Spotlight 54: Balaclava Fest com desconto, indicados ao Grammy e Dolly Parton roqueira
Confira os lançamentos para sextar!
Olá!
Muito aconteceu nos últimos dias, e entre mil shows e lançamentos, os indicados ao Grammy 2024 foram divulgados - confira um balanço abaixo. E a Inteligência Artificial se mostra mais presente que nunca, com artistas como Demi Lovato, Charlie XCX, John Legend, Sia, Charlie Puth e Troye Sivan assinando embaixo de um projeto do YouTube para clonar vozes.
Entre as múltiplas turnês badaladas que passam pelo Brasil nas últimas e nas próximas semanas, o Red Hot Chili Peppers voltou ao topo das paradas… com “Californication”. Porém, Flea mostrou o lado solitário de fazer shows mundo afora e anda triste com a chuva também. Alanis Morissette, que acaba de passar por São Paulo, anunciou que logo sai em turnê com Joan Jett. O momento #empolgou da semana vai para Ringo Starr. Ele gostou tanto dos números da nova música dos Beatles que meteu essa: “a Beatlemania voltou”. Então tá.
Por outro lado… Jay Weinberg, baterista demitido do Slipknot, finalmente falou sobre o desligamento da banda. E Kyle Christner, ex-baixista do Linkin Park, está processando os integrantes por royalties de mais de 20 músicas na edição comemorativa de “Hybrid Theory”. Complicado.
Enquanto o mundo clama por Radiohead, Thom Yorke e Jonny Greenwood continuam focando no The Smile, com disco novo anunciado e clipe dirigido por Paul Thomas Anderson, pois: chiques. E o mistério dos discos do Iron Maiden que sumiram do Spotify sem explicação? Pra completar, Leonardo DiCaprio fez o Kendall Roy e tentou rimar na própria festa, onde comemorou 49 anos. Pelo visto, lutar com urso é fichinha - mas na hora de fazer rap, não há Oscar que ajude.
Falando em aniversário, tem curiosidade de descobrir quais músicas bombavam no dia que você nasceu? Eu, por exemplo, vim ao mundo no momento em que geral ouvia George Michael, Rick Astley e The Pet Shop Boys - o que explica muitas das escolhas editorias desta newsletter. Mas não se avexe: dá pra consultar paradas desde 1946. Tem hit que não envelhece: tipo “Evidências”, que ganhou um feat com ninguém menos que Milton Nascimento.
Se você está cansado de olhar para o passado, é só descer a tela para conferir lançamentos da semana e o que mais é notícia no mundo da música dessa sexta-feira.
Nathália Pandeló
Editora da newsletter
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Estamos a apenas duas semanas do Primavera Sound São Paulo, e a produtora T4F anunciou uma série de medidas para deixar o festival ainda melhor. O evento acontece nos dias 2 e 3 de dezembro no Autódromo de Interlagos e ganhou um quarto palco, o TNT Club, dedicado a atrações voltadas ao rap, trap, funk e música eletrônica. A estrutura de alimentação e banheiros também recebeu um upgrade.
Para facilitar o acesso, o festival fez uma parceria com a ViaMobilidade, responsável por operar as linhas 5-Lilás, 8-Diamante e 9-Esmeralda de São Paulo. No sábado e no domingo, o público poderá contar com trens expressos e a estação Autódromo permanecerá aberta até as 2 horas da manhã.
Tudo isso para ver atrações como The Cure, The Killers, Pet Shop Boys e Beck, a volta do Cansei de Ser Sexy e os argentinos do El Mató a Un Policía Motorizado, além de muitas outras atrações imperdíveis.
Dolly Parton - “Rockstar”
É roqueira, sim! A diva do country se aventura pelo rock com participações especiais de Sting, Steve Perry, Lynyrd Skynyrd, Lizzo, Debbie Harry, Elton John, Joan Jett, Stevie Nicks, Mick Fleetwood e Peter Frampton, entre outros. O álbum é uma mistura de rock clássico, country e pop. Parton mostra sua versatilidade e talento em um trabalho maduro e bem produzido.
Andre 3000 - “New Blue Sun”
Dezessete anos após o último disco do Outkast, Andre 3000 lança álbum solo de estreia com foco na flauta. O disco de 87 minutos apresenta o artista explorando diversos tipos de flautas, como a contrabaixo, as maias, as de bambu e instrumentos de sopro digitais. Uma das faixas se chama, em tradução livre, “Eu juro, eu realmente queria fazer um álbum de 'rap', mas essa foi literalmente a maneira como o vento me levou desta vez”, o que é um ótimo resumo do projeto.
Plain White T’s - “Plain White T’s”
O som da banda de Chicago, atração do I Wannabe Fest no ano que vem, é uma mistura de pop punk, rock alternativo e emo. No novo álbum, o grupo retorna ao seu som característico, mas com um toque de frescor. Este é seu primeiro trabalho após “Parallel Universe”, de 2018, e inclui os seis singles já lançados.
The Polyphonic Spree - “Salvage Enterprise”
O The Polyphonic Spree é uma banda de rock coral com 23 membros, o que torna seus lançamentos bem únicos. Seu novo álbum, feito por financiamento coletivo, é descrito como um “disco de ressurgimento das cinzas”, com letras que expressam vulnerabilidade e esperança.
Conversamos recentemente com Zach Condon, o homem por trás da banda/orquestra Beirut, e pedimos que ele comentasse declarações de Jon Batiste e Hermeto Pascoal ao TMDQA! - de que estamos caminhando para uma world music mais plural e sem fronteiras. Zach se mostrou mais pessimista.
Eu não quero ser cínico, porque aprecio esses dois caras e o que eles têm a dizer – especialmente Hermeto Pascoal, que eu considero brilhante. Mas tenho medo da música universal, para ser sincero. Sinto que ando no fio da navalha – e nem digo que faço isso bem -, mas venho de um lugar de música como monocultura. Era apenas rock feito por guitarras e só. Eu pensava que sonoramente, isso era muito limitado e chato. Desde o início, descobri músicas do mundo todo. Comecei com música do Bálcãs, turca, do oriente médio e claro, música brasileira, mexicana e tudo. E ficava pensando, “como alguém consegue se contentar só com uma coleção de música americana, se têm tudo à disposição?”. Isso parecia loucura pra mim. Mas há um outro lado, do que vamos receber em troca da música universal. Acho que vamos ter uma monocultura. Teremos pessoas que não valorizam suas próprias raízes ou tradições. Esse é meu receio, de a música se tornar “universal” e ficar sem cor, sem ter conexões ou importância regional.
Sem delongas, bora fazer um balanço das indicações ao próximo Grammy Awards?
Surpresas Notáveis:
Afirmação Feminina Dominante: Após cinco anos desde a polêmica declaração do ex-CEO da Recording Academy, Neil Portnow, as mulheres não apenas responderam, mas também dominaram as nomeações. Todas as indicações para Gravação do Ano, Música do Ano e Álbum do Ano são de artistas femininas, incluindo Taylor Swift, SZA, Olivia Rodrigo e Lana Del Rey.
“Barbie The Album” em Destaque: Embora as trilhas sonoras sempre tenham sido apreciadas pelos Grammys, a surpreendente quantidade de indicações para “Barbie The Album” chama a atenção. A trilha sonora do blockbuster de Greta Gerwig conquistou posições cobiçadas para Música do Ano, com reconhecimento para Billie Eilish e Dua Lipa. Então pelo visto “Ryan Gosling indicado ao Grammy” agora é uma coisa que existe.
Reconhecimento Tardio para Miley Cyrus: Embora tenha lançado seu disco menos expressivo dos últimos anos, Miley Cyrus conquistou um respeito meio atrasado dos votantes da academia. Com seis novas indicações, incluindo Álbum do Ano e Música do Ano por “Flowers”, a estrela pop parece ter encontrado sua merecida posição entre os indicados.
Ascensão das boygenius: Ok, isso talvez tenha surpreendido zero pessoas. Mas o supergrupo composto por Phoebe Bridgers, Lucy Dacus e Julien Baker está pegando fogo, com turnê badalada, aparecendo nos programas noturnos americanos e mais. O trio emerge como um dos mais indicados deste ano, com múltiplas nomeações, incluindo Álbum do Ano.
Victoria Monét em Evidência: A princesa do R&B não passou despercebida. Seu álbum de 2023, “Jaguar II”, a colocou como uma das artistas mais nomeadas, com sete indicações, incluindo Gravação do Ano e Melhor Artista Revelação. Mas a surpresa mesmo foi por ser indicada ao lado da filha, Hazel, que se tornou a pessoa mais jovem a ser indicada ao Grammy, com apenas 2 anos.
Desilusões Notáveis:
Exclusão de Hip-Hop nas Principais Categorias: Apesar de não ter sido um ano particularmente forte para o rap nas paradas, a ausência do gênero em três das quatro principais categorias é surpreendente. Artistas como Travis Scott, Gunna e mesmo Drake, conhecido por sua antipatia pelos Grammys, foram deixados de fora.
Ausência de Reconhecimento para Morgan Wallen: Apesar de ser uma das maiores estrelas do country, Morgan Wallen foi ignorado, mesmo após liderar as paradas com seu álbum e single de sucesso. A controvérsia em torno do uso de linguagem ofensiva em 2021 parece continuar a afetar seu reconhecimento pela Recording Academy. Zach Bryan, que teve sucesso similar e um disco bem melhor, apareceu em 3 indicações, só dizendo…
Pouco Amor para a Música Latina: Em contraste com o ano anterior, onde Bad Bunny fez história, este ano a música latina não recebeu o mesmo destaque. Artistas como Karol G e Peso Pluma foram ignorados nas principais categorias, apesar de sucessos significativos. O moço responsável pela onda atual do regional mexicano foi, também, pouco notado pela academia latina. Será implicância?
As indicações para o Grammy apresentam um quadro complexo de surpresas que celebram a diversidade musical feminina e reconhecem artistas há muito esperados. Mas também revelam esnobadas que chamam atenção, especialmente na falta de representação de “nichos” gigantescos, como o rap e a música em espanhol.
Ainda é cedo para declarar vencedores, mas quem já está entre os mais indicados certamente tem motivos para comemorar: SZA (9 indicações), Phoebe Bridgers, Serban Ghenea e Victoria Monét (com 7), Jack Antonoff, Jon Batiste, boygenius, Brandy Clark, Miley Cyrus, Billie Eilish, Olivia Rodrigo e Taylor Swift (6 indicações cada). Nada mal. A cerimônia acontece no dia 04/02, às 22h (horário de Brasília). Quem aí vai assistir? Se chegou até aqui, deixe sua opinião nos comentários!
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