou sobre as mudanças no mercado da música e como isso afeta não apenas o trabalho criativo, mas também o do gerenciamento de carreiras:
“As maiores mudanças vêm dos meios de venda dos artistas. Como os artistas são obrigados a se venderem através das redes sociais, são muitas entregas, mais cuidar da aparência, mais criação artística, mais atenção aos fãs. Essas mudanças estão muito pesadas, eu sinto este peso também. Usamos estratégias para ajudar com as entregas virtuais, mas mesmo assim é muito pesado. Nós empresários temos um trabalho enorme para vender shows, está tudo mudado, acho muito fora da ordem, mas é o jogo. Antes era só tocar no rádio ou aparecer na TV.”
Miley Cyrus processada - tá, e daí?
Demorou, mas chegou um processinho para Miley Cyrus por um suposto plágio de Bruno Mars - entenda porque a ação acontece só agora. Mas, como diz em “Flowers”, ela é autossuficiente e vai tirar essa de letra.
O recente processo movido contra a cantora, alegando que teria infringido os direitos autorais da canção “When I Was Your Man”, levanta questões importantes sobre os limites entre inspiração e plágio na indústria musical. É inegável que processos de direitos autorais são importantes na proteção de criações artísticas. No entanto, em alguns casos, a linha entre o que é justo e o que é oportunista pode se tornar tênue. Um exemplo disso é o processo movido contra Ed Sheeran pela família de Marvin Gaye, acusando-o de plagiar uma progressão de acordes genérica em “Thinking Out Loud”. Processos desse tipo, muitas vezes motivados por pequenas semelhanças, acabam desvalorizando reivindicações legítimas e criam um ambiente de incerteza para os artistas.
Se o processo contra Miley Cyrus for adiante e ela perder, isso poderia estabelecer um precedente perigoso. A arte é intrinsecamente construída sobre referências e influências, e é impossível criar música sem algum grau de inspiração em trabalhos anteriores. Com essa decisão, abre-se a possibilidade de que artistas sejam processados simplesmente por criar algo que, mesmo vagamente, lembre outra canção. Ou, no caso de Miley, seja escancaradamente derivada da anterior. A maioria das músicas pop compartilha certas características — seja uma estrutura de acordes, ritmo ou tema — e uma vitória dos autores de “When I Was Your Man” poderia desencadear uma onda de ações judiciais baseadas em semelhanças superficiais.
Esse não é o primeiro desafio jurídico envolvendo “Flowers”. Apenas em março de 2024, Miley foi processada por seu ex-marido, Liam Hemsworth, que a acusou de difamação, alegando que a música fazia referências diretas e difamatórias a ele - também conhecido como “passou o recibo”. Esse processo, assim como o atual, levanta a questão de por que essas reivindicações só surgem meses ou até anos após o lançamento da canção. Isso faz com que muitos vejam essas ações como tentativas tardias de lucrar com o sucesso da música, ao invés de proteger direitos legítimos.
Vale lembrar que Miley não inventou o conceito de “canções-resposta”. Artistas ao longo da história criaram músicas que dialogam ou fazem referência a outras. Um exemplo clássico é “Roxanne's Revenge” de Roxanne Shanté, uma resposta direta ao hit “Roxanne, Roxanne” do grupo UTFO. Miley fez mais ou menos o mesmo, só que menos afrontosa! Seus versos respondem às declarações de Bruno Mars na música original, em uma postura de autossuficiência, como quem diz: pode comprar flores pra outra, porque as minhas compro eu.
A prática de criar canções que respondem a outras é parte do processo criativo e do diálogo cultural que impulsiona a música. Portanto, processar alguém por inspirar-se em outro trabalho, desde que não haja cópia direta ou clara, pode sufocar a inovação e a liberdade criativa na indústria musical.
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